Itália. O coronavírus dentro dos muros do convento de Tortona: cinco freiras já morreram

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26 Março 2020

Outras treze irmãs estão hospitalizadas: algumas em estado grave.

A reportagem é de Federica Cravero, publicada por La Repubblica, 25-03-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Elas adoeceram sem que ninguém percebesse, sem que ninguém entendesse como o vírus se infiltrou nas paredes daquele convento em Tortona. E morreram em silêncio, como em silêncio viveram. Em duas semanas, chegou a cinco o número das Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, uma congregação ligada à figura de Dom Orione, que não suportaram a agressividade do coronavírus.

Irmã Maria Caterina Cafasso, 82 anos, e Maria Ortensia Turati, 88 anos, madre superiora por 12 anos até 2005, foram as primeiras a morrer uma após a outra, no hospital Tortona, que hoje se transforma em hospital Covid. Na segunda-feira, outras duas irmãs, irmã Maria Filomena Licitra, 98 anos, e Maria Ulisia Felici, não resistiram. Por fim, ontem à noite, foi a vez da irmã Maria Cristina Fontes, 91 anos, se despedir do mundo.

Mas o balanço poderia piorar. Seu padre confessor, Cesare Concas, 81 anos, também morreu em 20 de março no hospital de Novi Ligure. Após a hospitalização das freiras ele também começou a passar mal e a doença não lhe deixou saída. E há uma preocupação dolorosa pelas outras 13 irmãs que ainda estão hospitalizadas porque são positivas para o coronavírus, algumas em condições muito sérias.

Aquelas sem sintomas entre as 41 religiosas do mosteiro foram transferidas para outra estrutura da cidade, para passar a quarentena. Os cinco funcionários da instalação também estão sob observação, e estão em suas casas em isolamento.

Levou dias para perceber que havia um surto de infecção oculto nas paredes do convento e a ASL foi avisada desse contágio maciço. Naquele momento, Mario Raviolo, médico da unidade de crise, entrou rapidamente em um helicóptero dos carabinieri carregado com material médico para ir ao mosteiro que se tornara um barril de pólvora bacteriológico.

Ele foi o primeiro a visitar as religiosas e a entender que os sintomas que muitas delas haviam desenvolvido eram compatíveis com os da Covid-19. Uma suspeita que foi confirmada depois, com os primeiros testes. No pátio do convento, a proteção civil montou duas tendas para administrar a emergência e acomodar os profissionais de saúde envolvidos no diagnóstico e nos exames.

No dia seguinte, às oito da manhã, uma longa caravana de 20 ambulâncias havia deixado a casa-mãe, via Don Sparpaglione, em direção ao hospital de Tortona. Mas a hospitalização não foi suficiente para salvar a vida das freiras. Um massacre que se agrava dia após dia acompanhando o crescimento trágico dos contágios e das vítimas no resto do Piemonte.

 

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