17 Dezembro 2015
"O acordo de Paris é um marco na história da humanidade, permite enfrentar as alterações climáticas, dando a esperança de fazê-lo de modo construtivo e eficaz": são palavras do bispo anglicano sul-africano Thabo Makgabo, no dia seguinte à divulgação dos conteúdos do acordo alcançado em Paris sobre o clima. Trata-se de um exemplo dos muitos testemunhos oferecidos antes, durante e depois da Conferência sobre o Clima (conhecida como COP21), a partir de diversas comunidades religiosas.
A reportagem é de Riccardo Burigana, publicada no jornal L'Osservatore Romano, 15-12-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A "peregrinação" ecumênica pelo clima, pela justiça e pela paz foi pensada pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI), mas, a partir daí, ativaram-se muitos percursos, alguns dos quais puderam contar com a participação de judeus, muçulmanos, budistas e hindus.
Entre as iniciativas a se destacar, está a oração ecumênica na Catedral de Notre-Dame. Os participantes receberam a mensagem do patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu.
De destaque foi o discurso do pastor Olav Fyske Tveit, secretário-geral do CMI, que exortou a fazer, com coragem, uma mudança de rumo, para dar esperança ao mundo. Com força, manifestou-se a vontade de chamar os governos nacionais e as instituições internacionais às suas responsabilidades, pedindo compromissos concretos e viáveis com a proteção da criação.
Para a Federação Mundial Luterana, discutir as mudanças climáticas não significa apenas falar de paz, de proteção da criação e de direitos humanos, mas também de justiça entre as pessoas, entre as nações e entre as gerações, para delinear um futuro diferente da situação atual.
Nesse universo de iniciativas, durante a Conferência de Paris, deve ser lembrado o apelo nascido da mesa de diálogo católico-budistas na Itália, assinado pela Mesa Valdense, pela Federação das Igrejas Evangélicas da Itália, pela União Hinduísta Italiana, pela Assembleia dos Rabinos da Itália, pela União das Comunidades Islâmicas e pela Comunidade Religiosa Islâmica da Itália e, depois, entregue ao ministro italiano do Ambiente, Gian Luca Galletti, como sinal tangível de um compromisso inter-religioso em favor da salvaguarda da criação.
Precisamente por causa dessa multiplicidade de iniciativas, o acordo de Paris não foi lido como um ponto de chegada, mas como um ponto de partida para uma nova fase do testemunho ecumênico. Como lembrou Neil Thomas, em nome da Catholic Agency for Overseas Development (Cafod), trata-se de continuar um caminho cada vez mais aberto à dimensão inter-religiosa, para a construção daquilo que o Papa Francisco definiu como um plano comum global, para se colocar em primeiro lugar as necessidades dos mais fracos.
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O movimento ecumênico e o acordo sobre o clima da COP21: ponto de partida - Instituto Humanitas Unisinos - IHU