09 Abril 2011
O Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirma que a hidrelétrica é parte fundamental do plano do governo de duplicar, em 20 anos, a produção de energia atual. OEA quer barrar a obra.
A reportagem é da Revista Época, 08-04-2011.
A maior preocupação do Brasil na área energética atualmente é a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu (PA), afirmou sexta-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Segundo ele, a usina é fundamental no plano do país de dobrar o potencial de energia produzido hoje nos próximos 20 anos. A usina, alvo de polêmicas há décadas, entrou na mira da Organização dos Estados Americanos, que quer frear a obra.
"O Brasil levou 145 anos para chegar ao potencial atualmente fornecido", lembrou. "Belo Monte já vem sendo estudada há 30 anos, foi amplamente debatida ao longo dessas décadas, e o governo tem o projeto como prioridade, porque é apenas parte da solução [para dobrar o potencial de energia]", disse Lobão ao participar do programa Bom Dia, Ministro. O ministro destacou que "o mundo inteiro aplaude a possibilidade de o Brasil produzir energia limpa e renovável" e lembrou que cerca de 85% da energia produzida no país vem de hidrelétricas.
Sobre a acomodação das famílias que moram ao longo da área definida para construção da Usina Belo Monte, ele afirmou que "tudo será feito no seu tempo. "A cidade de Altamira, no Pará, passará por grande desenvolvimento em consequência da construção da barragem e toda a região será beneficiada com o projeto", afirmou.
O ministro de Minas e Energia lembrou que as construções de muitas usinas hidrelétricas já foram paralisadas no país, por questionamentos na Justiça. Ele acredita que, com Belo Monte, a tendência é que isso também ocorra. "O caminho no entanto é que ela seja construída, pois seria necessário inundar o Nordeste do país inteiro para alcançar a mesma produção que Belo Monte pode fornecer", disse Lobão.
Belo Monte é alvo da OEA
No início desta semana, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou oficialmente ao governo brasileiro a suspensão imediata do processo de licenciamento da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Segundo a entidade, o objetivo é proteger as comunidades indígenas da Bacia do Rio Xingu.
A entidade pede ao governo brasileiro que, antes da continuidade da obra em Belo Monte, sejam feitas consultas públicas às comunidades, com tradução para os idiomas de cada etnia. E que sejam tomados cuidados para evitar a disseminação de doenças e para reduzir o dano ao comunidades indígenas "em isolamento voluntário" na bacia do Xingu.
O ato da OEA é mais uma contribuição à pressão internacional contra a usina. A obra tem muita relevância fora do Brasil porque afeta a bacia do rio Xingu e afeta, mesmo que indiretamente, os índios daquela região. Alguns deles, como Raoni Metuktire, líder caiapó, tem grande articulação internacional. Ele ajudou a trazer famosos como o cantor Sting e o cineasta James Cameron para a campanha contra a usina.
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Belo Monte é prioridade, diz Lobão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU