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“A independência dos bancos centrais se mostrou inútil e antidemocrática”. Entrevista com Juan Torres

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12 Abril 2023

“Aqueles que tomam as grandes decisões econômicas estão se enganando mais uma vez no momento de prevenir os problemas, de reconhecer sua natureza e, consequentemente, quando tomam decisões para buscar resolvê-los”. Juan Torres (Granada, 1954), professor de Economia Aplicada na Universidade de Sevilha, volta a pôr o dedo na ferida das decisões de curto prazo da economia mais ortodoxa.

Em seu novo livro Más difícil todavía (Editorial Deusto), Torres explica que a origem da inflação que atinge a economia tem mais a ver com problemas muito mais profundos – a mudança climática, o papel exorbitante das finanças, uma globalização que já não oferece soluções, o enorme tamanho da dívida e a desigualdade - que não se resolvem com decisões de curto prazo, como o aumento da taxa de juros pelos bancos centrais.

A entrevista é de Rodrigo Ponce de León, publicada por El Diario, 08-04-2023. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Em seu livro, você explica que a inflação não é o principal problema econômico, mas que existe um conjunto maior de ameaças muito mais graves. No entanto, a resposta geral é voltar às receitas do passado para tentar solucionar os problemas por meio de uma política econômica restritiva. Faz sentido esse aumento tão rápido das taxas de juros, como os bancos centrais estão fazendo? O que isto busca responder?

Responde a uma visão ideológica dos bancos centrais, que a experiência e os dados têm mostrado que é errônea: não soluciona os problemas de inflação, quando esta ocorre por circunstâncias estruturais e de oferta. Responde à ideia dos bancos centrais de que a inflação é um fenômeno exclusivamente monetário e que o necessário é reduzir a demanda e o poder de compra.

A experiência também nos mostrou que a resposta de aumentar as taxas de juros não foi boa porque a inflação subjacente não diminuiu e provocaram um enorme problema financeiro.

Então, deveríamos pensar a respeito da autonomia dos bancos centrais ou, em outras palavras, seria necessário repensar sua atribuição de guardiões da inflação.

É um absurdo que atenta contra o senso comum o fato de que existam duas autoridades, Governo e Banco Central, atuando com problemas que são concomitantes. Primeiro, como vimos nos meses anteriores, o BCE tem buscado restringir o gasto, ao passo que os governos o aumentam. Ninguém em sã consciência consegue entender isto.

Em segundo lugar, a independência dos bancos centrais se mostrou inútil para combater os problemas para os quais foram criados. Por exemplo, estamos vivendo a maior etapa da história de instabilidade financeira. A independência dos bancos centrais também não permitiu que prevejam corretamente a inflação e que ofereçam uma resposta adequada.

Além disso, por definição, a independência dos bancos centrais equivale a constituir um poder não democrático que mina as bases do Estado democrático moderno. A independência dos bancos centrais se mostrou inútil e antidemocrática.

Até o Banco da Espanha alertou que os lucros das empresas estão funcionando como um estímulo evidente para a inflação, ou seja, não é mais uma questão de salários. Existe alguma fórmula para deter os lucros tão exagerados das empresas?

Deveria haver mecanismos em situações normais, mas, agora, em tempos complexos, é mais difícil. Deve haver informações mais transparentes, mais fidedignas, sobre como os preços são formados nos mercados. Além disso, deveria haver autoridades que verdadeiramente combatessem as restrições à concorrência impostas pelas grandes empresas, com seu poder de mercado.

Por outro lado, deveriam ser desenvolvidas políticas fiscais que significassem um desestímulo à obtenção de lucros muito altos. Também uma negociação coletiva que permitisse uma distribuição mais equitativa do aumento da produtividade. Se todos esses elementos funcionassem, sim, seria possível evitar que grandes empresas com poder de mercado contribuam, como estão fazendo, para gerar inflação.

Em alguns mercados específicos, também é necessária uma nova regulamentação, como no caso da eletricidade. Durante muitos meses, sofremos uma pressão original de preços que depois foi sendo transmitida a outros setores. E isso corresponde a uma regulamentação projetada para manter os privilégios do oligopólio das empresas elétricas.

Quando a inflação está concentrada em produtos como os alimentos, deveria haver mecanismos que reordenassem os preços, mesmo que temporariamente?

Fazer negócios com o direito humano básico à alimentação é uma imoralidade, ainda que seja legítimo e esteja justificado. É bom que haja iniciativa privada, como é natural, no fornecimento de bens básicos e de alimentação, mas daí a permitir que haja um poder de mercado excessivo que impõe restrições artificiais e aumentos de preços desnecessários, existe um abismo.

Os poderes públicos têm o imperativo moral de garantir o direito humano básico à alimentação e à satisfação das necessidades primárias. E também que a estabilidade econômica não seja colocada em risco por uma pressão do oligopólio nesses mercados. Não é que a intervenção pública nesses casos é justificada, ela é um imperativo moral.

Além disso, do ponto de vista econômico, é uma questão essencial, pois envolve aumentos de preços que têm um efeito impulsionador extraordinariamente grave para o conjunto da economia.

Você propõe a necessidade de chegar a acordos de renda e distribuição dos lucros e produtividade, mas em nosso país, por exemplo, a CEOE [Confederação Espanhola de Organizações Empresariais] demorou meses para se aproximar da mesa de negociação coletiva. O que você comenta em seu livro como “resistência feroz”.

