• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Hora de agir à altura da urgência: contra um projeto desigual e darwinista de pesquisa e de universidade pública na França

Crédito: Unsplash

Mais Lidos

  • “Dilexi Te”: implode a estrutura metodológica da teologia. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Um protesto indígena interrompe a sede da COP30: “Nossa terra não está à venda” (vídeo)

    LER MAIS
  • “A emergência da extrema-direita não é compreensível sem o investimento que bilionários fizeram nela mundo afora”, afirma o cientista político

    Combate à extrema-direita necessita anunciar um projeto de transformação social. Entrevista especial com Luis Felipe Miguel

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    30º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Deus tem misericórdia e ampara os humildes

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • Twitter

  • LINKEDIN

  • WHATSAPP

  • IMPRIMIR PDF

  • COMPARTILHAR

close CANCELAR

share

07 Março 2020

"Em meio às discussões sobre a criação de outras formas de luta pela universidade pública, defendem a greve por um motivo simples: é preciso tempo para se organizar, sobretudo quando o trabalho universitário, cuja intensificação é generalizada, se desenvolve em situação mais gritante para quem faz parte da numerosa classe de precarizados e precarizadas", escreve Carolina Catini, professora do departamento de Ciências Sociais da Educação da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, coordena a Linha de Pesquisa Trabalho e Educação no Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação da Unicamp. Entre suas obras publicadas, destacamos Privatização da educação e gestão da barbárie (São Paulo: Edições Lado Esquerdo, 2017).

Eis o artigo.

Em janeiro de 2020 um coletivo de trabalhadoras e trabalhadores precários do ensino superior e da pesquisa de Paris convoca à solidariedade de docentes titulares e estudantes para combater a destruição da universidade pública. [1] Defendem a greve como forma de luta, desde que ela seja realmente realizada pela paralisação de todas as atividades de trabalho: “ou a fazemos ou a impedimos”. Em meio às discussões sobre a criação de outras formas de luta pela universidade pública, defendem a greve por um motivo simples: é preciso tempo para se organizar, sobretudo quando o trabalho universitário, cuja intensificação é generalizada, se desenvolve em situação mais gritante para quem faz parte da numerosa classe de precarizados e precarizadas.

Em janeiro, momento em que precários elaboram a chamada de solidariedade e ação conjunta, uma nova onda de mobilização pela universidade se inicia junto com a mobilização já em curso, das lutas contra a reforma da previdência na França, que envolveu grandes manifestações em diversas cidades dentro de uma longa greve iniciada em 5 de dezembro de 2019. Às universidades e laboratórios de pesquisa se impõe a necessidade de organização também porque é colocada em pauta a discussão da Lei de Programação Plurianual da Pesquisa (Loi de Programmation Pluriannuelle de la Recherche – LPPR).

A LPPR é fundamental porque propõe mudanças radicais no funcionamento da pesquisa e do ensino superior. Mas mesmo sem ela, alerta o coletivo mencionado, “a situação já é catastrófica, o sistema já é "desigual e darwinista". [3] Faz-se referência aqui à polêmica declaração do presidente do CNRS (Centre National de Recherche Scientifique), Antoine Petit, que disse, em novembro de 2019, que a França precisa de “uma lei ambiciosa e desigual - sim, desigual, uma lei virtuosa e darwinista -, que incentive os cientistas, equipes, laboratórios e estabelecimentos a obterem um melhor desempenho em escala internacional”. [4]

E é evidente que é exatamente disso que se trata a lei da pesquisa em questão: da consolidação de um sistema desigual pela submissão completa das atividades de ensino e pesquisa à competição e à concorrência sem limites. Ao contrário de responder à demanda de estabilidade no emprego na Universidade, a LPPR amplia as possibilidades de contratos temporários, de acordo com a conquista de financiamentos de pesquisa, nos “contratos por projetos” e avaliação constante das “performances”.

De acordo com os textos de coletivos e sindicatos, [5] a elaboração da lei parte de um diagnóstico que considera o sub financiamento público da pesquisa e a baixa remuneração para atividades de ensino e pesquisa, notadamente dos ingressantes na carreira, que tem como consequência uma redução no número de doutorandos e doutorandas. A baixa remuneração leva a uma queda no recrutamento de pesquisadores e pesquisadoras e crescimento de editais de projetos de pesquisa. Em conjunto com tudo isso, a diminuição de postos de trabalho de funcionários técnicos e administrativos nas universidades, aumenta a carga de trabalho de docentes e pesquisadores/as.

