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Mulheres Pró-Bolsonaro: grupo no Facebook revela medo da ditadura da baranga

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03 Outubro 2018

Há um permanente terror de que a ditadura do proletariado se torne a ditadura da baranga, escreve Rosana Pinheiro-Machado, professora Titular Visitante da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM no PPG de Ciências Sociais e e coordenadora e co-fundadora da Escola de Governo Comum, em artigo publicado por The Intercept, 02-10-2018.

Eis o artigo.

“Brasil acima de tudo”, dizia o filtro verde e amarelo estampado na foto de perfil. Curioso é que acima da imagem estava a família perfeita reunida na Times Squares em Nova York.

Falso nacionalismo, apego a uma noção reducionista de família e antifeminismo como defesa da beleza e feminilidade são algumas das características que encontrei em meus 14 dias analisando o perfil de uma rede de mulheres do Leblon, Rio, que votam em Bolsonaro. O que até ontem era apenas um exercício curioso de observar algo que me parecia caricato, hoje revelou ser um fenômeno para o qual devemos prestar mais atenção: Bolsonaro cresceu 6% entre as mulheres de acordo com a última pesquisa Ibope. 

Levantamento do Datafolha também registrou avanço do candidato (de 21% para 27%), que ultrapassou Haddad (20%). Esse crescimento se dá principalmente entre mulheres brancas, de alta escolaridade e do Sudeste.

As mulheres se tornaram o centro destas eleições, seja pela alta rejeição ao candidato, seja pelo ineditismo da mobilização #elenão. O candidato detinha uma média 36% de intenção de votos entre homens e apenas 18% entre as mulheres, apontando uma cisão de gênero como não se via há 24 anos.

Ao que tudo indica, o jogo começou a mudar: a diferença diminui, já que, na última pesquisa, 24% das mulheres manifestaram votar no candidato (entre os homens, ele tem 39% da preferência). O voto feminino pode ter sido um fator importante para entender o crescimento de 4% do candidato. Suspeito que minha aventura com as mulheres do Leblon pode nos dar algumas pistas para entender essa mudança.

Uma das coisas que mais me chamou atenção no grupo foi uma mistura de medo do comunismo associado ao medo do feminismo. “Minha bandeira jamais será vermelha”, disse uma apoiadora. Na verdade, parecia querer dizer “minha vagina jamais será peluda”. Há um permanente terror de que a ditadura do proletariado se torne a ditadura da baranga. Eduardo Bolsonaro, inclusive, declarou recentemente que as mulheres de esquerda são feias, pouco higiênicas e com cabelo no sovaco. Para um público fã de seu pai, declarações como essa são completamente normais.

As postagens de um grupo fechado do Leblon, que apoia do Bolsonaro (não citarei o nome por uma questão de segurança) e conta com 8 mil membros, é fixada em mostrar mulheres cis ou trans antibolsonaro que são negras e gordas como sinônimos de algo abjeto, sujo e depravado. Alguns comentários do grupo “Tirem essa berração da rede social isso faz mal as famílias brasileiras repetindo isso veio do inferno 666” ou “Ela é feita de bosta? não ver o tamanho dela e a cara de suja, não tem aspectos de limpa. Mulher suja. #Elanuncavainosrepresentar mulher de direita é limpa educada”. Impressiona o fato de que não há contestação interna desses comentários. O preconceito é normalizado.

Interessante perceber como a ideia de sujeira e higiene são uma constante em todas essas postagens que misturam o feminismo com o antipetismo. Como Mary Douglas já apontava em seu trabalho clássico, “Pureza e Perigo”, a impureza é uma construção social que assinala um risco de contaminação de perigo que pode desorganizar um sistema cultural ordenado. A saber, essas mulheres “sujas” (mas assustadoramente livres) são, em última instância, uma ameaça à família, a propriedade e ao patriarcado.

Quando circulou uma imagem de uma mulher que protestava no ato #elenão e portava um cartaz com um erro de português, as mulheres a chamaram de retardada, anta, analfabeta, petista e peluda – e, às vezes, tudo junto. Com a cereja do bolo do comentário de um rapaz: “essa não merece ser estuprada”. Nenhuma contestação.

