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Lição dos babuínos: “Os laços sociais são imprescindíveis para a sobrevivência”. Entrevista com Susan Alberts

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28 Junho 2023

Suzanne C. Alberts, professora de Biologia e Antropologia Evolutiva, na Universidade Duke, caminha por Bilbao impressionada ao ver sua foto em painéis e paradas de ônibus. “Sentamos em um banco perto do estuário, olhei para cima e lá estava minha foto. Meu esposo tirou uma foto e enviou para minhas filhas: Sua mãe é uma rockstar!”. A cidade se preparou para conceder os Prêmios Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento, que Alberts ganhou na categoria Ecologia e Biologia da Conservação.

Ela divide o prêmio com outras duas pesquisadoras de grande importância para ela: Marlene Zuk, pioneira no estudo entre parasitismo e reprodução sexuada, e Jeanne Altmann, sua orientadora. Ela lhe abriu as portas do projeto de pesquisa com os babuínos do Parque Nacional de Amboseli, no Quênia, uma comunidade de 2.000 indivíduos com quem compartilhamos 94% do genoma.

Lá, Alberts e Altmann registraram que os machos reconheciam suas crias, apesar de terem várias parceiras, e cuidavam delas. E que as fêmeas teciam redes de apoio e colaboração entre elas, comportamentos considerados pela tradição como exclusivamente humanos.

A entrevista é de Paolo Fava, publicada por El Español, 24-06-2023. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

É necessário maior reconhecimento da ciência e eventos dessa envergadura para que a sociedade a valorize?

Claro. A ciência tem uma importância superlativa para a sociedade, envolve soluções para todos os nossos problemas, exceto os políticos. A ciência não pode abordar a política de forma eficaz, mas nos fornece o conhecimento que informa o discurso social. E agradeço à Fundação pela forma como enaltecem a criação científica e cultural. Nunca poderíamos enaltecê-las tanto!

Falando como cientista, penso que nossos principais desafios são a mudança climática e a inteligência artificial. E embora esteja causando discórdia, agora, ao menos nos Estados Unidos, devemos contar com a ciência para resolvê-los a longo prazo.

A imagem tradicional da evolução deu destaque ao macho alfa que impõe sua vontade aos outros. Sua pesquisa mudou isso.

Bom, até os anos 1950, havia uma ideia predominante que era a de Desmond Morris, em O macaco nu, onde tudo era caça e opressão. E era uma visão muito simplista de um mundo complexo.

Gosto de pensar que nossa pesquisa acrescentou nuances. E penso que ninguém mais questiona nossa contribuição para a compreensão de fenômenos como o cuidado paterno, sobre como os machos podem ser pais muito bons. É claro que se interessam em que suas crias prosperem. No entanto, assumia-se que se a espécie não é monogâmica, eles as ignorariam por padrão.

E para as fêmeas, acreditamos ter demonstrado a profunda integração dos indivíduos nos sistemas sociais de seus grupos e a importância dos vínculos para a sobrevivência humana, que herdamos ao longo da história da evolução humana.

Demonstraram que qualidades como o amor paterno, o apoio solidário e a compaixão pelos órfãos não são exclusivas do ser humano.

Exatamente. Além disso, uma das coisas que foi ficando clara, nas últimas três ou quatro décadas, é que os humanos prosperam mais quanto mais estiverem integrados socialmente.

Se nossas redes sociais são fortes, sobrevivemos melhor a ataques cardíacos ou a cirurgias, temos maior longevidade e uma saúde melhor. E nossa pesquisa ajudou a demonstrar que diversos primatas não humanos também funcionam assim, incluindo os babuínos.

É uma questão de extrema relevância agora que sofremos uma crise de solidão e isolamento indesejado em nossas sociedades.

Sim. E outra coisa que nossa pesquisa ajudou a elucidar foi que as redes sociais não afetam apenas a longevidade na idade adulta. A adversidade nos primeiros anos de vida também determinará a sobrevivência. Quanto pior for a sua infância, mais curta será a sua vida.

Nós, seres humanos, somos longevos, e é necessário considerar como os fatores interagem: se os problemas com os vínculos sociais são consequências de experiências ruins na infância, de desapego emocional provocado pelos traumas, e se uma intervenção para melhorar as redes de apoio do indivíduo poderia corrigir a tendência.

Com os babuínos, pudemos confirmar isso: uma fêmea que tenha uma sólida rede social, quando adulta poderá reduzir parte desses efeitos negativos. Para a conservação, é tão importante conservar as redes sociais quanto o ambiente.

Um aspecto muito interessante é que o apoio social não é só uma questão das fêmeas: os machos que são aceitos no círculo também vivem mais.

Exatamente, os laços sociais são imprescindíveis para a sobrevivência, independentemente do sexo.

A comunidade de babuínos de Amboseli foi definida como um experimento no qual a evolução pode ser vista ao vivo.

Sim, é uma bonita forma de dizer isso. É um experimento natural. Sempre acontecem coisas que fazem você se perguntar: “Como vão reagir?”. Os estudos observacionais têm limites, porque você não pode realizar manipulações experimentais, mas também têm enormes vantagens.

A mudança climática é uma das mudanças que enfrentam? Podemos aprender algo de como lidam com ela?

Amboseli está sofrendo seu segundo ano consecutivo de uma seca terrível. Tanto a população humana quanto a animal estão sofrendo terrivelmente. A mudança climática induzida pela atividade humana está afetando tudo, e há mais fatores: exploração pecuária, desaparecimento de predadores...

