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Para onde vai o Ocidente? Artigo de Flávio Lazzarin

Monumento da Renascença Africana, no Senegal. (Foto: Dree Ye | Unsplash)

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05 Outubro 2023

"Só um latino-americano, aliado dos povos indígenas e dos povos deportados de África, aliado dos empobrecidos, pode se fazer essa pergunta com a radicalidade necessária. Só a partir da inserção nos conflitos que afligem os pobres dessas terras é que um europeu poderá compreender plenamente a matriz violenta e predatória da civilização ocidental. Só a partir disso é possível refletir sobre o conflito constitutivo pelo processo de colonização da Abya Ayala e de toda a colonização que se seguiu, na Ásia e em África", escreve Flávio Lazzarin, padre italiano fidei donum que atua na Diocese de Coroatá, no Maranhão, e agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em artigo publicado por Settimana News, 04-10-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Francisco, chegando a Portugal no dia 2 de agosto, perguntou à Europa: “Para onde você navega, se não oferece percursos de paz, vias criativas para pôr fim à guerra na Ucrânia e aos tantos conflitos que cobrem de sangue o mundo? Para onde vocês navegam, Europa e Ocidente, com o descarte dos idosos, os muros com arame farpado, os massacres no mar e os berços vazios? Para onde vocês estão navegando? Para onde vocês vão se, diante do mal de viver, oferecem remédios superficiais e equivocados, como o acesso fácil à morte, uma solução conveniente que parece doce, mas na verdade é mais amarga que as águas do mar? Devemos reconhecer a dramática urgência de cuidar da nossa casa comum. Contudo, isso não pode ser feito sem uma conversão do coração e uma mudança na visão antropológica que está na base da economia e da política. Não podemos nos contentar com simples paliativos ou compromissos tímidos e ambíguos”.

Quo vadis?

Perguntas e apelos à conversão, que aparecem resumidos na crítica radical à posição ocidental face à crise civilizacional: Qual rota você segue, Ocidente?

Só um latino-americano, aliado dos povos indígenas e dos povos deportados de África, aliado dos empobrecidos, pode se fazer essa pergunta com a radicalidade necessária. Só a partir da inserção nos conflitos que afligem os pobres dessas terras é que um europeu poderá compreender plenamente a matriz violenta e predatória da civilização ocidental. Só a partir disso é possível refletir sobre o conflito constitutivo pelo processo de colonização da Abya Ayala e de toda a colonização que se seguiu, na Ásia e em África.

Só a partir disso não é mais possível esconder e maquiar o lado trágico e obscuro da dominação ocidental, que aconteceu como uma tragédia germinal no século XVI e se repetiu com igual intensidade na segunda colonização dos séculos XIX e XX, quando os pobres alemães, italianos e poloneses migraram da Europa e, uma vez estabilizados economicamente, muitas vezes à custa dos territórios e do sangue dos indígenas, criaram um enclave de brancos, atualmente racistas e supremacistas, que flertam e assumem neofascismo e neonazismo.

Além do Ocidente

A doença do Ocidente também convence os desafortunados, que introjetam em si mesmos as práticas e os pensamentos dos seus inimigos. Como no caso, que não é uma exceção brasileira, da maioria dos pobres que compõem as dezenas de milhões de apoiadores do bolsonarismo.

Essas complicações, porém, não chegam ao ponto de impedir o discernimento dos conflitos e o partido que, sem dúvidas e hesitações, devemos sempre escolher: o partido dos pobres, dos fracos, das vítimas.

Essa crise do Ocidente também aparece hoje na Europa e nas suas extensões ocidentais, mas os europeus não têm a possibilidade de compreender, elaborar e enfrentar politicamente a crise. Porque não veem nem compreendem que a história sempre foi palco da centralidade do conflito entre os poderes constituídos e as vítimas da opressão e da injustiça. Fixados como estão nos seus horizontes identitários, eram – e ainda são – quase ontologicamente incapazes de compreender que a nossa história é conflituosa e exige a determinação corajosa de se posicionar.

A radicalidade da crítica ao mundo ocidental, no entanto, não nos permite optar por uma demonização maniqueísta dessa civilização, porque correríamos o risco de descartar, juntamente com o universalismo imperialista, naturalizado durante séculos pelos regimes da cristandade, algo que talvez seja precioso, algo autenticamente universal, não contaminado pela violência etnocida da colonização.

Ocidente, apesar de tudo, deixa-nos um legado precioso e indispensável, tão fundamental que sustenta a hipótese de que esse possa servir a todas as culturas, quase como um novo mandamento civilizatório. Ou como uma inspiração nova e revolucionária para a economia e a política.

