Bolsonaro derruba até 1 bilhão de árvores na Amazônia em 12 meses – Frases do dia

Área de floresta derrubada e queimada na região da vicinal do Salomão, no munícipio de Apuí, sul do Amazonas. (Foto: Bruno Kelly | Amazônia Real)

22 Novembro 2021

 

Bolsonaro derruba até 1 bilhão de árvores na Amazônia em 12 meses

 

“Bolsonaro derruba até 1 bilhão de árvores na Amazônia em 12 meses. Corte raso de 13.235 quilômetros quadrados derrubou 2,8 milhões de toras por dia, 32 a cada segundo” – Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-11-2021.

 

 

A contribuição de cada brasileiro na dizimação da Amazônia

 

“Pouco importa se o leitor se incomoda com a destruição da Amazônia, se votou em Jair Bolsonaro ou se considera a crise do clima uma farsa para impedir o desenvolvimento nacional: entre agosto de 2020 e julho de 2021, cada brasileiro contribuiu com quatro árvores para dizimar a maior floresta tropical do mundo. (...) Ou seja, 1 bilhão de árvores mortas só neste ano, 83,3 milhões por mês, 2,8 milhões por dia, 116 mil por hora, 2.000 por minuto, 32 por segundo (ao ler este texto em voz alta, mais 7.500 estarão no chão)” – Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-11-2021.

 

 

Sem vergonha na cara

 

“Por aqui, a destruição da mata atlântica, da floresta amazônica, do cerrado, da caatinga e do Pantanal tem contribuído só para abrir áreas de pastagens improdutivas e para enriquecer garimpeiros, madeireiros ilegais, grileiros e pecuaristas. O povo de quem Bolsonaro gosta e que vota nele sem pestanejar. O leitor talvez não se incomode com a destruição da Amazônia, pode ter votado em Bolsonaro e considerar a crise do clima uma farsa contra o desenvolvimento nacional. Quem sabe não se importe com as mentiras do governo Bolsonaro em Glasgow nem com a ocultação dos dados do desmatamento antes da COP-26. Esse é o problema: uma parte considerável do Brasil não tem vergonha na cara” – Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-11-2021.

 

 

Marca do governo no Enem: um destruidor da Educação

 

“A decisão do governo Bolsonaro de não rever a regra que nega o direito à taxa de isenção àqueles que não compareceram ao exame no ano anterior dificultou deliberadamente a participação de várias pessoas que em 2020, em um dos períodos mais críticos da pandemia, faltaram no dia da aplicação, e não podem arcar com a taxa de R$ 85. Está aí a verdadeira marca desse governo no Enem, ou seja, tem sido um destruidor da Educação” – Priscila Cruz, mestre em Administração Pública pela Harvard Kennedy School of Government, presidente e co-fundadora da Organização sem fins lucrativos Todos pela Educação – O Estado de S. Paulo, 21-11-2021.

 

 

Passo atrás na diminuição das desigualdades

 

“Quando se trata de Educação, é preciso combinar respostas emergenciais com políticas de longo prazo. Privar os mais pobres do acesso ao ensino superior é um enorme passo para trás na diminuição das desigualdades socioeconômicas. Bloquear as melhores oportunidades para quem mais precisa, e para aqueles que foram mais prejudicados pela pandemia e abandonados pelo governo federal, custará caro ao desenvolvimento do País” – Priscila Cruz, mestre em Administração Pública pela Harvard Kennedy School of Government, presidente e co-fundadora da Organização sem fins lucrativos Todos pela Educação – O Estado de S. Paulo, 21-11-2021.

 

 

E se uma viagem do petista ao país repetir o êxito de seu périplo europeu?

 

“Depois que Bolsonaro foi aos emirados árabes para andar de motocicleta enquanto Lula era recebido como um chefe de Estado na Europa, um pesadelo diplomático assombra o Planalto. É a possibilidade de ele ir aos Estados Unidos no ano que vem. Se Lula se encontrar com metade das vítimas das caneladas do bolsonarismo, repetirá o êxito do périplo europeu” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-11-2021.

 

 

Governo do partido militar, na boquinha e na ideologia

“Quando se fala em polícia no governo Bolsonaro, ou se trata de incentivo a motim ou de investigação sobre interferências indevidas. Programa de segurança pública? É um cadáver que Sergio Moro levou consigo quando foi posto para fora do governo. Não nasceu outro. Os oficiais-generais que ficaram nos quarteis agora se dizem "decepcionados" com Bolsonaro, que não eram bolsonaristas, apesar da esteira que leva generais do Alto Comando do Exército ao Planalto. Agora são moristas. Sim, este é também um governo do partido militar, na boquinha e na ideologia, sócio do centrão. Os generais ficaram quietos. Tentam sair de fininho da casa que ajudaram a explodir. Levam intactos os aumentos de salário” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-11-2021.

 

 

Lula e o consumo como centro da sua política

 

“Mas ele (Lula) não fala nada nesse sentido (da social-democracia). O que ele fala é o que essa social-democracia lá (da Europa) quer ouvir, que ele aqui é o protagonista da luta contra as elites, contra as oligarquias, o atraso, a violência e a queima da Amazônia. Alguns temas se vinculam à social-democracia de lá, mas ele tem de ser um protagonista contra a injustiça que existe nos países subdesenvolvidos e, como a Europa não fará mais a revolução e não apoia mais um personagem que venha do atraso, a social-democracia europeia preza muito bem protagonistas como Lula, que são, na visão deles, a expressão da luta contra a miséria e a pobreza fora da Europa, algo que vem dos socialistas franceses de (François) Mitterrand e dos socialistas italianos, como Lelio Basso. Lula mantém essa ambiguidade. Ele não assume nem o discurso do paradigma da revolução nem a identificação com a social-democracia. Qual é a lógica da política internacional do Lula: é o capitalismo brasileiro ocupar um lugar no mundo, o que o Luiz Werneck Vianna chamou de 'capitalismo grão-burguês'. E também não assume a lógica dos que falam na democracia como valor universal, que também tem como referência o socialismo. Lula sempre recusou as duas identidades gerais da esquerda: a comunista e a social-democrata. E nunca assumiu a identidade revolucionária guevarista, mas sempre transitou entre ela, o que faz com que ele seja o personagem que é. O projeto dele é fazer com que a economia cresça e o consumo se amplie e as classes populares cheguem a um patamar de classe média. O centro dessa política é o consumo. Não é educação, ciência, tecnologia ou o rearranjo dos vetores de mercado” – Alberto Aggio, historiador, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), especialista na história política da América Latina e autor de Um Lugar no Mundo: Estudos de História Política Latino-Americana – O Estado de S. Paulo, 21-11-2021.

 

 

Plano de choque

 

“O ano de 2023 não será 2003, primeiro de Lula 1. Deve ser o décimo ano de economia empobrecida. Sem um plano de choque logo de início, o próximo presidente pode perder seu governo inteiro” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 18-11-2021.

 

 

País arruinado

 

“Ninguém sabe o que Lula faria, se eleito. Não se sabe nem o que dirá na campanha. A pergunta aqui não é o que diria para "tranquilizar o mercado", uma bobice assim, embora vá precisar dessa armadura, pois tende a ser triturado em várias frentes, na econômica também. A depender do nível da campanha, qualquer eleito vai pegar um país tão mais arruinado que será ainda mais difícil de reformar” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 18-11-2021.

 

 

Moro. Um slogan com adeptos

 

“Moro não tem nada disso (plano de governo). Por ora, é um slogan com adeptos em parte da elite econômica que infla o balão dele, entre militares, entre direitas órfãs de Jair Bolsonaro e entre um número de eleitores já quase bastante para furar o pneu de outros calhambeques que andam pela "terceira via". É tudo” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 18-11-2021.

 

 

Vai dar besteira

 

“Estamos à beira de um processo de "brasilianização", fratura política e ruína socioeconômica crônicas, nossa versão do que se vê em maior ou menor grau na "venezuelização" e na "argentinização" —o "risco Venezuela", aliás, cresceu com o bolsonarismo. As elites do poder não estão nem aí, ora dedicadas a montar esquemas eleitoreiros. Assim, vai dar besteira” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 18-11-2021.

