19 Mai 2025
Além de uma simples afirmação da autoridade do papa, a carta do Padre Geral chamou atenção para o lugar particular de importância que essa autoridade tem na vida dos jesuítas. Como jovem jesuíta em formação para o sacerdócio, tenho me juntado aos meus companheiros escolásticos nos últimos anos estudando a história dos jesuítas de nos oferecer ao papa e de receber voluntariamente dele a missão para onde ele achar que a Companhia pode servir melhor à Igreja — algo que o Padre Sosa reafirmou ser um elemento definidor do nosso carisma e da nossa história jesuíta.
A informação é de Noah Banasiewicz, S.J., publicada por America, 16-05-2025.
Antes da instituição oficial dos jesuítas, Santo Inácio e seus companheiros eram colegas em Paris, desejando ministrar na Terra Santa até que a guerra na região os deixou presos nos cais de Veneza. Decidindo se apresentar ao papa e expressar sua disponibilidade para servir onde ele julgasse necessário, os homens viajaram a Roma. Foi o Papa Paulo III quem abençoaria sua fraternidade e lhes daria uma missão, reconhecendo-os oficialmente como uma ordem religiosa chamada Companhia de Jesus em 1540.
Invocando essa memória do nosso fundador e seguindo seus predecessores, o Padre Sosa disse à Companhia que havia comunicado ao Santo Padre nossa disponibilidade, oferecendo “nossa cooperação onde e como sua visão universal considerar que podemos dar o melhor do que somos hoje”.
As atuais Preferências Apostólicas Universais da Companhia foram confirmadas pelo Papa Francisco em 2019 para servirem de referência missionária para a próxima década. Os princípios evangélicos comunicados pelo Papa Leão XIV em seu primeiro discurso ao Colégio dos Cardeais indicam que o novo papa compartilha uma percepção semelhante das maiores necessidades da Igreja e do mundo.
O Padre Sosa também observou que a eleição de Leão XIV representa uma oportunidade para cada jesuíta “renovar nosso pensamento com a Igreja”. A expressão latina para isso, “sentire cum ecclesia,” encontra-se no material suplementar ao texto dos Exercícios Espirituais que Santo Inácio oferece além das meditações, incluindo as “Regras para Pensar, Julgar e Sentir com a Igreja”.
Compartilhando uma estrutura semelhante ao resto dos Exercícios Espirituais, essas regras buscam inspirar o que, em última análise, é uma atitude e uma abordagem. Esse encorajamento para pensar com a Igreja é, sem dúvida, um chamado à obediência, mas está longe de ser uma ordem fria para mera conformidade. Inácio enquadra a observância dessas regras como o cultivo de corações e mentes mais dispostos ao amor e ao louvor.
Retornar ao espírito de pensar com a Igreja também serve como um lembrete de que nossa vida e missão não são vividas em isolamento. A obediência não se vive simplesmente fazendo algo pela Igreja; requer ser enviado e ministrar em nome da Igreja e da Companhia. Ao nos pedir para renovar nossa integração dessas regras, o Padre Sosa expressa ainda mais a profundidade e sinceridade da nossa obediência ao Pontífice Romano.
O Padre Sosa concluiu sua carta recomendando o Papa Leão XIV à oração, assegurando-lhe as orações de toda a Companhia e de cada jesuíta individualmente. O retrato do novo papa será pendurado ao lado dos do Padre Sosa e do bispo local em nossas comunidades pelo mundo. E, todos os dias, os jesuítas celebrarão a Missa juntos em suas comunidades, oferecendo orações por ele.