Os defensores das sociedades hierárquicas, totalitárias e autoritárias nunca conseguiram esconder e enterrar as vítimas do sistema. O capitalismo não é o crime perfeito porque, apesar da sua imensa capacidade de manipular e entorpecer as consciências, deve acertar as contas com a presença constante e insistente de uma parte indignada e resistente da humanidade que se insurge contra a violência e a desigualdade.

Oposições

De Spartacus a Gerônimo, de Zumbi a Antônio Conselheiro, de Sepé Tiaraju ao Negro Cosme, de La Boétie a Bakunin, de Bartolomeu de las Casas a Frantz Fanon, dos tribunos da plebe até à revolução soviética, os impérios foram obrigados a enfrentar o conflito, o confronto com os desobedientes ofendidos. São gerações e gerações de humanidade martirizada e derrotada, cujo sacrifício revive e se atualiza na memória subversiva e na luta.

Quando parecia que os desobedientes tinham conseguido vitórias significativas contra o sistema e a ideologia dominantes, com a Revolução Francesa e, mais tarde, com a Revolução Russa, pelo contrário, foram mais uma vez derrotados e vencidos, porque essas revoluções, que revelaram plenamente "a outra face da lua”, eram dirigidas por homens e critérios que pertenciam ao velho mundo. Ao mundo do inimigo.

Esse choque dialético está presente – eu diria “também” e “sobretudo” na biblioteca fundamental do mundo ocidental: a Bíblia judaico-cristã, inspiração e companhia inegável, ainda que traída, de toda a história europeia.

Perdurou por séculos a convicção de que o Templo e o Palácio Real, gestores dos textos canônicos, quase tivessem conseguido esconder o protagonismo dos vencidos da história de Israel. De fato, só uma exegese atenta à dialética e ao conflito pode salvar o papel teológico alternativo dos pequenos, das mulheres e dos marginalizados. Pequenas luzes numa noite em que mandam os reis, os sacerdotes, os intelectuais da Lei, as elites, os guardiões das instituições que garantem a ordem social.

É Sandro Gallazzi quem, com uma hermenêutica convincente, ilumina a conflitualidade constitutiva dos livros da Bíblia: “Cada texto bíblico é uma resposta a uma situação concreta. Somente conhecendo a ‘pergunta’ poderemos compreender a resposta, é preciso procurar qual conflito produziu o texto, qual é a dúvida, a crise, a dificuldade concreta a que precisava responder”[1].

O coletivo e a força

Na companhia da Palavra, é inevitável recordar um processo de oposição e luta contra as ditaduras civis-militares e o sistema capitalista, que aconteceu na Abya Ayala, animado por cristãos e pelas comunidades de base. Houve décadas, marcadas por Medellín e Puebla, em que emergiram o Cristo libertador e as teologias da libertação. Uma ocasião histórica que revelou plenamente, através da mediação cristológica e popular, a centralidade do conflito na vida e na Bíblia. Um tempo de profetas e mártires. Uma profecia que, no entanto, não conseguiu reformar radicalmente as Igrejas, mostrando que o mesmo conflito que atravessa a história está presente, nos mesmos termos, nas instituições e práxis eclesiais.

Lembro-me de uma síntese profética de Pedro do Araguaia, que descreve esse tempo de graça: “Os proibidos da terra, as culturas indígenas ou africanas e suas religiões, as massas populares e seus direitos, emergem como protagonistas, inevitáveis ​​para os protagonistas hegemônicos de sempre; e como protagonistas libertadores para a América Latina do amanhã. Os indígenas, os negros, as mulheres, os pobres, como uma espécie de profeta coletivo, sacodem a sociedade e a Igreja, o próprio Terceiro Mundo, dentro de casa, e o Primeiro Mundo fora e dentro”[2].

Décadas depois, em tempos mais avaros de lutas e de profecias eclesiais, persistem duas verdades incontestáveis: o conflito como código constitutivo da história e a vocação messiânica de ficar ao lado dos pobres. Contudo, é cada vez mais necessário refletir sobre o “como”, o método, o estilo de discernimento e de confronto com os inimigos da vida. E o único caminho necessário e indispensável é o seguimento de Jesus de Nazaré, o Messias.

É acolhê-lo como aquele que via no conflito o campo inevitável da semeadura do Reino. É aceitar a sua presença e a sua companhia, a sua palavra, a sua prática, o seu estilo, a sua forma de enfrentar os poderes mortais deste mundo, o seu destino de ser condenado à morte, crucificado-ressuscitado. Vitorioso, principalmente quando diz: Pai, perdoe-os, porque não sabem o que fazem (Lc 23,34).

Notas

[1] Galazzi Sandro, Israel na história, seu povo, sua fé, seu livro, CEBI, São Leopoldo/RS, 2011, p.5.

[2] Pedro Casaldáliga, Agenda Latino-Americana 1993, pág. 39.

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