Com acusação de ambientalistas que trabalham na proteção da Amazônia, “o medo está instalado”, diz Libération

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19 Janeiro 2020

O jornal Libération desta sexta-feira (17) traz uma matéria com três dos quatro ativistas ambientais brasileiros presos em novembro do ano passado e soltos alguns dias depois, após o polêmico indiciamento por incêndios florestais em Alter do Chão, no Pará. "Marcelo Cwerner, João Vitor Romano e Daniel Govino, três ecologistas perseguidos devido ao combate em prol da Amazônia", publica o diário.


Reprodução de matéria publicada nesta sexta-feira (17) pelo jornal francês Libération. Reprodução/Libération

A reportagem é de Daniella Franco, publicada por Radio France Internacional - RFI, 17-01-2020.

A correspondente do Libération em São Paulo, Chantal Rayes, encontrou os três ativistas logo após a libertação deles, em novembro passado, todos "aterrorizados por serem absurdamente incriminados", descreve a repórter. Junto a um quarto ambientalista, diante da justiça, esses voluntários da Brigada de Alter do Chão tiveram que "se justificar, jurar que não colocaram fogo na floresta e, ao contrário, eles lutam para protegê-la", publica Libération. Mas, "no Brasil de Bolsonaro, tudo pode acontecer", salienta a matéria.

Na faixa dos 30 anos, os três jovens são originários da "burguesia branca" brasileira, acostumada que esse tipo de situação arbitrária atinja apenas negros, índios e pobres "desde que o Brasil é Brasil", reitera Libération. O grupo passou a integrar a Brigada de Alter do Chão em 2017. Cwerner deixou para trás a carreira no mercado financeiro de São Paulo. Romano e Govino eram profissionais de mídia e também abandonaram o conforto de suas casas para "viver e proteger a Amazônia". Entrevistado pelo jornal, Cwerner explica que "a floresta tem o poder de transformar as pessoas".

Estratégia "bolsonarista"

Segundo Libé, o grupo jamais imaginaria a que ponto a vida deles seria sacudida a partir do momento em que intensificam os trabalhos para lutar contra os incêndios florestais que devastavam Alter do Chão em setembro passado. No banco dos réus, eles foram acusados de incendiar a floresta para causar comoção internacional e receber doações. O advogado deles denuncia uma "estratégia bolsonarista" contra as ONGs. "O medo está instalado", afirma Libération.

Para Govino, nenhum governo brasileiro foi bom para a Amazônia e nem os próprios cidadãos do Brasil conhecem a floresta porque, segundo ele, "os brasileiros preferem viajar para o exterior". Após a libertação dos ambientalistas, o Ministério Público concentra a investigação nos grileiros que tomam as terras de Alter do Chão para explorar seu potencial turístico. Mas, agora, "o mal está feito e esse era o objetivo: incitar dúvidas e desmerecer aqueles que defendem a floresta", conclui o jornal Libération.

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