04 Agosto 2025
Um milhão de Papa boys para pegar o bastão de Tor Vergata 2000. Vinte e cinco anos depois, outra JMJ com o Pontífice na esplanada do Woodstock católico. Dom Rino Fisichella, ministro do Vaticano e organizador do Ano Santo, explica ao La Stampa: "A tecnologia digital é o que diferencia a Geração Z dos jovens daquela época: em uma mão, eles têm o smartphone, na outra, o terço. Mas as expectativas e a fé são as mesmas. Trinta mil pessoas se confessaram no Circo Máximo. Por toda Roma, levam alegria e uma dimensão religiosa que alcança até mesmo os distantes. Sessenta por cento deles chegam da Europa, o restante dos EUA, América Latina, Ásia e Austrália. Todos os dias, uma conferência episcopal, como da Itália e da Espanha, organiza uma bela festa nacional".
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada por La Stampa, 02-08-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
O historiador Carlo Felice Casula acompanha os estudantes da residência universitária Villa Nazareth com uma dupla motivação: o Prêmio Achille Silvestrini, recentemente concedido a padres e freiras de Gaza, e o apoio ao empenho de Leão XIV pela paz no espírito de Helsinque: "Fortalecer a cooperação e fazer da diplomacia a forma preferencial de prevenir e resolver conflitos".
O professor Casula explica: "Das periferias, onde estão hospedados em paróquias e centros recreativos, os jovens se deslocam de metrô, envolvendo os cidadãos em canções e brincadeiras. Vestem-se como seus pares; o que os diferencia são seus violões e o desejo de incluir todos na JMJ. Pertencem a associações, grupos escoteiros e são um retrato da Igreja global em saída. Não há desenvolvimento sem paz, e o cosmopolitismo do Jubileu transcende a pertença a países e se torna modelo de ação e ponte com as organizações internacionais". Há aqueles que retornam à esplanada depois de encontrar seu caminho ali 25 anos atrás.
"O amor da minha vida nasceu na JMJ em 2000", sorri Gordana Cavicchi, 52 anos, voluntária croata da comunidade João XXIII. Ela tinha 28 anos quando participou com o Padre Oreste Benzi, agora em processo de beatificação. "Na época, eu morava em uma casa lar na Croácia e me perguntava sobre o meu futuro", explica. "Então, surgiu a proposta de participar da JMJ, e me pediram para acompanhar um grupo de garotos que estavam em um programa de reabilitação de dependência química. Partimos em um ônibus caindo aos pedaços que nos obrigou a parar em todos os postos de gasolina porque o motor soltava fumaça".
Gordana Cavicchi continua: "Foi uma viagem interminável, mas quando chegamos a Roma, fomos envolvidos por uma atmosfera única. Caminhamos 17 quilômetros a pé, no calor, com muitos outros jovens. Ao longo do caminho, todo mundo cantava e não se sentia o cansaço. Todos diferentes, todos à espera do Papa. E então, no final, suas palavras: 'Não tenham medo'. Foi um chamado arrepiante para continuar em frente".
Gordana acrescenta: "Ali, compreendi que não estávamos sozinhos nessa jornada, mas que éramos jovens em busca de Cristo. Hoje tenho três filhos, um neto e sou diretora de uma comunidade terapêutica onde acolhemos jovens, muitas vezes menores de idade, que haviam perdido a esperança. Aquele dia foi um dos mais belos da minha vida. O vento que soprava me encorajou a dizer sim".
Lembranças que se entrelaçam, cada uma peregrina à sua maneira. "Foi um evento millennial; não é justo fazer comparações com este Jubileu dos Jovens", observa Francesco Rutelli, então prefeito de Roma. "Em Tor Vergata, havia quase dois milhões de jovens, e hoje encontro frequentemente pais com filhos fruto de amores nascidos naqueles dias. É uma das coisas mais extraordinárias que já me aconteceram. Amores nasceram, que depois deram origem a famílias. Naquela época, não havia internet, ou ainda não era muito difundida, e, de qualquer forma, não havia redes sociais. As comunicações eram todas pessoais. Outro fato extraordinário foi a presença de 40.000 voluntários que, juntamente com os coletes azuis, prestaram assistência e informação aos peregrinos e que, posteriormente, também participaram da JMJ. Foi um voluntariado físico e material, numa época anterior à revolução digital. Uma sementeira de relações. Uma experiência que entrou plenamente em suas vidas".
Agora, a camiseta oficial apresenta a logo e as palavras "Jubileu da Juventude" em vários idiomas, além do lema: "Eu estava lá". Da Sicília, o Padre Fortunato Di Noto (da Meter, associação de proteção à infância) trouxe seus garotos para que "pudessem experimentar a universalidade da Igreja e se sentissem parte fundamental de um movimento que fortalece a missão de paz do Papa".