Papa Francisco renuncia aos exercícios espirituais com a cúria: “Cada um se organize pessoalmente”. Perplexidade no Vaticano

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25 Janeiro 2023

Está assumindo os contornos de um thriller de mistério a inesperada decisão do Papa Francisco de renunciar a fazer os retiros espirituais junto com os líderes da cúria, como sempre aconteceu (exceto durante a pandemia em que eventos desse tipo foram suspensos por causa da aglomeração de pessoas).

O comentário é de Franca Giansoldati, publicado por Il Messaggero, 21-01-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Em preparação para a Quaresma, a tradicional reflexão comum entre os chefes de dicastério e os superiores que trabalham nos vértices sempre serviu para meditar juntos, rezar, refletir em silêncio depois de ouvir os sermões de um pregador, geralmente um biblista. No passado, o Papa Francisco havia introduzido a novidade de transferir o retiro do Palácio Apostólico para Ariccia, na sede de uma casa religiosa cercada por vegetação, particularmente adequada para promover momentos de espiritualidade e recolhimento.

A comunicação

Esta manhã, chegou uma comunicação telegráfica da sala de imprensa informando que o Papa estava convidando os cardeais e chefes de dicastérios a se organizarem pessoalmente e "viverem um período de exercícios espirituais de maneira pessoal, suspendendo a atividade de trabalho e se recolhendo em oração da tarde de domingo 26 de fevereiro até a tarde de sexta-feira, 3 de março, primeira semana da Quaresma”. Todos os compromissos do Papa foram suspensos nessa semana, incluindo a audiência das quarta-feira.

Não tendo apresentado nenhuma motivação pela decisão um tanto inusitada, logo as mais variadas interpretações ganharam voz também porque, apontou o blog para-vaticano Il Sismografo, "quando na cúria os exercícios espirituais foram feitos separados, as razões existiam e eram explicadas claramente. Por exemplo, a persistência da emergência epidemiológica do Covid”. Outro blog para-vaticano geralmente bem informado, Silere non possum, refere-se à reação de Francisco às constantes críticas que ele supostamente teria recebido dos cardeais da cúria sobre sua organização e gestão do funeral de seu predecessor Bento XVI. Daí a decisão de "não os ver nem mesmo para os exercícios espirituais". Finalmente, no falatório interno, outras vozes se referem à necessidade do Papa de conciliar seu tempo de meditação com trabalhos a fazer relacionados à sua próxima viagem à África, prevista para o início de fevereiro no Congo e no Sudão do Sul. Uma visita apostólica particularmente exigente sob todos os pontos de vista, que incluirá várias paradas: o arcebispo anglicano Welby também se juntará a ele no Sudão do Sul: juntos, os dois líderes religiosos trabalharam para ajudar as facções em luta e ajudar as partes a assinar um acordo de paz.

A viagem a esses dois países africanos promete ser particularmente estressante também do ponto de vista físico para o Papa Francisco, de 86 anos, que há algum tempo faz ciclos pesados de fisioterapia, necessários para evitar uma cirurgia no joelho e no quadril. Há tempo sofre de dor ciática e tem problemas para caminhar.

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