Por: André | 19 Agosto 2015
“Pedro Casaldáliga segue melhorando!” Com estas palavras, Thiago Valentim, um dos coordenadores da Comissão Pastoral da Terra (CPT), informava no seu perfil do Facebook sobre sua recente visita ao bispo emérito de São Félix do Araguaia, ainda convalescendo no hospital de Ceres, Goiás, em decorrência da cirurgia no fêmur.
A reportagem é de José Manuel Vidal e publicada por Religión Digital, 18-08-2015. A tradução é de André Langer.
As palavras de Thiago foram replicadas nas redes sociais e provocaram grande número de comentários, nos quais se pode ver o carinho e a admiração que tanta gente tem por alguém que é considerado exemplo de resistência, profecia e missão.
Destaco as palavras do Pe. Vileci Vidal, assessor nacional das CEBs, que dizia em um dos comentários que “nos caminhos da libertação, Pedro nos revela muito amor por causa dos pobres”.
O coordenador da CPT assinala que apesar da fragilidade corporal, provocada pela companhia do “meu irmão Parkinson”, Pedro Casaldáliga está bem, lúcido e forte, recebendo com carinho a quem chega para visitá-lo e tentando conversar, embora em alguns momentos não seja entendido.
O bispo claretiano acompanha com atenção e preocupação a situação política e eclesial. De fato, interessou-se pelo desenrolar do V Congresso Nacional da CPT, que aconteceu no mês de agosto em Porto Velho, Rondônia, a ponto de querer soltar a bolsa com os materiais produzidos pelo Congresso.
Nesse momento, Casaldáliga recordou a Romaria dos Mártires, que acontece a cada cinco anos em Ribeirão Cascalheira, uma das cidades da Prelazia de São Félix do Araguaia, onde no dia 11 de outubro de 1976, em plena ditadura militar, foi ferido de morte um dos seus principais colaboradores, o jesuíta João Bosco Burnier, quando um policial atirou contra ele enquanto defendia duas mulheres presas que estavam sendo torturadas.
Para tranquilidade e alegria de todos, Pedro está sendo muito bem cuidado, com visitas constantes de muitos amigos. Também não faltam as orações para que, como tudo indica, possa voltar nos próximos dias para casa, para o lugar onde, seguindo o exemplo de Jesus, o Deus que se fez humano, encarnou-se há mais de 40 anos. E assim poder desfrutar das águas do Araguaia e continuar sendo bandeira de luta daqueles que sempre defendeu, aqueles que não contam para o mundo, mas são os preferidos de Deus, os pobres e os excluídos.
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