Francisco intensifica tolerância zero à pedofilia com a indicação de dois membros da Comissão Antiabusos para dicastérios vaticanos

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06 Abril 2017

O Papa Francisco deu mais um passo para responder as demandas das vítimas de abusos sexuais do clero. Depois da saída de Marie Collins da Comissão Antiabusos, após denunciar os obstáculos da Congregação para a Doutrina da Fé para responder os sobreviventes, Bergoglio nomeou, ontem, um novo supervisor na seção disciplinar do ex-Santo Ofício.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 05-04-2017. A tradução é do Cepat.

Trata-se de dom John Kennedy, cuja nomeação ocorre dias após a designação do jesuíta Hans Zollner, um dos principais especialistas da Igreja católica na luta contra a pedofilia clerical, como assessor da Congregação vaticana para o Clero.

Assim, o Papa coloca dois de seus homens de confiança em dois dos dicastérios responsáveis pela resposta às vítimas, punição aos abusadores e prevenção dos mesmos entre os sacerdotes. Só restariam, pois, mudanças na Congregação para os Bispos e a Vida Consagrada, para fechar o círculo de tolerância zero diante do descuido de bispos e responsáveis por congregações.

Nas últimas semanas, a Congregação para a Doutrina da Fé havia sido fortemente questionada após a renúncia de Marie Collins, que denunciou uma resistência “inaceitável” às propostas da comissão por parte do dicastério presidido pelo cardeal Müller.

Sua saída, no entanto, conseguiu fazer com que tanto o cardeal O’Malley, como o próprio Francisco, dessem um novo impulso às reformas, apesar dos obstáculos dos setores mais conservadores. A chamada de atenção de Collins serviu para a Comissão Antiabusos propor novas ideias para proteger as crianças e a incentivar, a partir do Papado, as nomeações de Kennedy e Zollner.

Kennedy foi assistente do anterior chefe da comissão disciplinar, o reverendo Miguel Funes Díaz, um dos três funcionários da congregação que renunciaram recentemente. O porta-voz do Vaticano, Greg Burke, disse que Francisco tinha aprovado suas substituições, além da soma de mais pessoas para lidar com os casos, cujo processo se alarga entre dois e três anos.

Em 2001, a Congregação para a Doutrina da Fé assumiu a responsabilidade de processar os casos de abusos contra menores, por um empenho do então cardeal Ratzinger, que entendeu que as dioceses não estavam atuando contra os padres pedófilos conforme a lei canônica.

O cardeal Sean O’Malley, que encabeça a comissão assessora sobre abusos, destacou, nas últimas semanas, como a Congregação para a Doutrina da Fé precisava de mais recursos para lidar com a acumulação de casos e assuntos relacionados. Neste ano, Francisco nomeou O’Malley como membro de tal dicastério, em mais um gesto que evidencia a intenção do Pontífice em obrigar Müller a levar a sério a luta contra os abusos.

Por sua parte, Zollner se incorporou à comissão assessora da Congregação para o Clero. O jesuíta encabeça o Centro para Proteção de Crianças, na Universidade Pontifícia Gregoriana, que administra programas para treinar pessoas da Igreja a respeito da proteção às crianças e consciência do abuso.

Como assessor da Congregação para o Clero, aconselhará o escritório do Vaticano responsável em formar os sacerdotes católicos do mundo a respeito do tratamento a menores e da necessária colaboração com as autoridades, quando ocorrerem tais casos.

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