A tensão entre a ciência e a religião: Uma disputa pela verdade ou pelo poder? Entrevista especial com Ricardo Rabenschlag

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03 Julho 2016

“A disputa entre ciência e religião não é uma disputa pela verdade, e sim pelo poder, daí que o campo onde é travada esta batalha não seja a universidade, lugar onde se produz conhecimento teórico, e sim a escola pública e a mídia, lugar onde se forma a opinião pública”, adverte o filósofo.

Imagem: messagetoeagle.com

“O debate científico sobre a origem da vida não é teórico pela simples razão de que não existe uma teoria científica que explique a origem da vida”, diz Ricardo Rabenschlag à IHU On-Line. Ao contrário, frisa, “tudo que temos são hipóteses que podem ou não servir de base para o desenvolvimento de uma explicação científica sobre a origem da vida em nosso planeta, incluindo a hipótese do design inteligente”. Entretanto, pontua, “motivações políticas” têm determinado a discussão atual entre os novos ateus e os defensores da hipótese do design inteligente, e “o que está em jogo é o papel da ciência na sociedade moderna”.

Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, o filósofo explica que no atual debate entre esses dois grupos, “o que está em questão não é a evolução do homem a partir de espécies não humanas, nem os limites da teoria da evolução para a explicação da origem da vida ou da complexidade inerente à vida, como querem fazer crer ambos os lados da disputa”. Segundo ele, “os protagonistas deste debate têm pouco ou nenhum conhecimento de epistemologia” e repetem “alguns mantras”, como o “critério popperiano de cientificidade, que se fossem levados a sério pelos cientistas provocariam um estrago maior na ciência que todas as perseguições da Igreja, incluindo as do cardeal Belarmino”.

Ricardo Rabenschlag lembra que na Idade Média “havia um intenso e riquíssimo debate teórico sobre todas estas questões que animam o debate atual”, e os filósofos medievais “realmente estavam interessados em buscar a verdade em relação às origens da vida, do homem e do Universo”. Apesar de também ter havido uma “disputa política” nesse período, ressalta, “havia uma separação nítida entre o debate teórico e o embate político”. Nos dias de hoje, diferentemente, constata, a “confusão” “impera entre o debate teórico e o embate político”.

Ricardo S. Rabenschlag é graduado, mestre e doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, com período sanduíche junto à University of Virginia, EUA. Foi Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação junto à Universidade Estadual do Rio Grande do Sul e atualmente leciona na Universidade Federal de Alagoas, onde desenvolve pesquisas nas áreas de Epistemologia e História da Ciência. Também está fazendo seu Pós-Doutorado no PPG em Filosofia na Unisinos.

Confira a entrevista.

Foto: Grupogaz.com.br

IHU On-Line - Quais são as origens da teoria do design inteligente?

Ricardo Rabenschlag - A chamada teoria do design inteligente surge nos EUA no final da década de 1980 como resposta à decisão da Suprema Corte americana de proibir o ensino do criacionismo nas aulas de biologia ministradas nas escolas públicas americanas. Para fundamentar tal proibição, os magistrados americanos alegaram que em virtude do seu caráter teológico a teoria criacionista estava diretamente vinculada a uma determinada tradição religiosa e que, portanto, ensiná-la como se fosse uma teoria científica constituiria um atentado contra o estado laico. No intuito de contornar esta restrição legal, os criacionistas decidiram separar o componente teleológico do componente teológico do criacionismo, criando assim a teoria do design inteligente, que afirma que certos aspectos do mundo natural são fruto de um projeto inteligente, mas não se compromete com a identificação deste misterioso projetista que, a princípio, poderia ser uma entidade natural, o que justificaria a inclusão da teoria do design inteligente nos conteúdos científicos a serem ensinados aos estudantes das escolas púbicas americanas.

IHU On-Line - Por que, de modo geral, os cientistas consideram a teoria do design inteligente uma pseudociência?

Ricardo Rabenschlag - Para os críticos da teoria do design inteligente e em especial para os chamados novos ateus como Cristofer Hitchens [1], Daniel Dennett [2], Richard Dawkins [3] e Sam Harris [4], ela não é uma teoria científica por não ser empiricamente falseável. Não creio, contudo, que esta seja uma caracterização adequada do estatuto epistemológico da teoria do design inteligente. Em primeiro lugar, porque não há na literatura especializada nenhum critério amplamente aceito para distinguir ciência de pseudociência, e boa parte dos estudiosos do tema questiona a relevância do chamado problema da demarcação [5]. Em segundo lugar, o falsificacionismo, que é a solução proposta por Karl Popper [6] e aceita pelos novos ateus para o problema da demarcação, é amplamente descrita pelos estudiosos do tema como sendo apenas mais uma tentativa fracassada de demarcar os limites entre o que é ciência e o que não é ciência, juntamente com o verificacionismo e o confirmacionismo.

