Ao redor do mundo, marchas pelo clima exigem ação de governos contra aquecimento global

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30 Novembro 2015

Uma série de manifestações ao redor do mundo tem reunido milhares de pessoas neste fim de semana para exigir de líderes mundiais que cheguem a um acordo contra o aquecimento global na Conferência sobre as Mudanças Climáticas das Nações Unidas, que começa nesta segunda-feira (30/11) em Paris.

A reportagem foi publicada por Opera Mundi, 29-11-2015.

Mais de duas mil Marchas Globais pelo Clima estavam programadas para este sábado (28/11) e domingo (29/11) em vários países, com o objetivo de impor pressão popular sobre governos para que evitem a catástrofe climática que se projeta para os próximos anos devido à ação humana.

“Não há planeta B”, dizia um cartaz na marcha em Sydney, na Austrália, que reuniu cerca de 45 mil pessoas. "Em dez anos, nossos filhos vão dizer: 'mãe, você sabia que isso [mudanças climáticas] estava acontecendo? O que as pessoas estavam fazendo?'", afirmou Kate Charlesworth, presente na marcha na cidade australiana, à AFP.

Em Paris, ativistas do meio ambiente saíram às ruas apesar da proibição das manifestações por questões de segurança após os ataques do dia 13 de novembro. Uma corrente humana foi formada por centenas de pessoas ao longo dos três quilômetros da marcha que estava programada anteriormente, e centenas de pares de sapatos foram colocados na Praça da República, simbolizando as pessoas que não puderam marchar neste domingo.

Cerca de 150 líderes mundiais participarão da COP21, incluindo os presidentes dos EUA, Barack Obama, da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, e a presidente brasileira, Dilma Rousseff, que chegou neste sábado em Paris.

O objetivo da conferência é chegar a um acordo global sobre o clima que limite a média de aumento das temperaturas para 2º C ou menos através da diminuição das emissões de dióxido de carbono, consideradas as principais causadoras do aquecimento global, até 2020.

Cientistas alertam que, caso este objetivo não seja atingido, o mundo se tornará cada vez menos hospitaleiro para a vida humana, com extremos climáticos como secas e tempestades cada vez mais severos e com o aumento do nível dos oceanos, que poderão engolir ilhas e regiões costeiras em todo o mundo.

O presidente francês, François Hollande, anfitrião da conferência, lembrou nesta sexta-feira (27/11) que a responsabilidade sobre as mudanças climáticas é humana, e cabe à humanidade fazer algo para contê-las. “Seres humanos estão destruindo a natureza e devastando o meio ambiente. Cabe, portanto, aos seres humanos a tarefa de enfrentar sua responsabilidade para o bem das gerações futuras.”

Entre os principais obstáculos para o fechamento de um acordo significativo em Paris estão o financiamento para países mais vulneráveis às mudanças climáticas – os países mais pobres do globo – e o corte das emissões de gases causadores do efeito estufa, advindos da queima de combustíveis fósseis como petróleo e carvão – mais proeminente em países ricos. A divisão entre estas duas classes de países fez fracassar as negociações da última conferência global sobre o clima, realizada em Copenhagen, Dinamarca, em 2009.

“As pessoas que menos fizeram para causar o problema estão sentindo os impactos primeiro e com mais severidade, como nossas irmãs e nossos irmãos no Pacífico”, afirmou Judee Adams, ativista da Oxfam.

A COP21 em Paris deve reunir cerca de 40 mil pessoas, incluindo 10 mil representantes de 195 países, entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro. Cerca de 2.800 policiais e soldados farão a segurança da conferência, além de outros 6.300 que estarão nas ruas da capital francesa durante o evento.

No Rio de Janeiro, manifestantes denunciam tragédia de Mariana

Cerca 200 pessoas participaram da marcha pelo clima no Rio de Janeiro, com concentração na praia de Ipanema. Um grupo de manifestantes se pintou de cor marrom para representar a lama do vazamento que afetou 650 quilômetros do leito do rio Doce e que chegou até o oceano Atlântico.

O vazamento, ocorrido pela ruptura de dois diques de depósitos de resíduos minerais e de água, em uma mina da empresa Samarco, foi considerado pelo governo como o mais grave desastre ambiental ocorrido no Brasil.

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