05 Janeiro 2018
Na conta bancária do cardeal hondurenho que coordena o C9, o conselho desejado pelo Papa Francisco para reformar a Igreja, entrou, em um ano, meio milhão de euros. Um rio de dinheiro concedido a Oscar Maradiaga pela Universidade Católica de Tegucigalpa. Motivo? O purpurado é o grão-chanceler da instituição.
A reportagem é do jornal La Repubblica, 22-12-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Um papel pago a peso de ouro: 35 mil euros por mês mais 54 mil de décimo terceiro. Quem revelou isso foi uma investigação da revista italiana L’Espresso, assinada por Emiliano Fittipaldi, nas bancas no dia 24 de dezembro.
De acordo com as fontes citadas no artigo, o papa recebeu um relatório detalhado sobre o caso por parte do visitador apostólico Jorge Pedro Casaretto, enviado justamente para esclarecer os bastidores da história. E agora Bergoglio advogou para si a decisão final.
Maradiaga, no dia 29 de dezembro, completou 75 anos e, portanto, terá que apresentar sua renúncia como bispo da capital de Honduras. Mas também está em discussão o papel como conselheiro privilegiado que o prelado teve desde o início do pontificado de Francisco.
No Vaticano, estão tentando entender que fim teve o dinheiro embolsado por Maradiaga. E, a partir das investigações de Casaretto, também teriam vindo à tona investimentos misteriosos com o dinheiro da diocese: somas enormes confiadas a empresas financeiras londrinas, como a Leman Wealth Management, e outros montantes que foram parar em contas alemãs e depois desapareceram.
O Tribunal de Contas de Honduras também já acendeu os refletores sobre a Cúria por causa da falta de transparência no emprego de fundos públicos. Outros testemunhos dizem respeito ainda ao bispo auxiliar de Tegucigalpa, Juan José Pineda, homem de confiança do cardeal: ele teria feito misteriosas doações a amigos. Um emaranhado que Bergoglio, agora, quer ver com clareza.
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Maradiaga, o cardeal de 35 mil euros por mês - Instituto Humanitas Unisinos - IHU