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É apenas “voltar ao normal” o que desejamos?

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20 Abril 2020

"Cem mil dúvidas florescem, em meio à quarentena. Cem mil ideias perigosas. E no entanto, o poder político e econômico faz contas: será preciso restituir o quanto antes a rotina que… produz a morte e o caos! Como escapar de tal labirinto?", indaga Pierluigi Sullo, jornalista, trabalhou em Il Manifesto por mais de vinte anos, atuando como diretor editorial e vice-diretor, em artigo publicado por OutrasPalavras, 17-04-2020. A tradução é de Antonio Martins.

Eis o artigo.

 

Spillover. É preciso um spillover. Esta palavra tornou-se popular graças a David Quammn, que há alguns anos falou dos vírus, em particular da cepa à qual pertence o que causa a covid-19. Em inglês, significa transbordar, exceder e, de certo modo é equivalente ao termo científico zoonose, o que ocorre quando um vírus “transborda” de uma espécie a outra. Se quisermos atribuir intenções à natureza, podemos dizer que, ao desencadear viroses, ou ao reagir às emissões de gases do efeito-estufa, esta cria novos “protocolos” para os seres humanos – como não se tocar e conversar por trás de uma máscara, e estes são alguns de seus efeitos mais leves…

Mas e se – como escreveu Angel Lara em um artigo muito lido – não pudermos desejar a voltar à normalidade, porque é a normalidade o problema, então seria preciso nos prepararmos urgentemente para criar uma nova normalidade. E para fazê-lo, ocorre um spillover cultural, uma ultrapassagem de ideias e projetos e modos de olhar para o mundo fora do repertório obrigatório em que estamos todos reclusos há quarenta anos – ou seja, do espraiamento do neoliberalismo.

Nos últimos dias, circulam artigos que criticam, com justiça, o medo pelo qual os políticos, os empresários, os mercados financeiros e as instituições internacionais buscam um “resgate”, uma recuperação da economia, cujo PIB e outros indicadores estão despencando abruptamente. Todas as medidas adotadas – todas – visam restabelecer a situação que existia antes da pandemia, a “normalidade”. Na Itália, por exemplo, a “força-tarefa” da “fase dois” do enfrentamento é composta quase exclusivamente de gerentes e economistas. E o governo coloca 400 bilhões de euros à disposição dos empreendedores, para que possam contar com a liquidez necessária a “recomeçar”. Para fabricar o que? Não importa, qualquer coisa, desde que as contas voltem a crescer. E à parte a miopia de começar a retomar a produção quando as trocas – mesmo de matérias primas e componentes, agora necessárias para qualquer produção e exportação (ainda que estas continuem a ser financiadas às cegas) – estão bloqueadas pela pandemia. Significa que os próximos trabalhadores a cair infectados, depois dos profissionais da Saúde, serão os operários, não importa quantas máscaras eles obtenham.

Todas as políticas de governo estão dirigidas por este objetivo cego, ainda que, já antes do vírus, a economia afundasse no pântano de uma globalização falida, abatida por uma concorrência global que é um jogo perverso, porque produzir não importa nada a custos cada vez mais baixos, transportando as mercadorias a mercados sempre mais saturados e ignorando as consequências sobre a natureza, como os catastróficos incêndios australianos.

Um porta-voz do Pentágono comparou a covid-19 ao bombardeio de Pearl Harbor, quando os japoneses atacaram, à traição, a base naval norte-americana no Havaí. Ao almirante Yamamoto, que comandava o ataque, é atribuída uma das frases que passam à história: “Despertamos um gigante adormecido”, disse, em alusão à potência econômica e industrial dos Estados Unidos.

O que a covid-19 despertou. Se se vasculha a internet encontram-se, só na Itália, milhares de sites e de páginas individuais ou de grupos, que não se limitam a denunciar quão estúpido ou malévolo é o modo de reagir da política e da economia, ou a denunciar quem tentou de desmantelar, em nome da “austeridade”, um dos melhores serviços sanitários públicos do mundo. Produzem-se ideias, frutos de experiências profissionais e do trabalho de associações e grupos de todos os tipos, que no país existem – e agem – aos milhares. E quem tem algum conhecimento ou competência busca transmiti-lo aos outros.