Por fim, discordo da caracterização feita pelos novos ateus por acreditar que o problema com a teoria do design inteligente tem menos a ver com a sua suposta cientificidade do que com o seu suposto caráter teórico. Ainda que o nome indique o contrário, a teoria do design inteligente não é uma teoria, e sim uma hipótese acerca de certos aspectos do mundo natural e, como tal, não vejo nenhum problema em considerá-la como legítima.

"Sobretudo nos Estados Unidos, a disputa entre ciência e religião não é uma disputa pela verdade e sim pelo poder"

IHU On-Line - Filosoficamente, quais são as suas justificativas para aceitar ou pelo menos considerar o design inteligente como sendo uma hipótese científica?

Ricardo Rabenschlag - Em sentido estrito, uma hipótese científica é uma hipótese derivada de uma teoria científica. Nesse sentido, podemos afirmar com absoluta certeza que a hipótese de que a vida na Terra é fruto da ação de um projetista inteligente não é científica pelo simples fato de que, até o momento, não existe nenhuma teoria científica capaz de explicar o surgimento da vida na Terra, a partir da qual se poderia inferir esta hipótese e submetê-la ao crivo experimental. Em sentido lato, contudo, para uma hipótese ser considerada científica é suficiente que ela sirva de estímulo ao desenvolvimento de uma teoria científica. Algo semelhante ocorre na Matemática quando se toma uma conjectura como ponto de partida para a demonstração de um novo teorema.

Nesse sentido ampliado do termo, não seria errado considerar a hipótese do design inteligente como uma hipótese científica, contanto que ela fosse utilizada como base para o desenvolvimento de novas linhas de investigação visando à formulação de uma teoria científica sobre a origem da vida em nosso planeta. Infelizmente, este não parece ser o caso. O que não me surpreende, pois, como disse anteriormente, a motivação central por trás da chamada teoria do design inteligente não é teórica, e sim política.

IHU On-Line - O senhor faz críticas aos teóricos do novo ateísmo. Quais são as falhas epistemológicas que identifica na argumentação deles e, de modo geral, quais são os equívocos filosóficos cometidos por esses teóricos?

Ricardo Rabenschlag - Como se depreende da resposta que dei à pergunta anterior, não sou um defensor da teoria do design inteligente; contudo, o ponto central do trabalho que estou desenvolvendo junto ao Curso de Pós-Graduação em Filosofia da Unisinos não é a crítica aos teóricos do design inteligente e sim aos novos ateus. A teoria do design inteligente me interessa, sobretudo, na medida em que as reações que ela provoca revelam os perigos do ateísmo militante na academia. Assim como ocorre no caso dos teóricos do design inteligente, a motivação fundamental dos novos ateístas é de ordem política e o debate político é eminentemente retórico e não teórico. Sobretudo nos Estados Unidos, a disputa entre ciência e religião não é uma disputa pela verdade, e sim pelo poder, daí que o campo onde é travada esta batalha não seja a universidade, lugar onde se produz conhecimento teórico, e sim a escola pública e a mídia, lugar onde se forma a opinião pública.

IHU On-Line – Quais são as motivações políticas que identifica tanto entre aqueles que defendem a teoria do design inteligente, quanto aos que defendem o novo ateísmo? Pode nos explicar por que esse debate tem tido mais relevância política do que teórica?

Ricardo Rabenschlag - O debate científico sobre a origem da vida não é teórico pela simples razão de que não existe uma teoria científica que explique a origem da vida. Tudo que temos são hipóteses que podem ou não servir de base para o desenvolvimento de uma explicação científica sobre a origem da vida em nosso planeta, incluindo a hipótese do design inteligente.

Quanto às motivações políticas, elas são muito variadas, embora os defensores da teoria do design inteligente sejam, em sua maioria, republicanos, e os novos ateus, democratas. Não posso deixar de mencionar que há muito dinheiro sendo ganho com palestras pagas a peso de ouro, venda de livros com edições gigantescas que se esgotam em poucas semanas e contribuições espontâneas para "a causa", estimuladas por ambos os lados. Estas particularidades, contudo, não são o foco da minha pesquisa, que não tem caráter sociológico e sim filosófico.

