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16 Janeiro 2018

"A nossa sociedade realmente parece ser vítima dos delírios dos quais se acreditava Pã fosse senhor absoluto. A ele os gregos atribuíam não só a capacidade de desencadear um terror tão infundada quanto incontrolável, capaz de transtornar um exército inteiro, mas principalmente de ter o poder de cegar as pessoas, impedindo-lhes de reconhecer quem estava à sua volta", escreve Maurizio Bettini, em artigo publicado por La Repubblica, 12-01-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Praia de Sisco, Córsega, 13 de agosto de 2016. A presença de banhistas muçulmanas usando o burkini provoca a reação de alguns moradores ("estamos na nossa casa!") com a evidente resposta de outros norte-africanos: carros incendiados, feridos, pânico na praia. Os meios de comunicação dão ampla cobertura ao evento, os políticos de direita aproveitam a ocasião para denunciar a invasão islâmica, o prefeito de Sisco sanciona uma ordem proibindo o uso de burkini uma vez que viola o princípio da laicidade. Passam alguns dias e se descobre que os burkinis não tinham nada a ver com o tumulto: tinha sido um choque banal entre gangues rivais pelo controle da praia. O Conselho de Estado suspende o decreto anti-burkinis, o assunto some da mídia.

Aqui está um perfeito exemplo de "pânico identitário": isto é, a propagação de uma agitação sem fundamentos - ou pelo menos desproporcional – diante de um determinado evento, só porque se acredita que nele esteja envolvido um grupo percebido como culturalmente ameaçador. Neste caso, os muçulmanos, cujos "hábitos" (a palavra pode ser entendida nos dois sentidos) minariam a "identidade cultural" de um país inteiro.

Seria ingênuo, no entanto, acreditar que o pânico identitário se espalhe por conta própria. Como nesse caso, para gerenciá-lo, sempre estão a postos verdadeiros "empreendedores de identidade", personagens políticos ou da mídia, prontos para assumir o papel de detentores da identidade cultural ameaçada por refugiados e imigrantes. Pois bem, mas o que seria essa tal "identidade cultural" que quer se defender? Dificilmente aqueles que se fazem arautos definem suas características. Na melhor das hipóteses, invocam vagamente os "valores" do cristianismo, da Europa ou o Ocidente. Afinal, sabemos que definir o que constitui a identidade de uma pessoa ou de um grupo é uma tarefa que já desencorajou muitos filósofos – quem dirá o defensor identitário de plantão. E aqui está outra questão interessante: como e quando nasce essa ideia de "crise de identidade"? Quem explica isso é Régis Meyran, em um dos ensaios reunidos no livro Paniques identitaires, editado por ele e Laurence de Cock. Sobre "crise de identidade" começa a falar, na década de 1960, um psicanalista norte-americano Erik Erikson. Sua atenção se concentra sobre indivíduos pertencentes a minorias que, como tais, são presas de uma perpétua tensão entre a cultura dominante que os hospeda e a subcultura da qual eles provêm.

Erikson direciona-se principalmente aos negros, nativos norte-americanos, mulheres, mas a lista poderia ser ampliada.

A identidade desses grupos está ameaçada porque é imposta a eles uma "identidade negativa" por parte da maioria que os rodeia: adjetivos do tipo ‘estúpido’ ou ‘criminoso’ e assim por diante. Consequentemente, nas décadas seguintes o empenho de muitos grupos vai consistir, como se sabe, em reivindicar o direito de expressar a própria identidade cultural. Processo longo e muitas vezes doloroso, especialmente nos Estados Unidos.

Mas, voltemos ao que está acontecendo na Europa, hoje. O fato surpreendente é que estamos testemunhando uma verdadeira paródia das originais "crises de identidade". Agora, de fato, paradoxalmente sentem-se ameaçadas as maiorias, que temem uma "crise" da própria identidade cultural (majoritária) por causa da presença de minorias culturais. O pânico identitário espraia-se.

A Hungria tem, no máximo, 2% de imigrantes, mas os húngaros acreditam que isso equivale a 16% da população. Na Polônia a situação é ainda pior, e na Itália não há diferenças. Os imigrantes constituem cerca de 9% da população, com 2% de muçulmanos: mas os italianos acreditam que o percentual seja de 30% e que os muçulmanos cheguem a 20%. "Este país já está islamizado!", vociferava em meus ouvidos um taxista romano, que também era vítima do pânico identitário. Ou melhor, como eu prefiro dizer, uma vítima do deus Pã.

Não sei se de fato, falando de "pânico", de Cock e Meyran tivessem em mente o deus grego de quem esta síndrome recebe o nome. Provavelmente não, mesmo assim, tudo nos leva a crer que Pã tem muito a ver com isso. A nossa sociedade realmente parece ser vítima dos delírios dos quais se acreditava Pã fosse senhor absoluto. A ele os gregos atribuíam não só a capacidade de desencadear um terror tão infundada quanto incontrolável, capaz de transtornar um exército inteiro, mas principalmente de ter o poder de cegar as pessoas, impedindo-lhes de reconhecer quem estava à sua volta: transformando os amigos, os companheiros da noitada anterior, em perigosos inimigos. O fato é que Pã priva do discernimento.

Então, quando olhamos para mulher que está fazendo as compras, como nós, no supermercado, e só conseguimos notar que usa o véu, e não que está comprando os mesmos biscoitos que nós compramos ou que não usa os mesmos sapatos e o mesmo casaco que vestem nossas amigas - pronto, estamos sob os efeitos de Pã. E quando retiramos nossos filhos da escola por medo de serem infectados pela teoria do “gênero" - a partir da qual a nossa "identidade cultural" estaria ameaçada – é novamente Pã que povoa de fantasmas a nossa mente. A essa divindade os gregos até mesmo atribuíam o surgimento de uma síndrome tragicamente atual: a mania religiosa, que leva ao fanatismo e à obsessão pelo divino. Difícil, portanto, não acreditar que sejam presas dos delírios de Pã aqueles grupos islâmicos fundamentalistas que matam em nome do seu Deus; e em geral todos aqueles que consideram a religião não um constructo cultural e, como tal, digno de respeito mútuo, mas algo absoluto, para o qual não são admitidas alternativas. Plutarco narra que, na época do imperador Tibério, na ilha de Paxos ouviu-se uma voz misteriosa e retumbante que anunciava ao mundo a morte do deus Pã. Não era verdade.

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