O medo do feminismo aparece como uma obsessão, algo desnorteador que toca no âmago das táticas femininas que sempre foram importantes no mercado matrimonial. Além disso, parece-me que essa compreensão de feminismo como antifeminino também se mistura com a velha ameaça à família tradicional.

Longe do comportamento de manada, em seus perfis pessoais, essas mulheres que analisei moderam mais a linguagem e atuam num jogo de agonístico de exibição, mostrando suas maquiagens, a família perfeita no final de semana, seus carros e fotos no Caribe. De alguma maneira, elas exaltam os velhos valores que, lá em 1964, já era defendidos contra a ameaça comunista: a família e a propriedade.

Mas o feminismo, mesmo que indiretamente, também ocupou o centro da preocupação bolsonarista, que teve de responder à rejeição. A campanha se voltou para o feminismo, e o que eu observei nas redes foi que o tema da vida e da violência contra a mulher se tornou central para esses grupos. Um homem, de uns 50 anos, que eu perguntei por que votava no candidato me respondeu: “porque é o único que se preocupa com as mulheres. E eu amo as mulheres, acho as mulheres a melhor coisa do mundo (…) ele é o único que se preocupa com a questão do estupro”. Quando perguntado sobre as ofensas à Maria do Rosário, ele respondeu “ah, mas ele perdeu a cabeça, ela defendia estuprador”.

Apesar de toda a luta das mulheres para mostrar a misoginia de Bolsonaro, seus seguidores e fãs distorcem e justificam toda e qualquer ação do candidato dizendo que é fake news, um recorte do vídeo descontextualizado, um ato temperamental. Mas o que é interessante observar é que a pauta das mulheres, de fato, se tornou central, ainda que do avesso e tragada pelo conservadorismo. Enganam-se aqueles que acreditam que acusar o candidato de machismo tem algum efeito. As acusações soam como pura palavra de ordem da esquerda, já que o campo da extrema-direita já blindou sua narrativa a favor da mulher; ou melhor, da mulher depilada, sarada, protetora da família, trabalhadora “realizada” e que repudia violência.

Entre as próprias mulheres do grupo, mas também em minha pesquisa etnográfica na periferia de Porto Alegre, ouvíamos muito que nenhum candidato tinha maior agenda para as mulheres do que Bolsonaro, pois ele se manifesta a favor da família e da segurança dos filhos.

Nesse contexto, mantém-se alta ou mesmo cresce timidamente a rejeição de mulheres ao candidato, especialmente entre mulheres de baixa renda e das regiões Norte e Nordeste. Mesmo que isso seja em função da identificação com o Lula, a rejeição elevada é bastante relevante, pois as mulheres que recebem o Bolsa Família perceberam que a inclusão financeira traz uma forma de autonomia e segurança para seus corpos e de suas famílias.

Essas mulheres, que estavam em um projeto de mobilidade social, viram a vida piorar e se tornar mais violenta desde a crise que estourou em 2014 e, justamente por serem mais vulneráveis à violência doméstica, urbana e policial, demonstram verdadeiro terror com o armamento da população e, consequentemente, a Bolsonaro. As pessoas abastadas, no entanto, sempre projetaram na figura do “marginal” o papel do inimigo externo, ignorando as estatísticas que mostram que grande parte da violência produzida contra as mulheres, independentemente de sua posição social, vem de dentro de casa.

O “Brasil acima de tudo” é o Brasil do condomínio fechado, branco e endinheirado, não o Brasil de verdade, que encara sua desigualdade e abraça sua diversidade. É um Brasil que se odeia, na verdade. É um Brasil de mulheres iguais, brancas, magras, casadas e viajadas.

Não é de se estranhar que mulheres apoiem Bolsonaro: isso se insere dentro de um modelo padrão no qual a ameaça ao feminino e à mulher é um fato histórico que deriva de um lado de uma projeção distorcida e colonizada da beleza da mulher e, de outro, do conservadorismo patriarcal e religioso que controla os corpos e o desejo das mulheres. Como tudo que é dominante, muitas vezes são as próprias mulheres que exercem o biopoder regulador sobre si próprias.

O que é inédito e deve ser celebrado é a fenomenal reação a esse modelo preponderante, encarnado num grupo de 4 milhões de mulheres no Facebook, que marchou nas ruas e faz campanha boca a boca. Elas são mais numerosas e uma contenção ao crescimento de Bolsonaro. Elas podem decidir a eleição.

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