"O debate científico sobre a origem da vida não é teórico pela simples razão de que não existe uma teoria científica que explique a origem da vida"

 

IHU On-Line - Em palestra recente, o senhor fez menção ao modo como o debate sobre as origens era feito durante a Idade Média. Como esse debate que ocorreu na Idade Média foi sendo abandonado ou substituído por uma disputa entre criacionismo x evolucionismo?

Ricardo Rabenschlag - A diferença fundamental é que na Idade Média havia um intenso e riquíssimo debate teórico sobre todas estas questões que animam o debate atual; eles realmente estavam interessados em buscar a verdade em relação às origens da vida, do homem e do Universo. Obviamente que havia muita disputa política na Idade Média, mas havia também uma separação nítida entre o debate teórico e o embate político e isto porque os medievais dispunham de uma teoria sobre as origens, a teologia.

A teoria da evolução surge na segunda metade do século XIX, com os trabalhos de Darwin [7], Wallace [8] e Mendel [9], e só se consolida como teoria científica no final da década de 30 do século XX, com a chamada Nova Síntese ou Teoria Sintética da Evolução. A teoria da evolução, embora não seja uma teoria sobre a origem da vida e sim das espécies, é uma teoria sobre a origem da espécie humana e isto faz com que o debate entre criacionistas e evolucionistas sobre a origem do homem seja, de fato, um debate teórico. Ocorre que este debate já terminou e foi definitivamente vencido pelos evolucionistas, em 1953, quando Watson e Crick [10] descobriram o DNA, confirmando as bases genéticas da teoria sintética da evolução.

O debate atual entre os novos ateus e os teóricos do design inteligente não é um debate sobre as origens do homem. O que está em questão não é a evolução do homem a partir de espécies não humanas, nem os limites da teoria da evolução para a explicação da origem da vida ou da complexidade inerente à vida, como querem fazer crer ambos os lados da disputa. Como disse e repito, o debate é político e o que está em jogo é o papel da ciência na sociedade moderna.

IHU On-Line – Que modelo de ciência os defensores do novo ateísmo e do design inteligente querem defender?

Ricardo Rabenschlag - Como já observei anteriormente, os protagonistas deste debate têm pouco ou nenhum conhecimento de epistemologia. O resultado é, obviamente, desanimador, e tentar reconstituir um suposto modelo de ciência a partir da extensa e variada bibliografia sobre o tema seria uma perda de tempo. Contudo, há alguns mantras, repetidos, sobretudo, pelos novos ateus, como o já mencionado critério popperiano de cientificidade, que se fossem levados a sério pelos cientistas provocariam um estrago maior na ciência que todas as perseguições da Igreja, incluindo as do cardeal Belarmino [11].

IHU On-Line - O senhor identifica ganhos e perdas na discussão epistemológica nos dias de hoje, fazendo uma comparação com o modo como esse debate era feito na Idade Média?

Ricardo Rabenschlag - Do lado das perdas, a maior é sem dúvida a confusão que impera hoje entre o debate teórico e o embate político. Quanto aos ganhos, também não tenho dúvida de que o principal é o enorme avanço em nosso conhecimento do mundo natural, proporcionado, sobretudo, pelo desenvolvimento da Física, da Química e da Biologia modernas, o que nos remete às relações entre ciência e filosofia.

IHU On-Line - Por que, segundo o senhor, a metafísica não deve ser descartada no debate epistemológico, especialmente quando se trata de discutir o naturalismo?

Ricardo Rabenschlag - Na minha opinião, os empiristas modernos estão equivocados em sua rejeição à metafísica e, a exemplo dos antigos e dos medievais, penso que toda discussão epistemológica deve ser precedida de uma discussão metafísica.

IHU On-Line - Por quais razões muitos epistemólogos e inclusive filósofos da ciência recusam a metafísica?

Ricardo Rabenschlag - Há uma grande confusão a respeito disso. Em primeiro lugar, a metafísica pode ser entendida seja como uma teoria acerca do sobrenatural e, nesse sentido, ela se opõe ao naturalismo, seja como uma teoria acerca dos aspectos mais gerais do ser e, neste outro sentido, ela é perfeitamente compatível com uma atitude naturalista. A filosofia moderna se caracterizou pelo gradual abandono da metafísica, no sentido de uma teoria acerca do sobrenatural, e a principal razão deste abandono é o enorme sucesso da ciência e da tecnologia modernas.

Os empiristas clássicos e posteriormente os neoempiristas radicalizaram o processo de modernização do pensamento, extirpando qualquer resquício de metafísica tanto na ciência como na filosofia, o que os levou a abandonar qualquer tentativa de fundamentação a priori do conhecimento. Em minha opinião, e na opinião de muitos outros, esta radicalização do modernismo foi longe demais, e o pós-modernismo, seja na versão francesa ou americana, é a expressão mais óbvia do fracasso deste projeto.

