16 Mai 2016
Pobres diaconisas. Exatamente como tinha acontecido antes do Sínodo sobre a Família (em vista de possíveis aberturas sobre a comunhão aos divorciados recasados), também desta vez os adversários do Papa Bergoglio não perderam tempo para arrasar o corajoso projeto de uma comissão de estudo sobre as formas de diaconato feminino nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. O tema é tabu desde os anos do Concílio e também desta vez, na véspera da proposta papal solicitada por uma pergunta das 900 Irmãs da USG – a União das Superioras Gerais – provocou a dor de barriga à ala mais radical e conservadora da Cúria, aquela que substancialmente se encontra nas posições dos cardeais Mueller, Sarah e Burke.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 14-05-2016. A tradução é de Benno Dischinger.
Apaziguar
Com o intento de acalmar os ânimos e extinguir toda possível aversão a um projeto ainda em estudo, o Papa Bergoglio, através de Twitter, chilreou: “Se o nosso coração e os nossos gestos são animados pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus”.
Quase contemporaneamente, outro murmúrio, desta vez do Substituto monsenhor Becciu, agia entrementes para apagar o fogo. As polêmicas não servem a ninguém, muito menos desta vez. “O Papa me telefonou surpreso sobre as ... diaconisas! Pensa numa comissão. Não apressemos as conclusões!”
Subsequentemente, também o porta-voz padre Lombardi saiu para clarear aquela que ontem era somente uma “belíssima conversação com as religiosas. Uma conversação encorajadora sobre as mulheres e, em partícular, sobre as mulheres consagradas na vida da Igreja, também sobre suas tarefas em posições importantes nos dicastérios, quando não seja implicada a ordenação”.
Como a dizer que ninguém jamais ousou trazer à baila as mulheres padre. Lombardi se aventurou depois ainda além. “O Papa não disse que tem intenção de introduzir uma ordenação diaconal das mulheres, e menos ainda ele falou de ordenação sacerdotal. Antes, no decurso da celebração eucarística fez entender que nisto realmente não pensa”. Mas, o que Bergoglio disse de preciso e de coração aberto? Simplesmente que solicitará à Congregação da Fé (conduzida pelo Cardeal Mueller) de lhe referir os estudos feitos sobe o tema do diaconato e que nomeará uma comissão de estudo. “Sobre o diaconato aceito e me parece útil uma comissão que esclareça bem tudo isto”.
O ponto que andou tocando o Papa é nevrálgico e desperta o temor de que o sacramento da ordenação a sacerdote possa ser desnaturado e posto em perigo. James Martin, jesuíta e editor de America, a revista teológica mais autorizada do mundo anglo-saxão, saudava contento a ideia: “toda referência à mulher na Igreja como líder provoca inevitáveis torrentes de misoginia. E esta é uma razão a mais para as mulheres diácono”.
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O Papa obrigado a frear sobre as mulheres diácono: “Conclusões apressadas” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU