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O Sínodo, o diaconato e as mulheres. Artigo de Phyllis Zagano

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28 Mai 2025

A ordenação de mulheres ao diaconato tem sido postergada inúmeras vezes pelo Vaticano.

O artigo é de Phyllis Zagano, pesquisadora na Universidade Hofstra, em Hempstead, Nova York.

O texto é uma adaptação de sua palestra Mary Ward no Instituto Margaret Beaufort de Teologia, Universidade de Cambridge, em 15-11-2024, e foi publicado na revista Pastoral Review, v. 21, n. 2, abril-junho de 2025. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Em maio de 2024, quando um repórter de televisão estadunidense perguntou ao Papa Francisco se uma mulher poderia ser ordenada diácona, ele respondeu: “Não. Se forem diáconas com as Ordens Sagradas, não. Mas as mulheres sempre tiveram, eu diria, a função de diáconas sem serem diáconas, certo? As mulheres prestam um grande serviço como mulheres, não como ministras. Como ministras, nesse sentido. Dentro das Ordens Sagradas” [1].

O Papa Francisco estava errado, e o Sínodo sobre a Sinodalidade sabia disso. Tanto que, agora, seu Relatório Final Magisterial pede justamente um estudo mais aprofundado sobre o tema.

Há não muito tempo, o cardeal Walter Kasper disse à revista católica internacional Communio que a ordenação diaconal de mulheres era teologicamente possível e pastoralmente sensata: “Cada Igreja local deveria ser livre para decidir se quer ou não fazer uso dessa possibilidade” [2].

O Sínodo

O Sínodo sobre a Sinodalidade, ocorrido de 2021 a 2024, produziu o agora Documento Final Magisterial “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão”, que trata mais de uma conversão a um novo caminho de entendimento da Igreja como uma Igreja em missão, com ênfase no princípio da subsidiariedade, como no trecho abaixo:

“A reflexão sobre o exercício do ministério petrino em chave sinodal deve ser conduzida na perspectiva da ‘salutar descentralização’ (EG 16), pedida pelo Papa Francisco e solicitada por muitas Conferências episcopais. Na formulação que lhe dá a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, ela implica ‘deixar à competência dos Pastores a faculdade de resolver, no exercício da sua própria tarefa de mestres e de Pastores, as questões que eles conhecem bem e que não tocam a unidade da doutrina, da disciplina e da comunhão da Igreja, agindo sempre com aquela corresponsabilidade que é fruto e expressão daquele específico mysterium communionis que é a Igreja’ (PE II, 2)” [3].

O diaconato

O Relatório Final recomenda às Igrejas locais que “não se atrasem na promoção mais generosa do diaconato permanente” [4] e destaca que:

1) os diáconos não são ordenados ao presbiterado, mas a um ministério de serviço;

2) eles exercem seu serviço pela proclamação da Palavra, pela liturgia e pela caridade;

3) têm múltiplas formas de serviço, especificamente na liturgia e naquilo que o documento chama de “prática pastoral”;

4) trabalham a serviço da Igreja local.

A história do diaconato inclui as mulheres, desde a primeira menção de Santa Febe nas Escrituras (Rm 16,1-2). Diáconos e diáconas, homens e mulheres, são conhecidos até meados do século XII, tanto no Oriente quanto no Ocidente, embora o cursus honorum (curso de honra) que restringia a ordenação diaconal aos homens destinados ao presbiterado tenha efetivamente encerrado o diaconato como vocação permanente.

O Concílio de Trento tentou restaurar o diaconato, mas só conseguiu, em sua 23ª sessão, restaurar suas funções singulares, juntamente com as das ordens menores, sem pôr fim ao cursus honorum [5]. O mais interessante é que Trento tentou fazer no século XVI o que Francisco parcialmente tentou fazer: restaurar as funções das quatro ordens menores e da ordem maior de subdiácono por meio dos ofícios instalados de leitor e acólito, agora incluindo as mulheres. Trento deixou a consideração da ordem de diácono sacramentalmente ordenado nas mãos dos papas.