 

"Não vejo como alguém possa seriamente negar que haja conhecimento fora da ciência, do contrário teria que sustentar que antes do surgimento da ciência não havia conhecimento"

IHU On-Line - Ao que tudo indica, o senhor defende que há possibilidade de conhecimento fora da ciência. Pode justificar sua posição?

Ricardo Rabenschlag - Não vejo como alguém possa seriamente negar que haja conhecimento fora da ciência, do contrário teria que sustentar que antes do surgimento da ciência não havia conhecimento, o que é absurdo. Mais relevante do que a questão de saber se há conhecimento fora da ciência, é a questão de saber se há aspectos do mundo cuja compreensão ultrapassa os limites da investigação  científica. Para o naturalista científico, a resposta a essa outra pergunta é negativa. Segundo ele, tudo é natural e a moderna ciência natural é a melhor forma de compreender a natureza.

Como se depreende da minha resposta à questão anterior, não creio que esta tese seja defensável. Supondo que ela estivesse correta, a afirmação de que tudo é natural deveria ser considerada uma hipótese científica e, por conseguinte, deveria estar sujeita a uma possível refutação experimental, o que não faria o menor sentido para um naturalista científico.

Em resumo, para o naturalista científico, o naturalismo deve ter um sentido puramente metodológico e, neste caso, o naturalismo serve tão somente para circunscrever o domínio da ciência. O que ultrapassa os limites da investigação científica, não pode, por óbvio, ser objeto de conhecimento científico, mas isso não significa que não possa ser objeto de outras formas de conhecimento.

Por Patricia Fachin

Notas:

[1] Christopher Hitchens (1949): jornalista, escritor e crítico literário britânico. Durante a guerra do Iraque, tornou-se um combativo apoiador da decisão de George W. Bush, o que o tornou muito conhecido, impopular, entre uma esquerda que ele acusou de trair os próprios ideais. Amor, Pobreza e Guerra (Ediouro: 2006. 370p.), que reúne 34 artigos de sua autoria com críticas à Madre Teresa de Caucutá, fala sobre o 11 de setembro e a Guerra do Iraque, é uma das suas obras. (Nota da IHU On-Line)

[2] Daniel Clement Dennett (1942): filósofo norte-americano cujas pesquisas estão direcionadas à filosofia da mente e da biologia. Confira a entrevista concedida por Dennett à edição 300 da IHU On-Line, em 13-07-2009, intitulada Não fomos criados à semelhança de Deus: ele é que foi criado à nossa semelhança. (Nota da IHU On-Line)

[3] Clinton Richard Dawkins (1941): zoólogo, etólogo, evolucionista e popular escritor de divulgação científica britânico, natural do Quênia, além de professor da Universidade de Oxford. É conhecido principalmente pela sua visão evolucionista centrada no gene, exposta em seu livro O Gene Egoísta, publicado em 1976. O livro também introduz o termo "meme", o que ajudou na criação da memética. Em 1982, ele realizou uma grande contribuição à ciência da evolução com a teoria, apresentada em seu livro O Fenótipo Estendido, de que o efeito fenotípico não se limita ao corpo de um organismo, mas sim de que o efeito influencia no ambiente em que vive este organismo. Desde então escreveu outros livros sobre evolução e apareceu em vários programas de televisão e rádio para falar de temas como biologia evolutiva, criacionismo, religião. Ele também defende e divulga correntes como o ateísmo, ceticismo e humanismo. (Nota da IHU On-Line)

[4] Sam Harris (1967): é um escritor, filósofo, e neurocientista americano. É o autor de O Fim da Fé (2004) (no português brasileiro, "A Morte da Fé"), laureado com o prêmio PEN/Martha Albrand em 2005, e de Carta a Uma Nação Cristã (2006), uma resposta elaborada às críticas que o livro anterior recebeu. Em 2009, ele completou o seu doutorado em neurociência na Universidade da Califórnia em Los Angeles. (Nota da IHU On-Line)

[5] Na filosofia da ciência, problema da demarcação refere-se à distinção, ou seja, à demarcação entre o que caracteriza teorias científicas e teorias não científicas. (Nota da IHU On-Line)

[6] Karl Popper (1902-1994): filósofo austríaco-britânico. Destacou-se como filósofo social e político e como defensor da democracia liberal. É conhecido como o criador do conceito de falseabilidade, que a coloca como uma característica fundamental para a demarcação científica de uma teoria. De acordo com este pensamento, uma teoria só será científica se puder ser falseada, isto é, colocada à prova diante da experiência. (Nota da IHU On-Line)