Por exemplo, há urbanistas que dizem: “É criminoso desperdiçar bilhões para que as empresas de construção recomecem a recobrir de cimento o solo e a destruir as paisagens. É preciso, em vez disso, recuperar para o uso publico os milhares de edifícios vazios de todos os tipos. Seria uma reforma extraordinária, útil ao ambiente, ao direito à moradia e à beleza dos lugares (e a beleza não é um bem supérfluo). Ou, ainda: proibir progressivamente as garrafas de plástico de água mineral e, ao mesmo tempo, reconstruir os aquedutos, republicizando-os como determinaram os referendos realizados há tempo. Reconstruir uma rede de transportes urbanos e de vizinhança, utilizando os fundos rodoviários, reduzindo o número de carros nas cidades e proibindo os que não sejam elétricos. Este elenco de medidas pode continuar longamente. Não faltam ideias, apenas a urgência.

Os próprios sindicatos, constrangidos a aceitar a reabertura das fábricas, devido à chantagem sobre o trabalho dos operários, poderiam, como o mítico Giuseppe Di Vittorio [1] no pós-guerra, jogar-se à reconstrução, incluindo-a nas necessidades dos trabalhadores (e dos precários e excluídos). A habitação popular, a reforma agrária e a cogestão das fábricas foram fruto desta política, mesmo que a Guerra Fria tenha, mais tarde, recolocado no comando os velhos patrões. É possível imaginar quantos postos de trabalho criaria um plano de recuperação dos territórios e cidades? Milhões, literalmente. E “recuperação” não é uma palavra casual. O neoliberalismo sem rédeas envenenou as águas e o ar, reduziu as cidades a centros históricos à venda no mercado turístico e as periferias a depósitos de seres humanos submissos ou “excessivos”, poluiu o campo com os agrotóxicos, reduziu os transportes à camisa de força do mercado, devastou e despovoou as colinas de que se fez nossa paisagem…

E se há ou poderia haver ideias e projetos, por que os governos, os partidos político, grande parte dos intelectuais e a quase totalidade dos jornalistas incitam a “voltar à normalidade” e colocam as chaves nas mãos dos economistas e administradores, capazes apenas de reproduzir o que nos levou à catástrofe?

Como escreveu o filósofo espanhol Amador Fernández-Savater, nas mentes dos aprisionados em casa, borbulham, por trás da devida obediência às medidas antivírus, dúvidas, perguntas, gretas na versão oficial dos fatos e do modo de saída. E, acrescenta Amador, talvez esta subjetividade que duvida transforme-se, de modo imprevisível, em uma subjetividade coletiva – ou seja, política. Não se sabe, frisa ele.

Mas o gigante temido por Yamamoto – o molecular – poderia tomar consciência de si e assumir, com já está fazendo, que o necessário para uma nova normalidade é a defesa do ambiente e uma economia feminista – ou seja, alheia à violência instrumental do patriarcado. Assim, os grupos de amigos e de interesse comum, de relações profissionais, de voluntariado, ambientalistas, de enfrentamento da pobreza, e os sindicatos, poderiam constituir-se em grupos mais amplos, em “fóruns” o qualquer coisa do gênero, úteis a elaborar integralmente projetos, linhas de reforma. A reunir o que se sabe sobre o território, o trabalho, a comunicação, a fabricação de bens úteis, a reparação dos danos. Em suma: teríamos os peças de um mosaico amplo que inverte o paradigma da economia (segundo o qual se produz aquilo que se vende), em favor de um novo paradigma da sociedade ou da vida. De acordo com este, fabrica-se o que é útil e que não prejudica a nós mesmos e ao planeta.

Claro: não é fácil. Talvez seja até impossível. Em cada um de nós fermenta a nostalgia da liberdade aparente, mas nem por isso menos fascinantes, do consumo sem limites. Além disso, ainda não há um intérprete para esta revolução proposta, alguém que se faça dela portador. Não há “um partido” e portanto, dizem os mais partidarizados, não é possível fazer, omitindo o fato de que todas as revoluções transbordaram governos, parlamentos e poderes estabelecidos, e procuraram formas novas de expressão e organização, e encontraram as maneiras de forçar os poderes e mudar os rumos.

Por fim, há o economista, autoridade moral suprema, que pede: “sim, mas quem pagaria tudo isso”? E a resposta é: os mesmos que pagam a volta à “normalidade” – ou seja, nós, e talvez os ricos um pouco mais. Mas o economista insiste: “e os mercados, o que dirão”? Resposta: “Quem se lixa”?

No fundo, é como diz uma piada de humor negro que circula na Espanha: Outro fim de mundo é possível!

Nota

[1] Sindicalista italiano da primeira metade do século XX. Perseguido pelos fascistas, exilou-se na França. Lutou ao lado dos republicanos na Guerra Civil espanhola e na resistência aos nazistas em seu país. Após a II Guerra, rearticulou a CGIL, central sindical que reunia comunistas (como ele próprio), anarcossindicalistas, democrata-cristãos e socialistas. Ver mais na Wikipedia.

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