Como se tais elementos fossem absolutamente externos à política educacional e ao Estado, a proposta de solução para tal diagnóstico é o aumento do financiamento da pesquisa a custo da concorrência generalizada.

O novo tipo de contrato que se propõe não é apenas temporário – trata-se de um contrato temporário por projeto de pesquisa, o que torna intermitente o trabalho e precário o vínculo, não apenas com a universidade, mas também com estudantes e com a formação para a pesquisa científica. Não é por acaso que o cartaz diz: “Na faculdade, nós somos formados por pesquisadores. Quando eles não estão procurando os financiamentos”. O trabalho na universidade se submete ao empreendedorismo por projetos, a captação e gestão de recursos, e os resultados medidos pela sua aplicabilidade e rentabilidade. E como os financiamentos públicos estão em queda, se propõe o aumento das parcerias público-privadas e o uso de recursos privados para financiar pesquisa. Seja estatal ou empresarial, a avaliação da pesquisa é feita por organizações externas às universidades e laboratórios de pesquisa, com orientação acentuada para a competitividade econômica. A Coordenação Nacional de Faculdades e Laboratórios de pesquisa em luta considera a lei mais um passo no avanço da mercantilização da Universidade que as políticas neoliberais têm imposto, junto a essa complexidade de diversas reformas e mudanças estruturais. [6] Além do “coquetel” de reformas – da lei trabalhista, da reforma da previdência, do seguro-desemprego, da lei da mudança da função pública, que afetam a todos e todas, as reformas da educação básica e superior alteram drasticamente a forma e função da educação pública no país. A LPPR prevê o aumento de 9% do trabalho de técnicos administrativos, sem aumento salarial. A mudança na avaliação da passagem do ensino médio para o ensino superior (o famoso BAC e PacourSup) e a cobrança e aumento de taxas para ingressar na universidade pública, que afeta sobretudo estudantes não europeus e das classes populares, deixa ainda mais clara a intenção de criar um sistema desigual. Vale dizer que para não europeus a taxa cresceu 1600% neste ano de 2019-2020. [7] E é preciso aqui observar que a discussão de cobrança de taxas, que começa como um simples ato de “contribuição” daqueles que – em tese – podem pagar, pode, e deve mesmo, conduzir a uma privatização do serviço em termos clássicos, estabelecendo relação de troca mercantil pelo serviço educativo.

A falta de bolsas de estudos para estudantes de pós-graduação desmonta um sistema da produção da pesquisa e formação de pesquisadores e pesquisadoras e no caso de doutorados/as os obriga a aceitar o trabalho precário nas faculdades. A denúncia no cartaz ao lado demostra essa gravidade: “Professores/as precários dão cursos, buscam financiamentos e às vezes tentam terminar sua tese, todos na expectativa de usar o seguro-desemprego”.

Parece evidente que a mudança em curso cria a cisão entre ensino e pesquisa, alterando radicalmente a formação universitária. Mais claro ainda é o projeto de criar pequenas ilhas de excelência e produção de pesquisa com recursos públicos e privados, mas submetidos à necessidade de aplicação e rentabilidade econômica, o que elimina a autonomia da pesquisa. Ao que tudo indica, a diferenciação dos tipos de “direito à educação” se amplia e cria-se um novo padrão de desigualdade no bojo do processo de fim da universalidade.

No último dia 5 de março, 108 faculdades e 268 laboratórios de pesquisa paralisaram suas atividades. Mas não só: 134 revistas, 46 Seminários, 30 coletivos de professoras e professores precários espalhados pelo país, 54 avaliadores e avaliadoras do HCERES (Alto Conselho de Avaliação da Pesquisa e do Ensino Superior).