[7] Charles Darwin (Charles Robert Darwin, 1809-1882): naturalista britânico, propositor da teoria da seleção natural e da base da teoria da evolução no livro A Origem das Espécies. Organizou suas principais ideias a partir de uma visita ao arquipélago de Galápagos, quando percebeu que pássaros da mesma espécie possuíam características morfológicas diferentes, o que estava relacionado com o ambiente em que viviam. Em 30-11-2005, a professora Anna Carolina Krebs Pereira Regner apresentou a palestra obra Sobre a origem das espécies através da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida, de Charles Darwin, no evento Abrindo o Livro, do Instituto Humanitas Unisinos - IHU. Sobre o assunto, confira as edições 300 da IHU On-Line, de 13-07-2009, Evolução e fé. Ecos de Darwin, e 306, de 31-08-2009, intitulada Ecos de Darwin. De 9 a 12-09-2009, o IHU promoveu o IX Simpósio Internacional IHU: Ecos de Darwin. (Nota da IHU On-Line)

[8] Alfred Russel Wallace (1823-1913): naturalista, geógrafo, antropólogo e biólogo galês. Desenvolveu trabalho no campo da Teoria da Evolução e enviou o respectivo manuscrito a Charles Darwin, com quem mantinha correspondência, ao invés de enviar diretamente para um editor. Darwin, apercebendo-se que o trabalho de Wallace tinha similaridades com a teoria que tinha estado a desenvolver nos últimos vinte anos, decidiu terminá-la e publicá-la rapidamente. Wallace foi o primeiro a propor uma “geografia” das espécies animais e, como tal, é considerado um dos precursores da ecologia e da biogeografia e, por vezes, chamado de "Pai da Biogeografia". Confira na edição 306 da revista IHU On-Line, 31-08-2009, as entrevistas com Gervásio da Silva Carvalho, O pensamento biogeográfico em tempos darwinianos, e Charles Smith, As conexões entre Wallace e Darwin, disponível para download em . Nas Notícias do Dia do site do IHU, em 15-12-2008, leia a entrevista especial concedida por Lilian Al-Chueyr Pereira Martins e Roberto de Andrade Martins, A ciência antes e depois de Darwin. (Nota da IHU On-Line)

[9] Gregor Johann Mendel (1822-1884): monge agostiniano, botânico e meteorologista austríaco. Desde a infância costumava observar e estudar as plantas. Aos 21 anos ingressa num mosteiro da Ordem de Santo Agostinho na atual República Checa, em Brno. Aí Mendel tinha a seu cargo a supervisão dos jardins do mosteiro. Dedicou-se ao estudo do cruzamento de muitas espécies, como feijões, chicória, bocas-de-dragão, plantas frutíferas, abelhas, camundongos e, principalmente, ervilhas cultivadas na horta do mosteiro onde vivia analisando os resultados matematicamente, durante cerca de sete anos. Gregor Mendel, "o pai da genética", como é conhecido, foi inspirado tanto pelos professores como pelos colegas do mosteiro que o pressionaram a estudar a variação do aspecto das plantas. Propôs que a existência de características (tais como a cor) das flores é devido à existência de um par de unidades elementares de hereditariedade, agora conhecidas como genes. (Nota da IHU On-Line)

[10] Francis Crick [Francis Harry Compton Crick]: (1916-2004): biólogo molecular, biofísico e neurologista inglês, mais conhecido por ser um dos descobridores da estrutura da molécula do DNA em 1953 com James Watson. (Nota da IHU On-Line).

[11] São Roberto Francesco Romolo Cardeal Bellarmino S. J. (1542-1621): cardeal, teólogo católico e Doutor da Igreja. Ingressou na Companhia de Jesus em 1560. Ensinou teologia em Lovaina até ser chamado a Roma por Gregório XII em 1576 para fazer parte do Colégio Romano (futura Universidade Gregoriana). Reitor do Colégio foi depois Provincial dos Jesuítas de Nápoles. De novo em Roma como teólogo de Clemente VIII, foi feito cardeal em 1599. Arcebispo de Cápua em 1602, ocupou também lugares na maior parte das congregações da Igreja. Em 1616, por ordem de Paulo V, Bellarmino convocou Galileu Galilei, notificou-o sobre um decreto da Congregação do Index condenando a doutrina de Nicolau Copérnico de que a terra se movia e que o sol era imóvel, ordenando-o que a esquecesse. (Nota da IHU On-Line)

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