Yuval Noah Harari: pensador das eras humanas. Artigo de Rodrigo Petronio

Foto: World Economic Forum | Flickr CC

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20 Abril 2022

 

Yuval Noah Harari é um dos mais impressionantes fenômenos intelectuais recentes. Traduzido em mais de trinta idiomas, com milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, ele é figura recorrente nos mais importantes debates sobre globalização, algoritmos, vigilância, governabilidade, segurança, disrupção, inclusão social, novas tecnologias, pandemias, saúde global e futuro da humanidade. Lido, citado e admirado por Barack Obama, Bill Clinton, Bill Gates, Natalie Portman, Djamila Ribeiro, Suzana Herculano-Houzel e uma longa lista de autoridades, governantes, líderes, empresários, artistas e celebridades. Em 2012, recebeu o prêmio Polonsky de criatividade e originalidade nas disciplinas de humanidades. Especificamente o livro Sapiens: Uma breve história da humanidade foi aclamado por resenhistas de ciência dos principais veículos de imprensa do mundo”, escreve Rodrigo Petronio para a mais recente edição dos Cadernos IHU Ideias (329ª edição).

 

Na interpretação de Petronio, um dos traços mais marcantes de Harari é a sua abordagem cética dos fatos históricos. “O ceticismo não é uma descrença na realidade. Não é acreditar que a realidade não existe. Tampouco é um sinônimo de pessimismo. O ceticismo é uma antiga tradição da filosofia grega documentada entre os séculos iv e iii a.C., para qual há infinitas variáveis, valores e critérios envolvidos na avaliação dos objetos e dos eventos mais simples”.

 

“Para dificultar essa situação, nossa mente está a cada segundo produzindo juízos. Estamos sistematicamente atribuindo valores a tudo que nos cerca. Como se não bastasse a instabilidade do mundo material, a inconstância da mente ainda lhe sobrepõe mais camadas. A mente humana se move em uma espécie de lama de ações, estímulos, reações, paixões, afetos, intervenções. Uma proliferação sem fim de julgamentos. Isso produz um abismo entre a consciência e os fatos”, escreve.

 

“Sendo assim, como me aproximo da verdade? Como atravesso essa cortina de chumbo e consigo observar objetos, seres, eventos e pessoas? Praticando a suspensão dos juízos (epokhé). Por meio do método suspensivo, defino um objeto. Dispo-o de todos os conceitos. Depuro-o dos preconceitos que tenho acerca dele. Observo-o. E o giro, tentando captar um número maior de pontos de vista, aspectos, perspectivas. Se o real é inacessível, se tudo é absolutamente relativo — de um copo sobre a mesa a uma estrutura hipercomplexa do cosmos —, se o mundo é um emaranhado infinito de julgamentos, cabe ao ceticismo apenas suspender os juízos e descrever o maior número de perspectivas de um objeto, de um ser, de um evento e de um fenômeno, seja ele qual for”, assevera Petronio.

 

Além do ceticismo, Rodrigo Petronio analisa o pensamento de Harari destacando alguns elementos conceituais que permeiam suas obras, especialmente Homo Deus, 21 lições para o século XXI e Sapiens. A visão harariana sobre consciência e inteligência; narrativas; paradoxos; a complexa relação entre biologia e linguagem; tecnologia e humanismo são algumas categorias exploradas pelo autor ao longo do texto.

 

Imagem: Capa dos Cadernos IHU Ideias número 329, de Rodrigo Petronio. 

 

O texto integral pode ser acessado aqui.

 

Sobre o autor

 

Rodrigo Petronio é escritor, filósofo e professor titular da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Pesquisador associado do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (tidd/puc-sp), onde realizou uma pesquisa de pós-doutorado sobre a cosmologia de Alfred North Whitehead, é também doutor em literatura comparada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no programa sanduíche com a Universidade Stanford. Com a pesquisadora Clarissa De Franco, organizou o livro Crença e evidência: Aproximações e controvérsias entre religião e teoria evolucionária no pensamento contemporâneo (São Leopoldo: Unisinos, 2014). Foi o curador da edição comemorativa de 10 anos da obra Sapiens de Yuval Noah Harari publicada pela Companha das Letras (2021) e na qual este artigo foi originalmente publicado.

 

Entrevistas com Rodrigo Petronio realizadas pelo IHU

 

 

Notícias com Rodrigo Petronio publicadas no IHU

 

 

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