12 Agosto 2025
Leão XIV terá que tomar decisões "importantes" no futuro, afirma Paul Zulehner. Cem dias após sua eleição, o novo papa ainda está em seu "período fechado" como chefe da Igreja. No entanto, se quiser avançar em direção a uma Igreja mais sinodal, terá que tomar decisões – por exemplo, em relação ao papel das mulheres na Igreja e à participação prática do Povo de Deus, explicou o teólogo austríaco na sexta-feira no jornal Ö1 da ORF.
A reportagem é publicada por Katholisch.de, 08-08-2025.
Até agora, Leão XIV não fez inimigos. Ele também "não é um homem de piadas agradáveis e gestos teatrais", disse Zulehner. Com decisões como o retorno planejado ao seu apartamento no Palácio Apostólico, o retiro de verão em Castel Gandolfo e o uso da estola papal, Leão XIV queria "tranquilizar um pouco aqueles preocupados com a tradição", segundo a avaliação do teólogo.
O que o novo papa herdou de seu antecessor Francisco em termos de espiritualidade e dinamismo em relação às inovações na Igreja, ele agora precisava traduzir em estruturas. "O Papa Francisco era uma joia bruta, e o Papa Leão XIII agora deve ser o joalheiro", disse Zulehner, usando uma comparação vívida. Como exemplo, o teólogo citou a questão "muito sensível" de como as congregações fiéis podem celebrar a Eucaristia apesar da escassez de padres, e a descentralização na Igreja universal, que também está sendo discutida neste contexto.
Após assumir o cargo, Leão XIV comprometeu-se explicitamente a dar continuidade à sinodalização da Igreja iniciada por Francisco. Não se deve esquecer também que o bispo nascido nos EUA, como bispo no Peru, foi um "bispo dos pobres". "Este é um grande trunfo que também o conecta a Francisco", continuou Zulehner.
Segundo Zulehner, na atual situação global, não basta que o Papa se concentre apenas na Igreja. Por isso, ele "desenvolveu um programa de emergência muito bom, em paralelo ao programa de longo prazo dentro da Igreja", disse o teólogo: "Ele nunca perde a oportunidade de se posicionar claramente a favor da paz e contra a guerra. Ele defende o diálogo e diz: eu defendo um mundo melhor".