Dois meses depois, Dilma quer outra reforma da Previdência

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08 Janeiro 2016

"Qual a razão do governo acenar com uma pauta com uma relação custo/benefício tão alta?", questiona Luis Nassif, jornalista, em artigo publicado por Jornal GGN, 07-01-2016.

Eis o artigo.

Vamos tentar entender.

1. O governo Dilma tem uma montanha de problemas de curto prazo para administrar.

2. Que a Previdência exige reformas permanentes, não se discute. A melhoria na expectativa de vida da população, o fim do bônus demográfico com a redução do número de filhos por casal, tudo isso pressupõe um trabalho de atualização da idade mínima. A cada cinco anos, digamos, um governante terá que amansar o touro e elevar a idade mínima. FHC automatizou com o fator previdenciário, amarrado ao aumento da expectativa de vida do brasileiro, calculado pelo IBGE.

3. No dia 4 de novembro de 2015, a presidente Dilma Rousseff converteu em lei o texto da Medida Provisória 676/2015 que instituiu a fórmula 85/95 (a soma da idade + tempo de contribuição respectivamente para mulher e homem). Nela se define em 65 anos a idade mínima de aposentadoria. Quem quiser se aposentar antes, se sujeita ao fator previdenciário, derrubando o valor da aposentadoria.

Esperava-se que Dilma já tivesse cumprido o ritual quinquenal e a Previdência voltasse a ser trabalhada em um próximo governo, com a popularidade garantida pelas novas eleições.

Mas, não.

Hoje, em café da manhã com jornalistas, a presidente – que já tem uma arca de pepinos para descascar - anuncia nova reforma da Previdência, alterando a idade mínima. Segundo o G1, a reforma foi anunciada como "medida urgente para sanear as contas públicas".

Não tem urgência nenhuma. Qualquer reforma agora só se refletirá nas contas fiscais daqui a vinte anos. E é uma reforma que, se for aprovada daqui a cinco anos, não implicará em perda fiscal nenhuma. Barbosa tenta de novo tornar automático o aumento da idade mínima, casado com a melhoria da expectativa de vida, para aliviar a vida do próximo presidente, não do atual.

É apresentado menos de dois meses depois da reforma defendida por Levy, que gerou tanto embate no Congresso e desgaste na opinião pública. E colide diretamente com os grupos de apoio à Dilma

A atividade industrial caiu mais de 10 pontos percentuais em um ano. Os investimentos recuaram 25% em 2015.

Não há sinais de recuperação da demanda em 2016.

Qual a razão do governo acenar com uma pauta com uma relação custo/benefício tão alta?