Igrejas cristãs europeias desejam que COP30 coloque os mais frágeis em primeiro lugar

As Igrejas cristãs europeias emitiram uma declaração conjunta no contexto do “Tempo da Criação”, que inicia a 1 de setembro, já de olhos postos na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP30), que vai decorrer no Brasil, no próximo mês de novembro.

A informação é de Juliana Batista, publicada por 7Margens, 19-08-2025.

“Enquanto trabalham para proteger o nosso clima, rezaremos por todos os líderes e participantes na COP30, organizada pelas Nações Unidas em Belém, no Brasil, de 10 a 21 de novembro. Acreditamos que a atual crise climática representa uma oportunidade para reconfigurar as relações internacionais em direção ao bem comum e para criar um modo de vida mais equitativo e sustentável para toda a humanidade. Esperamos também que o impacto das políticas climáticas sobre os pobres e vulneráveis permaneça em primeiro lugar nas mentes e nos corações dos líderes e especialistas reunidos na conferência, considerando os desafios sociais e ambientais interligados do nosso tempo”, pode ler-se no texto.

Esta declaração é assinada pelo presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE) – Gintaras Grusas, arcebispo de Vilnius (Lituânia) – e pelo presidente da Conferência das Igrejas Europeias (CEC) – Nikitas, arcebispo greco-ortodoxo de Thyateira e da Grã-Bretanha. Ambos afirmam que, atualmente, dificilmente o mundo “pode ser considerado um jardim de paz”. “Pelo contrário, a destruição e a morte causadas por guerras e agitações sociais em diversos países e povos influenciam as nossas experiências quotidianas”, lamentam os signatários.

O “Tempo da Criação” vai decorrer com o tema “Paz com a Criação”, inspirado no testemunho de Isaías – 32, 14-18. “Isaías ofereceu também uma alternativa à catástrofe: a sobrevivência dependia do regresso a um estilo de vida que refletisse confiança e devoção a Deus. Este é um compromisso diário que exige uma vida sóbria e respeito por tudo o que é oferecido como dádiva da Criação, sem qualquer forma de exploração injusta das pessoas ou dos recursos naturais. Para Isaías, esta é a única forma de viver em paz e prosperar, e é aquilo a que chamamos ‘Paz com a Criação’”.

Gintaras Grušas e Nikitas pedem que os cristãos se tornem protetores do planeta. “O ‘Tempo da Criação’ chama-nos a ser guardiões fiéis daquilo que Deus criou e nos confiou, nas nossas escolhas diárias e políticas públicas, para que a nossa oração e o nosso estilo de vida possam ecoar aquilo em que cremos e confessamos: ‘Os céus anunciam a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das suas mãos’ (Sl 19:2)”.

O “Tempo da Criação” inicia com o “Dia de Oração pelo Cuidado da Criação”, e prolonga-se até 4 de outubro.

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