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“O Hamas existe desde 2006, a tragédia palestina há 75 anos”. Entrevista com Raniero La Valle

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03 Janeiro 2024

O apocalipse em Gaza, o Natal sombrio em Belém, a impunidade que se torna licença para o genocídio.

L'Unità discute esses temas com Raniero La Valle, escritor, ensaísta, político, voz livre e respeitada em uma época dominada pelo pensamento mainstream.

A entrevista é de Umberto De Giovannangeli, publicada por L’Unità, 30-12-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis a entrevista.

As imagens e notícias que chegam de Gaza dão conta de uma matança sem fim.

Estamos no meio de um genocídio. Deveríamos começar a aprender como nos comportar quando há um genocídio em curso. Se soubessem o que estava acontecendo quando do genocídio dos judeus pelos nazistas e não tivessem feito nada, o que se faria hoje seria lamentar a crueldade dessa ausência, desse desinteresse. Afinal, já aconteceu.

O que quer dizer, senador La Valle?

Quando pediram aos ingleses que bombardeassem a ferrovia que ia para Auschwitz, os ingleses não o fizeram porque disseram que tinham coisas mais importantes para fazer. Agora há um genocídio acontecendo na Palestina, que diz respeito a todo o povo palestino e creio que deveria se fazer de tudo para tentar evitar esse desastre e acabar com ele. E se isso não acontece, significa que existe agora um coração de pedra que se espalhou por todo o mundo, a começar pelos grandes centros de poder que poderiam decidir alguma ação, alguma forma de persuasão ou de influência sobre a política de Israel e em vez disso não o fazem.

Há uma imagem de grande impacto simbólico que conta a história da tragédia em ato na Terra Santa: Belém às escuras na noite da Natividade.

O Natal não pôde ser celebrado em Belém este ano. Todas as igrejas cristãs de Jerusalém exortaram os fiéis a limitar ao máximo as celebrações, reduzindo-as praticamente às missas e aos ritos estritamente religiosos, porque naquelas condições não era possível festejar absolutamente nada. Nem luzes, nem iluminações, nem lojas abertas, nem peregrinações, porque nem se podia chegar a Belém. Há um muro de 8 metros de altura que divide Belém do resto da Palestina, ficamos sabendo de funcionários da ONU que queriam ir para Belém e só puderam fazê-lo com uma autorização israelense e um comboio escoltado.

Que mensagem é essa para o mundo, não apenas cristão?

Ou mudamos ou caminhamos todos para uma tragédia sem limites.

Por que quando se criticam as políticas conduzidas pelos governos israelenses, como a maciça colonização da Cisjordânia e hoje a guerra sem limites em Gaza, quem o faz é imediatamente acusado de antissemitismo?

Infelizmente isso depende do fato de não se consegue distinguir, também por responsabilidade do próprio Estado de Israel, entre as políticas e as guerras de Israel e a realidade de todo o povo judeu, tanto de Israel como da diáspora, que não tem uma responsabilidade em relação às políticas dos governantes de Israel e dos centros de poder de Israel que decidem as condutas a seguir. O aspecto mais grave é justamente a identificação entre o Estado de Israel, na forma que assumiu hoje, especialmente com a infeliz guerra em curso, e a realidade de todo o povo judeu da diáspora. O perigo é que a desaprovação hoje de forma tão difundida dirigida a Israel acabe recaindo sobre todos os judeus. E esse é um perigo tremendo que é preciso tentar evitar, mas a única forma de o evitar é estabelecer uma distinção entre as duas realidades. Uma coisa é um Estado, com todas as suas razões, com as suas armas, com as suas lógicas, com as suas políticas; outra coisa é o povo de Israel, a sua fé, a sua tradição, as suas Escrituras, as suas dores. Desse ponto de vista, a enorme tragédia em curso repropõe com força e dramaticidade uma mudança possível e necessária hoje.

Qual?

É o que reclamou Primo Levi na entrevista a Gad Lerner em 1984, e é uma distinção, senão uma tomada de distância, entre a Diáspora de Judeus espalhados pelo mundo e o Estado de Israel, e para nós a distinção entre o Estado de Israel e o povo judeu da diáspora, começando pelos judeus de Roma e da Itália. O centro de irradiação do Judaísmo, diz Primo Levi, não pode hoje ser o Estado de Israel, ao qual nós, judeus da diáspora, devemos lembrar a tradição judaica da tolerância.