Infelizmente, o setor empresarial na Espanha, tão importante na economia, é um setor acostumado a ter lucros rápidos, a viver da renda e influência política. O setor patronal da CEOE está contaminado, tem algumas propostas ideológicas primitivas e equivocadas que provocam muitos danos à grande maioria das empresas. A CEOE não representa os interesses do conjunto das empresas espanholas, mas, sim, os interesses de empresas muito grandes que têm poder de mercado e vivem de se aproveitar de outras empresas.

Se a CEOE fosse verdadeiramente a defensora dos interesses do conjunto das empresas, não permitiria que as grandes companhias do Ibex infrinjam a lei e tenham uma dívida tão grande com seus fornecedores; ou estaria reivindicando limites aos privilégios do banco que impõe uma série de custos desnecessários à maioria das empresas. Um dos problemas na Espanha é que o setor patronal é primitivo, ideologicamente reacionário e escravo das grandes empresas, que são um freio para a inovação e a produtividade.

A cada crise, o sistema oferece como solução o desaparecimento de certas empresas, assim o mercado fica cada vez em menos mãos, ao final, a destruição criativa se impõe como custo normal de fazer negócios, ainda que provoque um sofrimento.

A coisa mais contrária ao capitalismo de nossos dias é a concorrência em seu sentido exato e autêntico. As grandes empresas buscam acabar com a concorrência e conquistar posições de domínio no mercado, estabelecer oligopólios exercendo sua influência política, midiática e cultural. É um mito que o capitalismo atual seja uma economia de livre mercado com concorrência. As grandes empresas capturam os governos e os reguladores para que as protejam.

As grandes empresas não sabem viver sem a proteção do Estado, sem o privilégio político. É o que acabamos de ver agora nesta crise bancária. Diante dessa situação, a única forma de responder é que os cidadãos percebam e que haja uma reação do conjunto do empresariado, que arrisca seu patrimônio dia a dia e que não desfruta desses privilégios.

Você alerta para um risco real de colapso econômico por causa da mudança climática, das finanças especulativas, de uma dívida em crescimento acelerado e a desigualdade, que em combinação podem provocar um desastre. Existe uma solução? Os objetivos 2030 caminham na direção adequada?

Uma infinidade de organismos internacionais independentes, muitas deles conservadores, há muitos anos, vem dizendo o que fazer diante desses problemas estruturais. Acontece que não há vontade política e predomina o interesse privado.

Diante da mudança climática, o fundo BlackRock mudou sua estratégia de investimento para fazer políticas favoráveis à luta contra a mudança climática. Um ano depois, quando surge a possibilidade de ganhar mais dinheiro, esses objetivos são esquecidos. Prima a maximização do lucro.

Os enormes problemas que temos hoje em nosso planeta - a mudança climática, o papel exorbitante das finanças, uma globalização que não oferece mais soluções, o enorme tamanho da dívida e a desigualdade - são o resultado de desnaturalizar a própria economia capitalista e dar uma prioridade absolutamente injustificada à busca do lucro acima de qualquer outro objetivo. É preciso equilíbrio e enxergar que é necessário avançar para alcançar outros fins. Não há vontade política e nem capacidade suficiente para enfrentar o poder acumulado pelas grandes organizações empresariais.

Já vimos isso na última crise bancária, resultado de os grandes bancos do mundo terem conseguido que os governos estabelecessem uma regulamentação que provocou a crise. Ganham mais dinheiro dessa forma, mas recorrentemente provocam problemas. Não há dificuldade em saber o que fazer, o problema é ter o poder suficiente para realizar as medidas.

Temos tensões recorrentes, desde a crise do petróleo de 1973, e parece que não aprendemos nada.

Da crise de 1973 nasceu uma mudança de civilização, foi o germe da revolução conservadora. Aprendeu-se, claro, mas foram os grandes capitais que colocaram em marcha uma estratégia que mantêm hoje para priorizar os lucros. Contudo, penderam tanto para um lado que a economia não pode funcionar dessa maneira.

É lamentável que só as grandes empresas aprenderam o que tinham que fazer para ganhar mais dinheiro, mas parece que não se aprendeu muito em outro âmbito para buscar impor outras lógicas.

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia parece que caminhamos para um novo mundo de blocos. Não parece haver um projeto que dê sinais de se tornar hegemônico. Considera que caminhamos para o fim da globalização? Que a premissa da fragmentação econômica e comercial do mundo em blocos irá se cumprir?

No plano geoestratégico, caminha-se para uma dinâmica mais multipolar. No plano econômico, o poder dos Estados Unidos começa a ter contrapesos. Não acredito que vá ocorrer uma globalização completa, mas, sim, as próprias empresas globalizadas constataram que a lógica dominante, nesses últimos anos, pode lhes proporcionar enormes lucros, no entanto, à custa de ter que suportar uma incerteza, enormes riscos e uma resiliência quase nula a choques e impactos imprevistos.

Há milhares de empresas que estão repensando a lógica da globalização e estão definindo uma política de localização e de estratégias comerciais, talvez menos rentáveis, mas mais seguras e sustentáveis a longo prazo. Por isso, acredito que a Espanha pode ter uma posição bastante favorável. Espero que nosso governo seja capaz de fazer bem as coisas e aproveitar esta conjuntura, porque pode ser muito favorável para uma economia como a nossa.

Em que sentido pode ser mais favorável para a Espanha?

Está havendo uma relocalização de muito capital, que está buscando novos locais. A Espanha tem recursos que são estrategicamente muito importantes neste momento e uma posição internacional que pode ser muito valiosa: vamos sofrer menos deterioração da economia produtiva do que a Alemanha. Temos uma boa expectativa pela frente da qual podemos aproveitar nos próximos anos. Outra coisa é que o confronto político permanente e absolutamente sem sentido coloca em perigo esta posição.

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