Em 1957, o Papa Pio XII falou sobre o diaconato como uma vocação permanente, mas disse: “Hoje, pelo menos, a ideia ainda não está pronta para ser aplicada” [6].

Embora o Concílio Vaticano II tenha restaurado o diaconato como vocação permanente, dois Padres conciliares, o bispo peruano León Bonaventura de Uriarte Bengoa, OFM (1891-1970), e o bispo Giuseppe Ruotolo (1898-1970), de Ugento, Itália, apresentaram ao Concílio a restauração das mulheres ao diaconato. Nada foi feito em relação às mulheres [7].

Mulheres

O Sínodo sobre a Sinodalidade, de 2021-2024, abordou a questão. O documento final da reunião sinodal inicial (disponível aqui), em 2023, declarou:

“Foram expressadas diferentes posições acerca do acesso das mulheres ao ministério diaconal. Alguns consideram que este passo seria inaceitável, na medida em que se encontra em descontinuidade com a Tradição. Para outros, porém, conceder às mulheres o acesso ao diaconato recuperaria uma prática da Igreja das origens. Outros, ainda, discernem neste passo uma resposta apropriada e necessária aos sinais dos tempos, fiel à Tradição e capaz de encontrar eco no coração de muitas pessoas que procuram uma renovada vitalidade e energia na Igreja. Alguns exprimem o receio de que este pedido seja expressão de uma perigosa confusão antropológica; acolhendo-a, a Igreja estaria a alinhar pelo espírito do tempo” [8].

O Sínodo de 2023 solicitou:

“Que se dê seguimento à pesquisa teológica e pastoral sobre o acesso das mulheres ao diaconato, beneficiando dos resultados das comissões propositadamente instituídas pelo Santo Padre e dos estudos teológicos, históricos e exegéticos já realizados. Se possível, os resultados deveriam ser apresentados à próxima sessão da Assembleia” [9].

No entanto, as diáconas não estavam na pauta oficial do Sínodo de outubro de 2024. Em junho de 2024, a Secretaria do Sínodo divulgou a composição de 15 grupos de estudo, cinco sobre os processos da sinodalidade e 10 sobre temas específicos, incluindo um sobre as mulheres no ministério [10].

Os 10 grupos de estudo temáticos apresentaram relatórios no primeiro dia da assembleia de 2024. Os relatórios foram breves, de três minutos, sobre os trabalhos de indivíduos cujas fotografias identificadas apareceram simultaneamente nas telas de casa e na Sala Paulo VI. O único ponto atípico foi o relatório do Grupo de Estudo 5, intitulado “Algumas questões teológicas e canônicas em torno de formas ministeriais específicas (Relatório de Síntese 8 e 9)”, liderado pelo padre italiano Armando Matteo, de 54 anos, subsecretário para Dicastério para a Doutrina da Fé.

No entanto, Matteo não apresentou o relatório do Grupo de Estudo 5. Em vez disso, quem o apresentou foi o cardeal argentino Víctor Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, desviando-se em certo ponto do texto publicado (disponível aqui), que afirma: “Com base na análise até aqui elaborada (...) o Dicastério julga que ainda não há lugar para uma decisão positiva por parte do Magistério acerca do acesso das mulheres ao diaconato, entendido como um grau do sacramento da Ordem” [11].

O cardeal Fernández disse:

“Sabemos a posição pública do pontífice, no sentido de que ele não considera a questão madura. A oportunidade para um estudo mais aprofundado permanece em aberto, mas, na mente do Santo Padre, há outras questões que ainda precisam ser exploradas e resolvidas antes de se apressar em falar sobre um possível diaconato para algumas mulheres. Caso contrário, o diaconato se torna uma espécie de [prêmio de] consolação para algumas mulheres, e a questão mais decisiva da participação das mulheres na Igreja permanece negligenciada.”

Fernández listou, então, leigas exemplares no serviço: oito santas canonizadas, uma “santa” popular, três santas cujos processos de canonização estão em andamento e a figura política feminina mais influente da Itália medieval. Especificamente, ele mencionou quatro italianas, duas alemãs, uma sueca, duas francesas, uma mexicana, uma argentina e duas estadunidenses. Todas viveram após o declínio essencial do diaconato como ordem plena e ativa na Igreja latina [12].

