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Pandemia COVID-19 na Era do Capitaloceno: Racismo ambiental disfarçado de consciência ecológica

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28 Março 2020

"O relatório publicado pela Oxfam na 21ª Conferência das Partes (COP21) aponta que o 1% mais rico da população gera 175 vezes mais carbono do que os 10% mais pobres. Portanto, é necessário pontuar que o “vírus do planeta” ou que “o mal do mundo” não é a humanidade como um todo, mas que na realidade, os grandes problemas climáticos e ambientais são causados pela acumulação infinita de capital protagonizada por um pequeno grupo de bilionários", escreve Victor Diniz Pinto, biólogo, mestre em Ecologia e doutorando em Ecologia – UFV, em artigo publicado por EcoDebate, 27-03-2020.

Eis o artigo.

Estou vendo várias pessoas compartilhando notícias sobre a “recuperação ambiental do planeta” com essa pandemia de Corona vírus e alguns comentários me chamaram atenção e me preocuparam enquanto biólogo e progressista. Então escrevi esse texto baseado nas minhas leituras e espero ajudar na construção de uma reflexão mais adequada dentro do cenário político-econômico-ambiental atual no meio de uma pandemia. Para isso vou trazer à luz alguns conceitos complexos, mas importantes nesse contexto: Racismo Ambiental e Capitaloceno.

Recentemente, notícias sobre como o planeta tem se “recuperado” após a quarentena do corona vírus tomaram conta das redes sociais, e essas notícias quase sempre, vieram acompanhadas de comentários como: “nós somos o vírus do planeta”, “o planeta precisa descansar dos humanos”, “o mal do mundo é o ser humano”, etc. Essas reações de culpabilidade da humanidade sobre a destruição do planeta Terra me fez lembrar do conceito de Antropoceno [1], formulado pelo biólogo Eugene F. Stoermer e conceituado pelo químico e vencedor do prêmio nobel, Paul Crutzen. Na ideia do Antropoceno, as atividades humanas sobre a biosfera, desde o final do século XVIII com a Revolução Industrial até a atualidade, tem impactado de forma negativa o clima, a saúde e o funcionamento dos ecossistemas na Terra. Portanto, a humanidade como um todo seria uma grande forma capaz de causar drásticas alterações no planeta.

No primeiro momento, os comentários no Facebook, o conceito de Crutzen e os efeitos preliminares da quarentena do corona vírus em alguns países parecem convergir em um ponto: as populações humanas causam danos significativos ao ambiente. Mas quando colocamos em perspectiva que a sugestão dada nas redes sociais é a redução da população para combater a degradação do planeta, temos que pensar em quem são de fato os grandes poluidores ou destruidores dos ecossistemas.

Nesse contexto, o conceito de Capitaloceno me parece mais assertivo e é um contra ponto ao Antropoceno. Segundo Jason Moore, na verdade nós estamos vivendo na Era do Capital, onde grandes capitalistas com suas corporações são os maiores responsáveis pelas alterações no clima, nos ecossistemas e nos ciclos biogeoquímicos do planeta [2]. De fato, se analisarmos o relatório publicado pela Oxfam na 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) veremos que o conjunto de 10% das pessoas mais ricas do mundo é responsável por quase 50% da produção dos gases poluentes lançados na atmosfera do planeta, enquanto que a metade mais pobre da população mundial é responsável apenas por 10% da emissão dos mesmos gases [3]. O mesmo relatório aponta que o 1% mais rico da população gera 175 vezes mais carbono do que os 10% mais pobres. Portanto, é necessário pontuar que o “vírus do planeta” ou que “o mal do mundo” não é a humanidade como um todo, mas que na realidade, os grandes problemas climáticos e ambientais são causados pela acumulação infinita de capital protagonizada por um pequeno grupo de bilionários.

Nessa lógica, num cenário de pandemia de uma doença com capacidade de letalidade, temos que tomar cuidado quando colocamos em discussão que “o planeta precisa descansar dos humanos” porque aí caímos no Racismo Ambiental. Esse termo foi cunhado por Benjamin Franklin na década de 80 para descrever a injustiça ambiental sofrida por pessoas racializadas e pertencentes a minorias étnicas expostas mais acentuadamente a poluentes ou impactos ambientais de forma desproporcional ao restante da população [4]. Atualmente o termo adquiriu um contexto internacional incluindo também as relações ecológicas desbalanceadas entre países do Norte Global industrializado e o Sul Global, e está associado ao colonialismo e ao neoliberalismo [5]. Mas por que estou falando de racismo ambiental numa crise de Corona vírus?

Primeiro porque podemos considerar esse vírus como uma variável ambiental que está causando um desequilíbrio nas populações humanas. Segundo porque as pessoas mais vulneráveis à pandemia são moradores de rua, residentes das periferias e a população carcerária, todos esses grupos compostos majoritariamente de pessoas racializadas e minorias étnicas.

Vale lembrar que no Brasil tivemos o caso chocante da doméstica que morreu por corona vírus após ser infectada pela patroa que voltou contaminada após uma viagem pela Itália. Portanto, quando sugerimos, mesmo que de forma suave, que “o planeta precisa descansar” precisamos refletir sobre: Descansar de quem? Quem são as pessoas com maiores chances de mortalidade num país e num mundo marcado pela desigualdade social?

Precisamos ter em mente que os desastres ambientais atingem prioritariamente as populações mais pobres e que em um mundo governado pelo capital, tempos de crise sempre serão prosseguidos da corrida pela retomada do lucro, com mais exploração, mais morte e mais desigualdade para as classes pobres e consequentemente mais impactos ambientais para o planeta.

 

Notas:

[1] Crutzen, P. J., and E. F. Stoermer (2000). The Anthropocene. Global Change Newsletter, 41: 17–18.

[2] Jason, W. Moore (2017): The Capitalocene, Part I: on the nature and origins of our ecological crisis, The Journal of Peasant Studies

[3] Oxfam (2015). Extreme carbon inequality. Why the Paris climate deal must put the poorest, lowest emitting and most vulnerable people first. United Nations Climate Change Conference, COP 21, Paris.

[4] Cutter, S. L. (1995). Race, class and environmental justice. Progress in Human Geography, 19: 111 – 122.

[5] Bullard, Robert D. (2001). “Environmental Justice in the 21st Century: Race Still Matters”. Phylon. 49: 151–171. 

 

Leia mais

  • A fagocitose do capital e as possibilidades de uma economia que faz viver e não mata. Revista IHU On-Line, Nº. 537
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