Burke tentou convencer Festing a desobedecer ao Papa e a não renunciar à direção da Ordem de Malta

Imagem: reprodução / Pixabay

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

27 Janeiro 2017

A volta do ex-Grão-Chanceler Von Boeselager, destituído do cargo. A oposição do cardeal Burke à renúncia de Matthew Festing como Grão-Mestre, mesmo após o pedido do Papa. A confirmação de que o Vaticano está investigando a má gestão de um caso de abusos por Festing. As novidades no caso da Ordem de Malta indicam que nem tudo na congregação está resolvido.

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 26-01-2017. A tradução é de André Langer.

Citando fontes da Ordem, Christopher Lamb – correspondente em Roma do Tablet – insinuou que a decisão do Papa de tirar Festing e nomear um delegado pontifício para o governo da organização implicaria, por um lado, na reintegração de Von Boeselager ao seu posto e, por outro, na revogação de todas as decisões tomadas pelo governo da Ordem após a sua saída.

O jornalista recordou que após a eclosão do escândalo pela demissão de Von Boeselager, o secretário de Estado, Pietro Parolin, escreveu duas vezes a Festing para recordar-lhe que tanto ele como o cardeal Burke traíram a vontade do Papa. E que o que o Pontífice queria era que as diferenças fossem resolvidas com diálogo.

Assim, Parolin instou-os se emendarem e a “suspender” a ação disciplinar contra o maltratado ex-Grão-Chanceler. Suspensão que já parece mais que uma possibilidade, agora que o Papa finalmente conseguiu endireitar a Ordem e acabar com a rebelião de seus máximos responsáveis.

Enquanto isso, a Ordem de Malta comunicou apenas que o Conselho Soberano da congregação se reunirá neste sábado para tratar e oficializar a renúncia de Festing como Grão-Mestre.

Entretanto, continua a vir à tona outro tipo de escândalo envolvendo a atuação de Festing. Andrea Tornielli revela no Vatican Insider que Festing e Burke teriam manipulado a informação transmitida ao Papa sobre a distribuição de preservativos no Terceiro Mundo, sob a responsabilidade de Von Boeselager. Esta seria a conclusão a que teria chegado a comissão de investigação do Vaticano encarregada de investigar a saída do ex-Grão-Chanceler.

O cardeal Burke, por sua vez, acrescenta o vaticanista, após o encontro em que Francisco pediu a Festing que renunciasse, fez de tudo para convencê-lo a não renunciar. Uma prova a mais de que o cardeal ultraconservador teria se oposto aos desejos do Papa Francisco.

Finalmente, o The Tablet sustenta que os investigadores do Vaticano “têm conhecimento” de um caso de abusos de menores na congregação que o ex-Grão-Mestre Festing teria administrado de forma negligente.

Um cavaleiro integrado por Festing ao Conselho Soberano, Duncan Gallie, foi um dos quatro responsáveis por uma investigação interna de um ex-sacristão da Ordem em Londres, Vernon Quaintance, acusado de agressões sexuais de menores.

Gallie e os outros cavaleiros concluíram em 2011 que não se devia tomar medida alguma contra Quaintance, que em 2014 foi incriminado por nove casos de abusos e posse de material pornográfico infantil. Apesar de tudo isso, Gallie continua morando em Roma e participando das reuniões do Conselho Soberano.

Leia mais