Guerra Rússia-Ucrânia, o papa: “Massacre repugnante, desumano e sacrílego. A comunidade internacional deve se empenhar para deter isso”

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21 Março 2022

 

De Bergoglio, um novo apelo à paz e ao acolhimento, “não apenas agora, na emergência, mas também nas próximas semanas e meses". Em seguida, o convite aos fiéis para se unirem a ele "na sexta-feira, 25 de março, solenidade da Anunciação, na realização de um ato solene de consagração da humanidade, especialmente da Rússia e da Ucrânia, ao imaculado coração de Maria".

 

A reportagem é de Francesco Antonio Grana, publicada por Il Fatto Quotidiano, 20-03-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

“Quando a página policial nos oprime e nos sentimos impotentes diante do mal, muitas vezes nos perguntamos: será talvez um castigo de Deus? É ele quem está enviando uma guerra ou uma pandemia para nos punir pelos nossos pecados? E por que o Senhor não intervém?”. No Angelus, o Papa Francisco respondeu a essas perguntas com os 30 mil fiéis presentes na Praça São Pedro.

 

Bergoglio explicou que “devemos ter cuidado: quando o mal nos oprime corremos o risco de perder a lucidez e, para encontrar uma resposta fácil para o que não conseguimos explicar, acabamos culpando Deus. E muitas vezes o feio e mau hábito da blasfêmia vem disso. Quantas vezes atribuímos nossas desgraças a ele, atribuímos as desventuras do mundo a ele que, ao contrário, sempre nos deixa livres e, portanto, nunca intervém impondo-se, apenas se propondo; a ele que nunca usa a violência e, aliás, sofre por nós e conosco! De fato, Jesus recusa e contesta com veemência a ideia de atribuir os nossos males a Deus”.

 

Do Papa também um novo apelo à paz: “Não está parando, infelizmente, a violenta agressão contra a Ucrânia, um massacre em que se repetem todos os dias matanças e atrocidades. Não há justificativa para isso! Suplico a todos os atores da comunidade internacional que se empenhem verdadeiramente a pôr fim a esta guerra repugnante. Também esta semana mísseis e bombas atingiram civis, idosos, crianças e mães grávidas".

 

"Fui visitar as crianças feridas que estão aqui em Roma. A uma está faltando um braço, a outra está ferida na cabeça. Crianças inocentes. Penso nos milhões de refugiados que têm que fugir deixando tudo para trás e sinto uma grande dor por aqueles que nem sequer têm a possibilidade de fugir. Tantos avós, doentes e pobres, separados de suas famílias, tantas crianças e pessoas frágeis permanecem para morrer sob as bombas, sem poder receber ajuda e sem encontrar segurança nem mesmo nos abrigos antiaéreos. Isso tudo é desumano! Aliás, é também um sacrilégio, porque vai contra a sacralidade da vida humana, especialmente a vida humana indefesa, que deve ser respeitada e protegida, não eliminada, e que vem antes de qualquer estratégia! Não esqueçamos: é uma crueldade, desumana e sacrílega”.

 

“Consola-me saber - acrescentou Francisco - que à população deixada sob as bombas não falta a proximidade dos pastores, que nestes dias trágicos estão vivendo o Evangelho da caridade e da fraternidade. Nos últimos dias, ouvi alguns deles ao telefone, como estão próximos do povo de Deus. Obrigado, caros irmãos, caras irmãs, por este testemunho e pelo apoio concreto que vocês estão oferendo corajosamente a tantas pessoas desesperadas! Penso também no núncio apostólico, recém nomeado núncio, monsenhor Visvaldas Kulbokas, que permaneceu em Kiev junto com seus colaboradores desde o início da guerra e com sua presença me torna próximo todos os dias do tão provado povo ucraniano”.

 

“Fiquemos próximos deste povo, abracemo-lo com afeto, com o empenho concreto e com a oração. E por favor, não nos acostumemos com a guerra e a violência! Não nos cansemos de acolher com generosidade, como estamos fazendo: não só agora, na emergência, mas também nas próximas semanas e meses. Porque vocês sabem que no primeiro momento, todos nós fazemos o possível para acolher, mas depois, o hábito esfria um pouco nosso coração e nos esquecemos. Vamos pensar nessas mulheres, nessas crianças que com o tempo, sem trabalho, separadas de seus maridos, serão cercadas pelos 'abutres' da sociedade. Vamos protegê-las, por favor.”

 

Finalmente, do Papa, o convite a "todas as comunidades e todos os fiéis a se unirem a mim na sexta-feira, 25 de março, solenidade da Anunciação, na realização de um ato solene de consagração da humanidade, especialmente da Rússia e da Ucrânia, ao imaculado coração de Maria, para que ela, rainha da paz, obtenha a paz para o mundo”.

 

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