Elas certamente são pessoas exemplares, mas seu trabalho “diaconal” não é aquilo que as pessoas chamadas ao diaconato hoje – homens e mulheres – pensam. Por exemplo, a primeira mulher na lista é Matilde de Canossa, que governou uma parte significativa da Itália durante a segunda metade do século XI, apoiou as atividades políticas e militares papais e foi a primeira mulher sepultada na Basílica de São Pedro. De alguma forma, o Dicastério para a Doutrina da Fé conecta ela e as outras mulheres, como disse Fernández, o que demanda

“levar a cabo uma reflexão sobre a ampliação da dimensão ministerial da Igreja, à luz de sua dimensão carismática, capaz de sugerir o reconhecimento de carismas ou a instituição de serviços eclesiais, não imediatamente ligados ao poder sacramental, mas que encontram sua raiz nos sacramentos do Batismo e da Confirmação” [13].

Ficamos pensando o que isso significa. Será que as mulheres que pedem para ser ordenadas diáconas precisam pensar em governar um terço da Itália? Precisam inventar uma vida tão espetacular a ponto de estar na fila da canonização?

O comentário de Fernández conclui:

“À luz desses belíssimos testemunhos, a questão do acesso da mulher ao diaconato é redimensionada, enquanto, a partir do estudo aprofundado de seu multiforme testemunho cristão, pode vir aquela ajuda, hoje necessária, para imaginar novas formas de ministerialidade capazes de ‘alargar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja’” [14].

Os comentários do cardeal Fernández e o fato de que, em vez das fotos dos membros do Grupo 5, as telas da Sala Paulo VI exibiram uma foto de toda a equipe do Dicastério e outra de seus membros mais antigos, confundiram as questões e irritaram muitas pessoas.

Os rumores na sala do Sínodo ecoaram muito além dela. As diáconas não estavam na pauta, mas, ao eliminar o tema, a questão das diáconas tornou-se o ponto focal de muitas intervenções e de muita discussão. Em poucos dias, a Secretaria do Sínodo anunciou que os membros poderiam se inscrever para se reunir com os Grupos de Estudo na tarde do dia 18 de outubro, uma sexta-feira.

Aproximadamente 100 membros compareceram à reunião do Grupo de Estudo 5. Eles foram recebidos não pelo cardeal Fernández, nem pelo Pe. Matteo, mas por dois membros da equipe da Doutrina da Fé, um jovem padre poliglota estadunidense, Pe. Andrew Liaugminas, e a Dr.ª Veronica G. Casillas Patrón, identificada como uma “assistente técnica” no Anuário Pontifício do Vaticano, que se apresentaram apenas pelos seus primeiros nomes.

Eles não conseguiram responder às perguntas e pediram aos presentes que fizessem uma fila para receber um pedaço de papel que os convidava, em seis idiomas, a enviar suas opiniões por escrito para um endereço de e-mail [15].

A consternação se refletiu em uma reunião planejada às pressas com o Papa Francisco no domingo seguinte, originalmente programada para um grupo principal de 12 ou 15 mulheres membros do Sínodo, mas que incluía a maioria delas. Na segunda-feira, o cardeal Fernández se pronunciou, dizendo que a consulta médica do Pe. Matteo o impossibilitou de comparecer à reunião de sexta-feira, mas não explicou sua própria ausência. Ele anunciou que a Segunda Comissão Pontifícia para o Estudo do Diaconato Feminino retomaria seus trabalhos, insistindo, ao mesmo tempo, que a liderança feminina na Igreja não deveria ser vinculada à ordenação.

O cardeal Fernández também anunciou uma segunda reunião, na qual forneceria uma lista completa dos membros do Grupo de Estudo 5, desta vez para a quinta-feira, 24 de outubro, às 16h30, horário de Roma. A data e a hora são importantes, pois, ao término da terceira semana do Sínodo, o Relatório Final já estava em fase avançada de elaboração, e a votação final, parágrafo a parágrafo, estava agendada para a sessão final do Sínodo no dia em 26 de outubro [16].

