Para muitos fiéis, o documento sobre o diaconato feminino é uma decepção. Artigo de Matthias Drobinski

Foto: Manuel Torres Garcia/Pexels

Mais Lidos

  • “A confiança que depositamos nos fundadores das plataformas é a raiz do problema da nossa época”. Entrevista com Tim Wu

    LER MAIS
  • STF e direitos indígenas: quando haverá justiça aos povos originários? Artigo do Cardeal Leonardo Steiner

    LER MAIS
  • Dia mundial dos Direitos Humanos 2025: Desafios da luta nos dias de hoje. Artigo de Paulo César Carbonari

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

11 Dezembro 2025

"Não é precisamente isso que preocupa muitos dos indignados e perplexos quando procuram definir a identidade católica pela noção de que as mulheres são inelegíveis para a ordenação desde o princípio e por toda a eternidade?", escreve Matthias Drobinski, editor-chefe da revista Publik-Forum, em artigo publicado por Katholisch, 10-12-2025.

Eis o artigo.

Na verdade, não, mas talvez de alguma forma sim – é assim que se pode resumir o documento recentemente publicado pela comissão vaticana sobre o diaconato feminino. Somente homens deveriam ser ordenados porque Jesus era homem? Cinco membros da comissão dizem: Sim, é assim que deve ser; cinco veem a questão de forma diferente. O grupo também permanece dividido sobre como seria um diaconato feminino. E assim, no fim, o documento afirma enfaticamente: Mais pesquisas são necessárias. Até que a última mulher que sinta um chamado dentro de si desista por frustração?

Sim, ninguém está fechando as portas aqui, nem as mulheres e os homens da comissão, nem o Papa Leão XIV. Ele apresenta sua rejeição ao diaconato feminino como uma opinião pessoal, não como uma doutrina imutável da Igreja. A comissão, por sua vez, também admite dúvidas; claramente não tomou essa decisão de forma leviana. Para a máquina da Igreja Católica Romana, isso pode ser um progresso — para muitos fiéis, é uma decepção. Os argumentos a favor do diaconato feminino são fortes, resumidos, por exemplo, no documento de política do Caminho Sinodal "Mulheres no Ministério Sacramental". Os contra-argumentos relacionam-se principalmente à história da Igreja — e à possibilidade de que um diaconato feminino possa manchar a imagem do padre celibatário. Mas essa imagem já não está manchada?

O debate em torno da ordenação de mulheres diaconisas revela-se cada vez mais como um choque entre argumentos teológicos e políticas internas de identidade da Igreja. A fúria desencadeada contra a teóloga e conselheira papal Linda Pocher é difícil de explicar de outra forma quando, no jornal italiano "La Repubblica", ela descreveu a rejeição da ordenação feminina por Roma como um dos últimos bastiões do pensamento dominado por homens. Não é precisamente isso que preocupa muitos dos indignados e perplexos quando procuram definir a identidade católica pela noção de que as mulheres são inelegíveis para a ordenação desde o princípio e por toda a eternidade?

Leia mais