A Coordenação Nacional de Faculdades e Laboratórios de Pesquisa Em Luta, em seu chamado para a manifestação de 5 de março, avalia que depois da grande greve de mais de dois meses contra a reforma da previdência se torna ainda mais necessário que a luta da educação não conte apenas com paralisações espaçadas, pois com a luta cada vez mais distante no tempo, não se chegará à vitória. [9] 

O coletivo de precários e precárias de Paris acha fundamental considerar que o governo se manteve indiferente mesmo diante da imensa greve contra a reforma da previdência. Embora tenha se anunciado que a idade pivô não será alterada nos próximos anos, e a aprovação da lei esteja sendo atrasada, a reforma da previdência continua em andamento com as propostas de mudança da contagem de pontos e de capitalização. Alguns pensam mesmo que a tática – greve, bloqueios, manifestações – não seja mais suficiente, mesmo que massiva. Dessa forma, as propostas de ação se multiplicam: elas vão desde aquelas mais conhecidas entre nós, como reter as notas e não permitir o fluxo universitário, mas vão até propostas de demissão de cargos de gestão universitária e laboratórios de pesquisa, passando pelo boicote dos sistemas de avaliação, paralisação das atividades de pesquisa – mesmo a realização dos trabalhos de campo e entrega de relatórios de pesquisa, supressão do alimento virtual dos índices de produtividade, a suspensão de todos os chamados de publicação e congressos, pelo envio de textos aleatórios às “revistas predatórias”, animar e contribuir com as universidades populares e por aí vai. [10]

Que sobre toda essa tentativa de destruição da universidade – pelo menos dessa forma que conhecemos e fazemos existir com nosso trabalho – se encontrem caminhos para a resistência e criação de alternativas. Pois é certo que como dizem trabalhadores e trabalhadoras precários do ensino e da pesquisa, “é hora de agir à altura da urgência”. [11]

Notas:

[1] Disponível aqui.

[2] Conferir os números aqui.

[3] Disponível aqui.

[4] Conferir uma citação, com referência completa, em texto do site Savouns L’Unniversité, disponível aqui.

[5] Disponível aqui, aqui, aqui, e aqui.

[6] Disponível aqui.

[7]  Disponível aqui.

[8] Disponível aqui.

[9] Disponível aqui.

[10] Disponível aqui.

[11] Disponível aqui.

Leia mais

  • Do ethos ao business em tempos de “Future-se”. Revista IHU On-Line, nº 539
  • Future-se propiciará o “darwinismo educacional"
  • Sindicatos derrotam Macron na França depois de 38 dias de greve
  • O lucrativo mercado da educação e da ciência que extermina a universidade pública e democrática
  • Educação: revelação de mais uma face da financeirização e privatização dos direitos sociais
  • Neoliberalismo e necropolítica
  • "O capitalismo darwinista não faz política social, quem faz política social é o Estado". Entrevista especial com Juliano Giassi Goularti
  • A Europa naufraga em Lesbos
  • As faces da produção da morte. Liberalismo e necropolítica. Entrevista especial com Gabriel Miranda
  • O “investimento” federal no Fundeb vai sair das barrigas famintas dos alunos. Entrevista especial com Daniel Cara
  • Programa “Future-se” e a mercantilização da educação e da ciência é tema da revista IHU On-Line desta semana
  • “Fature-se”: Ataque Privatizante à Universidade Pública
  • Future-se e o capitalismo universitário. "Trata-se de transformar a universidade, de um bem comum, em investimento lucrativo". Entrevista especial com Boaventura de Sousa Santos
  • “A desinformação sobre as Universidades Públicas é proposital e tem a intenção de justificar o discurso privatista”. Entrevista com Mônica Ribeiro

Notícias relacionadas

  • Francisco e Hollande quebram o gelo

    As diferenças entre os dois chefes de Estado atingiram seu ponto mais alto quando Francisco não aprovou como embaixador um diplo[...]

    LER MAIS
  • Idade para se aposentar pode chegar a 70 anos

    A proposta de reforma da Previdência que o governo do presidente em exercício Michel Temer vai enviar ao Congresso pode prever [...]

    LER MAIS
  • Em Calais, quase 10 mil imigrantes estão em um beco sem saída

    Ashraf tropeça, antes de recuperar seu equilíbrio no último momento. Não é a primeira vez que seus pés esbarram no emaranhad[...]

    LER MAIS
  • Cortes de vagas, de luz e bancas por Skype: o ajuste bate à porta das universidades

    Após dois anos de contingenciamento, Ministério da Educação planeja corte de até 45% nos investimentos das universidades fede[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados