21 Agosto 2019
Anos atrás, o jovem gerente de uma empresa de alimentos italiana foi convocado para os EUA pela multinacional que tinha o controle do grupo. Os acionistas elogiaram-no por ter conseguido os melhores resultados de todo o grupo. Reconheceram que ele havia conquistado a máxima cota possível de mercado. No entanto, pediram-lhe para aumentar os lucros em mais dez por cento, cortando postos de empregos. O jovem gerente aproximou-se do microfone e disse uma única palavra: "Why?"
O comentário é de Massimo Gramellini, publicado por Corriere della Sera, 20-08-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
A interrogação pairou no silêncio atapetado da sala de reuniões. Por que demitir as pessoas que haviam construído aquele pequeno milagre, jogando famílias inteiras na rua? Para permitir que trinta proprietários de barcos e vilas comprassem um barco ainda mais comprido e uma vila ainda maior? Não havia outra resposta e, de fato, não houve resposta. Mas se decidiu momentaneamente adiar.
A resposta chegou ontem e é uma notícia que tem todo o ar de ser um pouco mais importante, para os nossos destinos, do que os embustes de Renzi e os contra-embustes de Salvini. De Amazon à General Motors, os chefes de duzentas multinacionais se comprometeram, por escrito, a não fazer mais do lucro dos acionistas o único objetivo. A partir de agora, também contarão as razões dos trabalhadores e dos fornecedores, dos clientes e do meio ambiente. Eles não se tornaram de repente bonzinhos. Mas são homens de negócio e eles entenderam que um mundo injusto demais não é mais um negócio nem mesmo para eles.
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