“A igreja deve ser sem fronteiras e de portas abertas”, afirma o Papa Francisco

Romaria da Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce. Foto: Diário de Caratinga

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08 Agosto 2019

Na audiência geral após as 'férias', Francisco cumprimentou as crianças refugiadas presentes. Às paróquias: "Não nos esqueçamos! A mão sempre deve estar estendida”. "As férias são descanso, mas também oportunidades para reavivar os laços de amor com Deus e com os homens"

A reportagem é de Paolo Rodari, publicada por La Repubblica, 07-08-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.

Na primeira audiência geral após as "férias" do pontífice e dois dias depois aprovação do decreto Sicurezza bis, o Papa faz um novo apelo à solidariedade e ao acolhimento. Bergoglio, como sempre, não se afastou do Vaticano e passou o período de descanso de verão, em julho, na Casa Santa Marta.

Na Aula Nervi, para a audiência, estavam presentes nesta quarta-feira 6 mil fiéis vindos não apenas da Itália, mas de diferentes países do mundo.

Entre estes, também algumas crianças refugiadas: "Com afeto saúdo as crianças refugiadas hospedadas pela Cooperativa Auxilium", quis ressaltar o Papa. O Auxilium é uma cooperativa comprometida em acolher os migrantes, e, inclusive, em seu centro, Mondo Migliore em Rocca di Papa, abriga 50 dos migrantes resgatados do mar pela Gregoretti.

O discurso de Francisco foi marcado por um apelo ao acolhimento: “A Igreja, que vê os que estão em dificuldades, não fecha os olhos, sabe olhar a humanidade na cara para criar relações significativas, pontes de amizade e solidariedade em vez de barreiras", disse o Papa, ressaltando que esta é a Igreja "sem fronteiras", que "se sente a mãe de todos", que "sabe segurar pela mão e acompanhar para ajudar a levantar".

"Não nos esqueçamos: a mão sempre estendida! É a mão de Jesus que ajuda os outros a levantarem-se", acrescentou o Papa na audiência geral onde continuam as catequeses sobre os Atos dos Apóstolos e que, nesse dia, tinham como centro o episódio do paralítico de nascimento que mendigava diante do Templo, "paradigma - enfatizou o Papa - dos muitos excluídos e descartados da sociedade".

Como sempre acontece, Francisco voltou a criticar o consumismo e o dinheiro. O Templo nos tempos de Jesus "além de ser o centro religioso, era também um lugar de trocas econômicas e financeiras: contra essa redução haviam se insurgido os profetas e até mesmo o próprio Jesus. Mas quantas vezes eu penso nisso quando vejo alguma paróquia onde se acredita que o dinheiro é mais importante que os sacramentos. Por favor: Igreja pobre! Peçamos isso ao Senhor", disse o Papa Francisco.

Por fim, ele desejou boas férias à sua maneira: "As férias são uma oportunidade para descanso, mas também uma oportunidade para reavivar os laços - disse Francisco - Irmãos e irmãs, desejo-lhe boas férias. Sejam para você não só a possibilidade de descanso, mas também a oportunidade de reavivar os laços de amor com Deus e com os homens. Não negligenciem a oração cotidiana, a participação na Eucaristia dominical e o compartilhamento de tempo de com os outros. Contemplem a beleza da criação, glorificando a onipotência, a sabedoria e o amor do Criador ".

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