Por: Cesar Sanson | 23 Março 2016
"O tempo será curto para todos. Ingressamos numa aventura. Tudo é possível. Menos o impossível". O comentário é de Rudá Ricci em artigo no seu blog, 22-03-2016.
Eis o artigo.
Uma vez, um político britânico disse que o mais importante não é como se entra num cargo, mas como se sai. Isto cabe para o PMDB e para o atual governo.
As manifestações do dia 31 têm este condão: de preparar o próximo período que será uma montanha russa.
Serra começará com medidas liberais e terá algum aporte de empresas nacionais e dos EUA. Não será muita coisa, mas melhorará o clima por alguns meses.
O problema é que a retração orçamentária é grave e o impacto social é extenso. Nesta seara os tucanos sempre patinaram. Porque é incoerente com a cartilha ultraliberal. Sempre fizeram marola neste campo. E é por aí que as tensões proliferarão gradativamente.
Haverá uso seletivo de força. A lei antiterror será empregada com parcimônia inicial. Um país profundamente desigual necessita de políticas distributivas (ou populistas) fortes e constantes.Sem esperança no futuro, a legitimidade popular se esvai. Foi o que ocorreu com o governo Dilma. Este será um dos pontos de forte tensão no interior do novo governo.
Para a esquerda, a esquerda madura, não a juvenil ou carreirista, será necessário um profundo mergulho nos erros cometidos. Não há indício do PT ser substituído na hegemonia deste bloco. É evidente que a segunda força deste campo, o PSOL, se apresenta absolutamente à margem dos atuais acontecimentos, o que constitui um forte sinal de suas dificuldades de interpretação e posicionamento.
É possível que a opção dos eleitores seja um outsider em 2018, como foi definido como solução em 1989, em meio ao esgotamento de tantas tentativas na área econômica.
O PSDB tem poucos meses para estancar sua guerra interna e mostrar que tinha um plano engavetado. O PMDB terá que driblar seus denunciados e envolvidos nas relações e inquéritos e conter o juiz Moro. Será fundamental para não passar a impressão que os paneleiros foram usados por eles.
O tempo será curto para todos. Ingressamos numa aventura. Tudo é possível. Menos o impossível.
Veja também.
A permissividade e o movediço cenário político nacional. Entrevista especial com Rudá Ricci
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