28 Janeiro 2020
São cerca de 500 migrantes da América Central da caravana de migrantes no primeiro grupo de 2020 que se refugiaram na casa-abrigo diocesano Belen na diocese de Tapachula (México).
A reportagem é publicada por Agência Fides, 27-01-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Em nota recebida pela Agência Fides, o padre César Augusto Cañaveral Pérez, coordenador diocesano da dimensão pastoral da mobilidade humana, estigmatiza a associação mental "migrante igual criminoso".
"Gostaria de saber, porque a Guarda Nacional não se confronta com o crime organizado; os migrantes chegam por necessidade, não são criminosos e o México não respeita o direito ao livre trânsito", diz padre Pérez, que denuncia: "a sociedade mexicana ajuda a criminalizar os migrantes: o muro humano é pior do que um muro material".
O sacerdote lembra que a Igreja Católica está construindo pontes de solidariedade para ajudar os migrantes, pois a ajuda que o governo prometeu ainda não chegou. Caravanas de migrantes atravessam o México tentando chegar aos Estados Unidos. Ao longo do caminho, os migrantes sofrem abusos de todos os tipos, especialmente os mais fracos, mulheres e crianças.
Padre Cañaveral Pérez afirma que o abrigo recebe entre 200 ou 300 pessoas todos os dias. Esse é o fluxo constante ao longo do ano, mas agora, depois que as caravanas se dispersam, o número de pessoas que procuram abrigo aumentou consideravelmente, várias pessoas tiveram que procurar outras estruturas de acolhimento. O sacerdote relata que somente no dia 24 de janeiro chegaram 120 migrantes, quase todos necessitando de assistência médica e psicológica devido às violências e maus tratos infligidos a eles pela Guarda Nacional. O padre Cañaveral Pérez criticou as autoridades mexicanas por se comportarem de maneira pior que aquelas dos Estados Unidos.
A capacidade do albergue é de 140 pessoas, mas o número agora triplicou. Além disso, existem outros centros paroquiais que receberam migrantes nos municípios de Costa, Soconusco e Serra de Chiapas.
Nos últimos dias, houve ataques violentos contra membros da última caravana de migrantes da América Central direcionada aos Estados Unidos por policiais que os acusam de não terem respeitado as indicações relativas ao número de pessoas que poderiam acessar os diferentes postos de imigração de fronteira.
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México: "Violência contra a última caravana de migrantes", denuncia um sacerdote - Instituto Humanitas Unisinos - IHU