21 Janeiro 2016
A Arquidiocese de Seattle publicou uma lista com 77 abusadores sexuais de crianças que trabalharam ou viveram na região leste do estado de Washington durante várias décadas passadas.
A reportagem foi publicada por The New York Times, 16-01-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Dom J. Peter Sartain pediu desculpas pelas ações cometidas pelas pessoas cujos nomes compõem a lista, praticamente toda por sacerdotes, irmãos e diáconos e por, pelo menos, uma irmã abusadora de menores. Em carta divulgada semana passada, ele disse que estava divulgando os nomes “no interesse de uma maior transparência e responsabilização” e para continuar incentivando as vítimas de abuso sexual clerical a denunciarem os abusadores.
“O nosso trabalho nessa área não estará completo até que todos os que foram prejudicados tenham recebido assistência na cura, e até que o mal dos abusos sexuais infantis tenha sido erradicado da nossa sociedade”, disse o arcebispo.
A lista baseia-se em casos nos quais as acusações de abuso sexual infantil foram admitidas, estabelecidas ou determinadas como credíveis. A lista levou quase dois anos para ser concluída com a ajuda de consultores independentes e de um conselho de profissionais que assessoraram Sartain ao longo desse tempo.
As 77 pessoas cujos nomes foram listados viveram ou atuaram na região leste de Washington entre os anos de 1923 e 2008.
O arcebispo disse que a arquidiocese tem se esforçado em responder às vítimas desde meados de 1980 e agradeceu aos sobreviventes de abusos que vieram a público denunciá-los.
Um advogado de Seattle, Michael T. Pfau, e seu colega de escritório, Jason P. Amala, levantaram mais de 150 alegações contra a Arquidiocese de Seattle e outros que trabalhavam em escolas e paróquias dentro e ao redor da cidade. Muitas das alegações envolviam pessoas presentes na lista divulgada.
Pfau disse que a lista poderia ajudar os sobreviventes a resolver os efeitos dos abusos que sofreram.
“Muitos dos nossos clientes acreditam que eles foram os únicos, ou pensam que as pessoas não acreditarão neles caso venham a público denunciar”, disse ele em nota à imprensa. “Esta lista vai ajudar as pessoas a perceber que elas não estão sozinhas, o que é em geral um primeiro passo em direção à cura."
Pfau também falou que a arquidiocese, “para fins de transparência verdadeira”, deve divulgar os arquivos secretos em que se citam os nomes das pessoas presentes na lista, dizendo que outras dioceses já fizeram o mesmo.
“A divulgação destes arquivos permite que os sobreviventes dos abusos sexuais comecem a entender como tudo aconteceu, o que pode ser um outro passo importante em direção à cura e superação”, disse. “Essa divulgação ajuda o público geral a compreender a magnitude do problema e a certificar-se de que algo desse tipo jamais vai acontecer novamente."
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Arquidiocese de Seattle aponta 77 pessoas como abusadoras de crianças - Instituto Humanitas Unisinos - IHU