Levi afirmava que essa mudança do centro de gravidade do Judaísmo do Estado de Israel para os judeus da diáspora dizia respeito ao atual - e sublinhava o atual Israel, isto é, o Israel da época, e imagine o que deveria ser dito sobre o Estado de Israel de hoje. Só se conseguirmos separar o povo judeu da carnificina israelense de Gaza e da Cisjordânia será possível resistir ao ressurgimento do antissemitismo, e para expressar isso de forma ainda mais angustiada, só se distinguirmos o Estado apocalíptico de Israel do resto do Judaísmo, pode-se salvar o povo judeu.

A guerra em curso configura-se cada vez mais como uma guerra contra todo o povo palestino. No entanto, a imprensa mainstream italiana continua a afirmar que o povo palestino é refém de uma organização terrorista. Refém do Hamas.

A tragédia do povo palestino já dura há 75 anos. O Hamas só em 2006 teve a maioria política em Gaza, e antes disso nem mesmo existia. Aquela a que você estava se referindo é uma afirmação totalmente desprovida de fundamento histórico e que nada tem a ver com a realidade. O Hamas é um fruto, se quisermos dizer, envenenado, de um desespero palestino que foi escolhido como instrumento para o estabelecimento do Estado de Israel na Palestina.

No mundo existem muitas minorias, étnicas, políticas, religiosas, que sofrem repressão brutal, mas o único povo sob ocupação é o palestino.

Há também outros sob ocupação, só que a questão da relação entre Israel e os palestinos é única no mundo, não há outra igual.

Por que essa singularidade?

Porque também o Estado de Israel é único no mundo, não há outro comparável a ele.

Estamos no final do ano. É hora de fazer um balanço. 2023 nos entrega um mundo em guerra, Palestina, Ucrânia e outros conflitos culposamente ignorados pela comunidade internacional e também pelas mídias. A desordem mundial assume cada vez mais as características daquilo que o Papa Francisco definiu como uma “guerra mundial em pedaços”.

O risco é que a guerra mundial em pedaços se torne uma guerra mundial única e universal. Está claro que todos somos vítimas e algozes. Ocidente e Oriente. As chamadas democracias e as chamadas autocracias. Estamos todos à beira do abismo. Ou nós mudamos a maneira como concebemos o mundo, ou mais cedo ou mais tarde cairemos nesse abismo.

O problema não é negar que as diferentes entidades, os diferentes Estados, os diferentes povos do mundo estejam em competição entre si, algo que numa civilização de caráter dialético é bastante inevitável. E essa competição pode ser uma competição política, uma competição econômica, uma competição cultural, e isso é legítimo e, na medida em que não seja uma competição que atinge elementos de paroxismo ou de violência, é totalmente natural. O que é preciso absolutamente rejeitar é que essa competição deva ser uma competição estratégica, como afirmam os documentos oficiais estadunidenses hoje em vigor, de caráter militar. Se a competição entre os Estados torna-se uma competição estratégica militar, no final desse itinerário não há apenas o conflito mundial. Há o fim de tudo. Nunca devemos esquecer que hoje a guerra mundial não está apenas sob a ameaça de armas nucleares, como foi ao longo do século XX. Hoje existe também uma inteligência artificial que multiplicou por cem, por mil, a capacidade destrutiva de uma guerra nuclear e com armas de destruição em massa.

Conclusão?

Ou saímos dessa síndrome da competição militar estratégica ou mudam os Estados Unidos que adotaram essa linha como política oficial e por isso dotam-se da maior força militar do mundo, portanto, ou há uma mudança na orientação mundial da política estadunidense, ou os outros também serão forçados a responder da forma que lhes for possível a essa competição militar estratégica e, como são muito mais fracos que os Estados Unidos, serão esmagados.

Mas junto com eles, serão esmagados todos os outros.

A esquerda italiana já teve uma forte vocação internacionalista. Por que se perdeu hoje? Provavelmente a divisão ideológica, que também era uma divisão ideal, que aconteceu no período do segundo pós-guerra na Itália, trouxe consigo também uma forte acentuação desses elementos relativos à escolha da paz, ou das alianças, ou da contraposição entre as partes. Hoje não há mais pensamento. Não há mais cultura, não há mais ética, política. Fala-se apenas de interesses, de concorrência, de desenvolvimento econômico, fala-se apenas de crises materiais e, portanto, o tema da paz, que é o tema ético por excelência, desapareceu.

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