No dia 2 de outubro, inicia em Roma a 36ª Congregação Geral dos Jesuítas

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28 Setembro 2016

Iniciará formalmente no próximo domingo, às 17h30, com a missa celebrada na Igreja do Gesù pelo mestre da ordem dominicana, Bruno Cadoré, a 36ª Congregação Geral dos Jesuítas, convocada após a renúncia apresentada pelo atual superior geral, padre Adolfo Nicolás. Será uma reunião inédita, em muitos aspectos, não só porque no sólio pontifício está sentado, pela primeira vez, um papa jesuíta.

A reportagem é do jornal L'Osservatore Romano, 27-09-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A Companhia de Jesus, fundada em 1540 por Santo Inácio de Loyola, está vivendo, assim como outras ordens religiosas, uma profunda transformação, tanto que o próprio Nicolás, apresentando a Congregação, falou de tempos que "mudaram": há um "nova consciência na Companhia – disse – de precisar de audácia, imaginação e coragem para enfrentar a nossa missão como parte da Missão maior de Deus para o nosso mundo".

Um mundo que, no que diz respeito à composição da Companhia, é cada vez mais caracterizado geograficamente pelas fronteiras do chamado Sul Global, aquela grande porção do planeta que se estende idealmente do sul da Ásia à América do Sul, à África e Madagascar.

Basta pensar que, dos mais de 700 noviços que fazem parte da Companhia de Jesus, de acordo com os dados de 2015, nada menos do que 63% são representados por africanos e asiáticos.

No Vietnã, apenas como exemplo, se, em 1975, quando eles foram expulsos, contavam-se 26 jesuítas, hoje o número subiu para 210, incluindo os 140 envolvidos no processo de formação.

Tudo isso levou, ao longo destes anos, a uma reorganização também da estrutura de governo da própria Companhia, que conta com 16.740 membros no mundo, entre sacerdotes, irmãos coadjutores (leigos), escolásticos e noviços.

Transformações ilustradas no relatório sobre o estado da Companhia, o documento que os 215 eleitores provenientes de 62 países diferentes são chamados a analisar antes de proceder à eleição do novo superior geral.

O processo de escolha é muito particular: não existe nenhum candidato, assim como não está prevista uma data de encerramento dos trabalhos. Depois de estudar o relatório e debatê-lo publicamente, cada eleitor é autorizado a perguntar a outro quem ele acredita que pode ter os requisitos adequados para enfrentar os desafios diante da Companhia. Mas o debate só pode ser individual; não pode ocorrer em grupo e, além disso, ninguém pode fazer formalmente qualquer candidatura.

Violações desses procedimentos são examinadas por uma comissão especial criada com o objetivo de punir as indevidas "ambições". Esgotados os quatro dias das chamadas "murmurações", os eleitores ouvem uma exortação de cerca de 15 minutos, para depois se recolherem em oração por outros 45 minutos.

"Tudo está estabelecido – explicou o padre Orlando Torres, diretor do Colégio Internacional do Gesù, em Roma – no livreto da ‘Fórmula da Congregação Geral’. Tudo, exceto aquilo que o Espírito Santo vai decidir."

O procedimento foi ilustrada pelo padre Torres durante uma coletiva de imprensa que ocorreu no novo salão da Cúria Generalícia de Roma (foto acima), onde serão realizados os trabalhos da Congregação, na presença do padre Antonio Moreno, provincial das Filipinas, e do padre Federico Lombardi, assistente ad providentiam do superior geral e ex-diretor geral da Rádio Vaticano e ex-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Superiores gerais dos jesuítas, desde a fundação até hoje

A eleição do novo superior geral, o 31º da história da Companhia, explicou o padre Lombardi, não irá ocorrer presumivelmente antes da segunda semana da Congregação. Após a conclusão dos procedimentos de eleição, o nome será comunicado ao papa.

"Renovar a resposta da Companhia às necessidades do tempo e renovar a sua estrutura para tornar efetiva essa resposta", disse o padre Moreno, são os principais objetivos dos trabalhos que a Congregação é chamada a desempenhar.

O lema contido no logotipo escolhido por ocasião dessa reunião – "Remando mar adentro" – retoma a exortação, dirigida pelo Papa Francisco aos jesuítas em 2014, por ocasião do bicentenário da reconstituição da Companhia de Jesus. Uma indicação precisa, que se conecta plenamente com a tradicional missão jesuíta.

Além disso, disse o padre Lombardi, resumindo as mensagens que o próprio pontífice, durante estes três anos, enviou aos coirmãos, os jesuítas são chamados a afirmar a centralidade de Cristo no mundo, a serviço da Igreja e do papa, na consciência de que o jesuíta deve saber ser um pecador que precisa se converter e um homem de pensamento aberto e à escuta. Um homem do diálogo e do discernimento.

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