Contudo, os babuínos, como nós, possuem uma sociedade muito flexível. Onde outras espécies simplesmente se extinguiram, estão usando sua capacidade de se adaptar e suas habilidades coletoras, apesar de sofrerem mudanças sociais como consequência. Sempre há um intercâmbio: se você se adapta para sobreviver, perde algo pelo caminho.

Nessas circunstâncias, os babuínos se beneficiarão por terem machos mais cooperativos com as fêmeas como alternativa aos mais dominantes?

Evolutivamente, não há motivo para ser assim. Pode ser que tomar os recursos à força seja o que precisam fazer para sobreviver. Em tempos de escassez, a agressividade e a competitividade entre grupos tendem a aumentar.

No entanto, pode ser que conforme o habitat mude, os indivíduos optem por se apoiar mais em seus companheiros pelos benefícios que isso traz. É uma faca de dois gumes, uma tensão que considero que também se reflete na sociedade humana.

É inquietante pensar que temos os dois futuros pela frente: cooperar para superar as dificuldades ou nos aniquilarmos.

As duas coisas podem ser possíveis. Podemos nos tornar mais cooperativos com nossos parceiros mais próximos e mais competitivos com aqueles que consideramos distantes de nós. É um assunto muito complexo, e os babuínos são um modelo muito simples para traduzi-lo diretamente à sociedade humana.

Um dos aspectos mais curiosos é o estudo do porquê os machos vivem menos. Isso realmente tem a ver com o fato de correrem mais riscos físicos?

Não só está correto, como também é especialmente correto para os homens. Isso pode ser observado na mortalidade, independentemente da idade: os homens estão constantemente expostos a uma maior mortalidade de fundo associada à exposição ao risco. Mas, também parece que os homens envelhecem a um ritmo mais rápido e têm uma mortalidade inicial maior.

Parece haver algo biológico subjacente ao comportamento. É um mistério, mas estamos nos aproximando da resposta. Além disso, não acontece em todas as espécies. Nos pássaros monogâmicos, os machos vivem mais pelo custo fisiológico das fêmeas em gestar, botar e incubar os ovos. E também houve épocas em que a mortalidade das mulheres superava a dos homens, como na Idade Média. Existem vários fatores envolvidos.

É possível pensar que conforme os papéis vão se tornando mais paritários na sociedade, a longevidade entre sexos também passa a se igualar?

Mas, há outros fatores que se interpõem. O tabaco, por exemplo, que é o hábito mais letal que o ser humano já inventou. E os homens continuam fumando mais do que as mulheres.

Na Espanha, no entanto, a tendência é oposta: o número de mulheres fumantes cresce...

Estou bastante chocada com o quanto se fuma aqui! O que o Governo está fazendo? Colocaram imagens de advertência nas embalagens? Aumentaram os impostos? Existe saúde universal na Espanha? Sim? E como se assume a desproporção nos gastos com saúde? Aumentar os impostos sobre o tabaco seria o mínimo. Se cada pessoa é livre para fumar, que pelo menos cubram isso contribuindo com os gastos públicos.

Ao reivindicar a organização social liderada pelas fêmeas na evolução humana, considera que a sua pesquisa possui uma vertente feminista?

Eu me considero feminista. Isso significa para mim que os homens e as mulheres devem ter os mesmos direitos, as mesmas oportunidades e os mesmos acessos. Que não deve haver disparidade, nem falta de igualdade. Não acredito que haja uma analogia para aplicar diretamente à ciência, do mesmo modo que não se pode aplicar um enfoque político à pesquisa.

Dito isso, tanto os resultados científicos que obtemos quanto as causas políticas das quais participamos nos informam mutuamente para estabelecer nossa visão de mundo. Se você não tem consciência da desigualdade entre homens e mulheres no mundo, caminha às cegas em sua pesquisa. Não formulará as perguntas corretas e não observará os padrões. A ciência não é feminista, mas é a ciência que tira a venda dos olhos das feministas.

Outro aspecto feminista indiscutível é que seu projeto de pesquisa sempre foi liderado por mulheres.

Sim, e de fato as premiadas neste campo são todas mulheres, este ano. Eu diria que em minha disciplina, Biologia Evolutiva e do Comportamento, as mulheres tendem a predominar. Houve certos acontecimentos, nos anos 1960, 1970 e 1980, que a abriram muito mais para nós, com figuras que nos deram um sentido do possível.

Nos anos 1980, Marlene Zuk era uma estudante e cunhou, junto com o seu orientador, uma das ferramentas mais importantes: a hipótese Hamilton-Zuk. Assim, uma pesquisadora muito jovem obtinha visibilidade.

Eu tive como orientadora Jeanne Altmann, também premiada, precursora ao lado de grandes primatólogas como Jane Goodall e Dian Fossey... Mulheres que abriram caminhos para nós.

A paridade ainda não chegou ao núcleo familiar. As pesquisadoras tendem a arcar com o peso da licença e seus currículos são penalizados.

Esse é um problema muito grande. Não tirei licença quando minhas filhas eram pequenas. Minha filha mais velha nasceu justamente quando eu iria ocupar uma vaga na universidade. Peguei três meses, mas depois de dois já estava ansiosa para voltar. Com a segunda, seis anos depois, eu me sentia constantemente dividida entre o trabalho e a maternidade.

É um verdadeiro dilema e gostaria de ter a resposta. Contudo, penso que a sociedade tem que começar a ser menos inclemente. E que quando se diz que se apoia a licença-maternidade, que sejam oferecidos meios, não só boas intenções.

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