Os povos indígenas Xikrins e Kaiapós serão indenizados por Mineradora

Índio. | Foto: Mídia Ninja, APIB Comunicação, Flickr.

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22 Novembro 2018

"Os seus territórios devem ser respeitados e as suas águas não podem sofrer alterações devido a vida e à saúde de todos. O Rio Cateté está sendo contaminado por outros produtos que não favorecem os povos indígenas. O Senhor nos solicita essa presença junto aos povos que mais sofrem na sociedade, os pobres, os povos indígenas", escreve Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá - PA.

Eis o artigo.

Repercutiu muito nos jornais da Região Sul e Sudeste (Correio) a indenização que os povos indígenas Xikrins e Kayapós deverão receber da mineração Onça, subsidiária da Vale, na extração de ferro-níquel no Sul do Pará, em Ourilândia do Norte na qual estes povos, em parte são pertencentes à Diocese de Marabá pelo CIMI. Foi muito importante esta decisão na qual o Ministério Público Federal exigiu a suspensão de atividades junto aos povos indígenas, causando danos ambientais e à saúde de todos, sobretudo dos povos indígenas. A ação civil determinou que as empresas apresentassem planos de prevenção e mitigação e compensação aos povos indígenas atingidos.

Com as ações de extração de ferro-níquel, deve-se dizer que depois de terem feitas as devidas averiguações, o Rio Cateté, rio importante para os povos indígenas, está bastante contaminado. Uma redução de alimentos como peixes, foram reduzidos o que antes eram abundantes. É evidente que os povos indígenas tiveram que buscar alternativas em outros lugares para a sua alimentação diária. Muitos materiais pesados foram despejados no rio de modo que não dava mais produção de peixes tornando-a a água contaminada. Os Xikrins ficaram praticamente sem água para beber que não podiam segundo os MCS tomar banho nas águas do Rio Cateté, fonte de vida para todos e aos povos indígenas. Os povos indígenas deverão receber indenização pela Vale. Segundo os depoimentos das autoridades competentes que julgaram essas coisas, o rio deve ser devolvido aos povos indígenas como era antes das instalações que causaram doenças, e problemas de saúde a esses mesmos povos.

Estamos em comunhão com estes povos indígenas, pelo fato de que sofrem as consequências do desenvolvimento desenfreado na Amazônia que não respeita os povos indígenas. Estamos em preparação ao Sínodo 2019, de modo que o tema que se refletirá Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral ajude-nos a enfrentar as questões de vida, sobretudo com os povos indígenas, nas quais são necessários a demarcação de suas terras, o respeito de seus territórios, a vida digna para esses povos, as águas que não podem ser contaminadas pelos produtos de minérios. Tudo é o obra do Criador de modo que o ser humano não pode violar o valor das coisas e da natureza. São Paulo afirma que a natureza espera a libertação almejada em Cristo Jesus (Cfr. Rm 8,22). Esperamos que as autoridades judiciais acompanhem a vida dos povos indígenas e as empresas respeitem esses povos que vivem com os produtos naturais, sendo objeto de cobiça para essas empresas. Os seus territórios devem ser respeitados e as suas águas não podem sofrer alterações devido a vida e à saúde de todos. O Rio Cateté está sendo contaminado por outros produtos que não favorecem os povos indígenas. O Senhor nos solicita essa presença junto aos povos que mais sofrem na sociedade, os pobres, os povos indígenas.

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