 

 

Bannon e a zona de merda

 

“Steve Bannon, o criminoso indiciado que deve rolar de rir da credulidade do deslumbrado parlamentar, explicou seu método em 2019: "A oposição real é a mídia. E a maneira de lidar com eles é inundar a zona de merda". O presidente (Bolsonaro) e seus filhos cumprem à risca a recomendação. A mídia, seguida da elite que mantém vínculos com a realidade, aumenta a velocidade do ventilador de merda” – Lúcia Guimarães, jornalista – Folha de S. Paulo, 17-11-2021.

 

 

Os trolls de Bolsonaro é desorientar os seus críticos

 

“Há três anos perguntamos com raiva: como foi possível pessoas inteligentes no nosso círculo de amigos ou parentes se iludirem em 2018? Fazemos a pergunta errada. Um alto quociente de inteligência pode facilmente se tornar aliado na hora de racionalizar o indefensável. Vivemos caindo na armadilha da tática diversionista numa guerra epistêmica em que o inimigo é a realidade. O objetivo dos trolls de Bolsonaro não é a persuasão ideológica, é desorientar seus críticos. Se Bolsonaro for derrotado nas urnas, nada muda no ecossistema de realidade paralela que ele estimulou e usou como arma para governar. É uma luta assimétrica, porque um dos lados não acata fatos e considera a violência um recurso legítimo para capturar o poder” – Lúcia Guimarães, jornalista – Folha de S. Paulo, 17-11-2021.

 

 

Bolsonaro sabe bem para quem e quando mentir

 

“Entre nós, ainda há quem acredite que Bolsonaro mente por compulsão e já não sabe o que é mentira ou não. Não caia nessa. Ele não apenas sabe como sabe bem para quem e quando mentir. Ao mentir para os microfones internacionais, apenas finge se esquecer de que a maioria dos países tem gente séria no Brasil trocando informações, dados e projeções e mandando seus relatórios para a matriz” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 17-11-2021.

 

 

Único objetivo: manter-se no cargo, mesmo que para isso quebre o país

 

“O mundo é só um palanque para o político de baixo clero que ele nunca deixou de ser e cujo único objetivo é se sustentar no cargo, mesmo que para isso quebre o país. Bolsonaro deve acreditar que os 58 milhões que o elegeram continuam-lhe cativos, sem perda de um voto. Ou então acha que não precisa mais deles porque, ganhando ou perdendo em 2022, se garante com os fardados, do guarda da esquina aos generais, que continua a pôr literalmente no bolso” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 17-11-2021.

 

 

News-fakers, faria-limers

 

“Fake news, notícia falsa, mentirosa, pode não ser a palavra do ano, mas deveria ser a da década. É a arma por excelência dos covardes, daqueles que atiram pelas costas — no caso, disparos em massa — e, flagrados, negam. Nesta quinta (18), referindo-me aos que difundem os embustes de Jair Bolsonaro, chamei-os de news-fakers e só depois me ocorreu que poderia ter usado um perfeito equivalente em português, falsificadores de notícias. Perdão, ouvintes. Deve ser de tanto ouvir expressões em voga, como faria-limers, que define os endinheirados da avenida Faria Lima, em São Paulo, e sua variante faria-loser, perdedor, desmoralizado, referindo-se ao ex-ministro da Economia em atividade Paulo Guedes” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 18-11-2021.

 

 

Blearghh!

 

“Leitores escreveram apoiando uma onomatopeia que usei outro dia (29/10) ao descrever a sensação de asco diante de alguma nova agressão de Jair Bolsonaro ao Brasil. A onomatopeia era "Blearghh!", criada por Jaguar no Pasquim dos anos 70 para identificar o som de um vômito. Jaguar, o maior cartunista brasileiro de todos os tempos e a quem devemos uma edição abrangente de sua obra, fez dela a trilha sonora de seu personagem Gastão, o Vomitador, que assim expressava sua reação ao que acontecia no Brasil da ditadura. O Brasil de Bolsonaro obrigaria Gastão a vomitar de hora em hora” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 22-11-2021.