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Igreja pobre para os pobres: um escândalo semântico. Artigo de Frei Luiz Carlos Susin

Foto: Jean-Merci Namegabe | Pexels

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13 Novembro 2025

"Francisco e Leão conviveram com pobres, sabem de suas dores e seu potencial evangelizador e teológico. Sabem que não podem ser meros objetos de caridade pastoral, mas sujeitos criativos na própria Igreja", escreve Frei Luiz Carlos Susin, OFMCap, doutor em teologia e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Eis o artigo.

“Pobre gosta é de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual” – cravou o carnavalesco Joãozinho Trinta em 1980. A afirmação rendeu muito comentário. “Pobre”, assim como a palavra “pobreza”, é palavra polissêmica, com sentidos até opostos, mas sua origem se assenta sobre uma experiência negativa, o “não ser”. O Papa Francisco, que revelou grande sensibilidade para com os pobres, ao prefaciar o livro do Cardeal Gerhard Müller, Pobre para os pobres: a missão da Igreja (Paulinas, 2014), detalha o que mais importa nessa polissemia de sentidos: “”Há muitos tipos de pobreza, mas a pobreza econômica é a que é olhada com maior horror”.

A pobreza olhada com horror, com repugnância, não precisa de explicações. A desigualdade social cada vez mais difícil de ser ignorada, que humilha o pobre, essa precisa de explicações, com o cuidado para que explicações não se pretendam justificações. Para o pobre, a humilhação por excelência é a explicação que justifica a desigualdade. Mas pode humilhar também a explicação que, pretendendo ao

menos a mitigação da desigualdade, expõe indevidamente a ela o pobre. Isso pode aumentar a sua humilhação. Foi a experiência que tive que aprender duramente dos pobres no “Grito dos Excluídos”, lá no seu começo, no já longínquo 7 de setembro de 1995.

O Grito dos Excluídos foi uma iniciativa decorrente da Campanha da Fraternidade daquele ano de 1995, A Fraternidade e os Excluídos. Nesse tempo, a Pastoral da Criança, que eu acompanhava, se expandia nas vilas de periferia de Porto Alegre, e as lideranças, quase todas mulheres das próprias vilas, emergiam com força e autoridade. Combinamos estar juntos na manifestação do Grito dos Excluídos. Na hora e local marcados para nos encontrarmos no começo da marcha, fiquei sozinho e desolado com o banner enrolado nas mãos: ninguém apareceu! Na semana seguinte, em uma reunião muito animada, como sempre, veio a “explicação” de uma das líderes da Pastoral da Criança: “Vou lhe dar a real: a vida de pobre já é ruim; pior é, ainda por cima, ir ter que se mostrar excluídas, umas desguaritadas!” Nunca mais esqueci a palavra desguaritadas - sem guarita, sem amparo – mas sobretudo a violência contida na exposição dessa falta de guarida e amparo – ter que se mostrar. Relacionando cruamente: rico, sobretudo “novo rico”, gosta de se mostrar, para gozar da desigualdade. A humilhação do pobre aumenta sob os olhos dos que gozam da desigualdade.

Por uma espécie de pudor instintivo, nunca me dirigi aos pobres utilizando a “horrorosa” palavra pobre. Só eles têm direito de utilizá-la, às vezes com ironia bem-humorada para resistir à dor, como quando irrompem as festas e os luxos de carnaval. Escrevi para algumas das instituições organizadoras do Grito dos Excluídos para que se pensasse em mudar para uma proposta semanticamente mais positiva e proativa – Grito por justiça e dignidade, algo assim. Claro, fui voto vencido, as instituições não costumam ter sentimentos, estão normalmente cheias de razões.

E cá estamos, com a proposta de uma Igreja pobre para os pobres. O Papa Francisco, que não pode ser acusado de idealista, abre seu prefácio alertando: “Quem de nós não se sente pouco à vontade apenas ao se defrontar com a palavra pobreza?” E, ao longo de seu pontificado, ele teve sensibilidade profética para mostrar por gestos e palavras o que, agora, é coroado na Exortação Apostólica Dilexi Te, editada a quatro mãos com o Papa Leão XIV. Ele deixou uma herança incômoda, o Dia Mundial dos Pobres no penúltimo domingo do ano litúrgico, com sua mensagem e seus gestos sempre atualizados, e que agora está endossado pelo Papa Leão. Ambos, Francisco e Leão, conviveram com pobres, sabem de suas dores e seu potencial evangelizador e teológico. Sabem que não podem ser meros objetos de caridade pastoral, mas sujeitos criativos na própria Igreja.

No entanto, ainda cabe aprofundar qual seja mesmo o significado de uma Igreja pobre para os pobres. Não estaríamos diante de um abuso semântico? Quem acredita que a Igreja vai depor paramentos às vezes finamente decorados, como, aliás, cuidam em usar com zelo religioso também os babalorixás? Ou que iria recolher os tapetes vermelhos para a entrada da noiva? Ou, enfim, iria renunciar sinos de bronze e catedrais, seu grande patrimônio? Tem sentido – qual sentido – utilizar a semântica de uma Igreja pobre? Não estamos mantendo uma hipocrisia repugnante e insuportável? Talvez o maior desafio da Igreja seja a sua relação com Jesus de Nazaré e o Espírito que o ungiu para evangelizar os pobres (Cf. Lc 4, 18). Quem olha para a Igreja se remete à memória de Jesus? Ele, “por causa de vós se fez pobre, embora fosse rico, para vos enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8, 9). Há, de fato, uma missão nessa kenosis, nesse esvaziamento do Filho de Deus: a hospitalidade e a solidariedade que salvam, a inclusão sem espetáculo ou exposição de pobres, o gozo da igualdade, finalmente gozo da real fraternidade.

João XXIII, o papa que está na origem dessa inquietação do magistério pontifício, tem ainda uma das mais ajustadas indicações: ser uma Igreja em que os pobres se sintam em sua casa. Os pobres também apreciam o perfume do incenso e a música de um órgão de tubos. A orientação litúrgica, tão originalmente romana, da “nobre simplicidade” (Sacrosanctum Concilium 34), lhes cai bem, teria o aplauso de Joãozinho Trinta. Mas também o atabaque, o afugê e a flauta indígena podem manter alta a nobre simplicidade e o bom gosto. No entanto, mais do que tapetes, barretes, sinetes e outros ornamentos, a alma da Igreja e seu desafio maior é abrigar o que o diácono e mártir São Lourenço denominou “tesouro da Igreja”: os pobres – o órfão e a viúva em suas tribulações – que são o nosso lugar teológico e cristológico privilegiado, nosso juízo inicial e final. Os pobres, segundo Dilexi Te 110, citando o Papa Francisco, são a carne de Cristo: “A Igreja pobre para os pobres começa por dirigir-se à carne de Cristo. Se nos fixarmos na carne de Cristo, começamos (...) a compreender o que é esta pobreza – a pobreza do Senhor. E isso não é fácil!” O resto – ritos e livros, prescrições e procissões, e até orações, ainda que necessárias – é somente religião, formalidade religiosa, interpretando o apóstolo Tiago, 1, 27.

Nota do IHU

A Mensagem do Santo Padre Leão XIV para o IX Dia Mundial dos Pobres, XXXIII Domingo do Tempo Comum, 16-11-2025, pode ser lida aqui.

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