O Vatican News tomou a medida bastante incomum de gravar toda a reunião e disponibilizar o áudio. Duas das perguntas, dentre as 100 pessoas presentes, se destacaram. O padre jesuíta Agbonkhianmeghe E. Orobator, reitor da Escola Jesuíta de Teologia da Universidade de Santa Clara, abordou o atraso na decisão sobre as diáconas e perguntou quando o momento seria “maduro”, sugerindo que, quando o momento estiver maduro demais, assim como uma fruta, a questão estraga e apodrece. Outra, da socióloga estadunidense Dr.ª Trisha Bruce, ecoou esse tema. Ela relatou que, entre seus estudos sociológicos, dois se destacavam a respeito da questão das diáconas. Sua pesquisa com jovens padres constatou que eles estavam entusiasmados e felizes em suas vocações, dispostos a encorajar outros jovens a segui-los. Sua pesquisa com jovens mulheres envolvidas no ministério leigo solicitou conselhos para as mulheres que estavam considerando uma vocação dentro da Igreja. A resposta única e unânime foi “fuja!” [17].

Ainda não está claro quem pertence ao Grupo de Estudo 5, exceto Armando Matteo e o cardeal Fernández. A questão – ou mais provavelmente o documento completo – será submetido aos consultores do Dicastério para a Doutrina da Fé, incluindo as 28 pessoas nomeadas em setembro de 2024. Esse grupo é composto predominantemente por padres italianos, dois outros homens e seis mulheres, e inclui três membros da Pontifícia Comissão para o Estudo do Diaconato Feminino inicial: a Prof.ª Nuria Calduch, o Mons. Piero Coda e a Prof.ª Michaelina Tenace. Os membros da Segunda Comissão se reuniram em Roma de 3 a 7 de fevereiro de 2025, presumivelmente para considerar as contribuições dos membros do Sínodo.

Os Grupos de Estudo devem apresentar seus relatórios finais até junho de 2025. Será que um documento sobre as diáconas afirmará a tradição de ordenar mulheres como diáconas? Ou criará um novo ministério leigo não ordenado de diáconas? Talvez, ecoando o Papa Pio XII e o cardeal Fernández, a questão não está madura, o tempo não está “pronto”.

O Relatório Final do Sínodo afirma o seguinte:

“Em virtude do Batismo, homens e mulheres gozam de igual dignidade no Povo de Deus. No entanto, as mulheres continuam a encontrar obstáculos para obter um reconhecimento mais pleno dos seus carismas, da sua vocação e do seu lugar nos vários sectores da vida da Igreja, em detrimento do serviço à missão comum. As Escrituras atestam o papel de primeiro plano de muitas mulheres na história da salvação. A uma mulher, Maria de Magdala, foi confiado o primeiro anúncio da Ressurreição; no dia de Pentecostes, Maria, a Mãe de Deus, estava presente no Cenáculo, juntamente com muitas outras mulheres que tinham seguido o Senhor. É importante que as passagens relevantes da Escritura encontrem lugar apropriado nos lecionários litúrgicos. Alguns momentos cruciais da história da Igreja confirmam o contributo essencial das mulheres movidas pelo Espírito. As mulheres constituem a maioria daqueles que frequentam as igrejas e são frequentemente as primeiras testemunhas da fé nas famílias. São ativas na vida das pequenas comunidades cristãs e nas paróquias; dirigem escolas, hospitais e centros de acolhimento; lideram iniciativas de reconciliação e de promoção da dignidade humana e da justiça social. As mulheres contribuem para a investigação teológica e estão presentes em posições de responsabilidade nas instituições ligadas à Igreja, na Cúria diocesana e na Cúria Romana. Há mulheres que exercem cargos de autoridade ou são responsáveis pela comunidade. Esta Assembleia convida a dar plena implementação de todas as oportunidades já previstas no direito vigente relativamente ao papel das mulheres, particularmente nos lugares onde ainda não foram concretizadas. Não há razões que impeçam as mulheres de assumir funções de liderança na Igreja: não se pode impedir o que vem do Espírito Santo. A questão do acesso das mulheres ao ministério diaconal também permanece em aberto e é necessário prosseguir o discernimento a este respeito. A Assembleia convida também a prestar maior atenção à linguagem e às imagens utilizadas na pregação, no ensino, na catequese e na redação dos documentos oficiais da Igreja, dando mais espaço ao contributo de mulheres santas, teólogas e místicas” [18].

Olhemos para as santas, as teólogas e as místicas. Lembremos que o cardeal Fernández apontou várias mulheres leigas como exemplos para o ministério feminino. Eram rainhas e princesas, fundadoras, líderes políticas e místicas, todas mulheres maravilhosas e exemplares. Ele não mencionou Santa Febe.

Notas

1. Entrevista do Papa Francisco com Norah O'Donnell, Columbia Broadcasting Network (20 de maio de 2024) às 23h15, disponível aqui, acessado em 16 de janeiro de 2025.

2. Walter Kasper e Jan-Heiner Tück, ‘A synod is not a theological congress’, Communio 31 (outubro de 2024), disponível aqui, acessado em 16 de janeiro de 2025.

3. Francisco, XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo de Bispos, Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão, Documento Final, Cidade do Vaticano (24 de novembro de 2024), n. 134. Citando Evangelii gaudium.

4. Documento Final, n. 73.

5. Vigésima terceira sessão do Concílio de Trento (15 de julho de 1563), Capítulo XVII, disponível aqui, acessado em 16 de janeiro de 2025.

6. Pio XII, Guiding Principles of the Lay Apostolate: Address of His Holiness Pope Pius XII to the Second Congress of the Lay Apostolate, 5 de outubro de 1957, Washington, DC: National Catholic Welfare Conference, 1957; também, Pio XII, Discourses and Radio messages, vol. XIX, pp. 455–73; disponível aqui, acessado em 16 de janeiro de 2025.

7. Acta et documenta Concilio oecumenico Vaticano II apparando; Series prima (antepraeparatoria) (Typis Polyglottis Vaticanis, 1960–1) (ADA), II/II, 121.

8. Primeira Sessão, Uma Igreja Sinodal em Missão, Relatório de Síntese, n. 9j.

9. Primeira Sessão, Uma Igreja Sinodal em Missão, Relatório de Síntese, n. 9n.

10. H. Brockhaus, ‘These are the members of the Synod on Synodality study group’, Catholic News Agency, 9 de julho de 2024, disponível aqui, acessado em 16 de janeiro de 2025.

11. Segunda sessão, XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, Apresentação dos relatórios dos 10 grupos de trabalho criados pelo Papa Francisco. Grupo 5: Algumas questões teológicas e canonísticas em torno a específicas formas ministeriais (RdS 8 e 9), 2 de outubro de 2024.

12. Matilde de Canossa, Hildegard de Bingen, Brígida da Suécia, Catarina de Siena, Joana d’Arc, Teresa d’Ávila, Juana Inés de la Cruz, Mama Antula, Elizabeth Ann Seton, Maria Montessori, Armida Barelli, Dorothy Day, Madeleine Delbrêl.

13. Fernández, Apresentação do Grupo 5. Citando Evangelii gaudium 103.

14. Ibid.

 

15. Christopher White, ‘Outrage follows Vatican doctrine chief’s absence from synod meeting on secretive women’s study group’, National Catholic Reporter, 16 de outubro de 2024, disponível aqui, acessado em 16 de janeiro de 2025.

 

16. Christopher White, ‘Vatican doctrinal czar says women deacons commission will resume work’, National Catholic Reporter, 21 de outubro de 2024, disponível aqui, acessado em 16 de janeiro de 2025.

 

17. Andrea Tornielli, ‘Cardinal Fernández: Let us work to give women more space and power’, Vatican News, s.d., disponível aqui, acessado em 16 de janeiro de 2025.

 

18. Documento Final da Segunda Sessão, n. 60, grifo meu.

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