27 Novembro 2014
O superior dos jesuítas dos Estados Unidos defendeu, nesta terça-feira, o mais novo procurador de justiça do Vaticano para casos de crimes sexuais dizendo que ele não teve praticamente nenhum papel no tratamento dado pela Companhia de Jesus a um pedófilo notório que está agora cumprindo uma sentença de 25 anos na prisão.
A reportagem é de Nicole Winfield, publicada no sítio The Associated Press, 25-11-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.
O reverendo Timothy Kesicki, presidente da Conferência dos Jesuítas dos EUA, falou à agência The Associated Press depois que o jornal The Boston Globe informou que o procurador, Robert Geisinger SJ, não relatou o agressor à polícia, quando ele era a segunda autoridade de mais alta patente na província dos jesuítas de Chicago na década de 1990.
Kesicki disse que Geisinger só trabalhou para a província de Chicago por cerca de 14 semanas, entre o final de dezembro de 1994 a março de 1995, e depois disso nunca mais. Ele atuou como assistente executivo temporário do provincial, enquanto o provincial da época estava em Roma para uma grande reunião dos jesuítas. Geisinger não tinha autoridade governante e foi encarregado principalmente de cuidar da correspondência de seu chefe, disse Kesicki.
Depois de sua breve passagem pela província, Geisinger trabalhou para a Arquidiocese de Chicago e em 2001 mudou-se para Roma para se tornar o principal advogado canônico para os jesuítas em todo o mundo.
Documentos do tribunal mostram que, enquanto em Roma, em 2002, Geisinger aconselhou os jesuítas de Chicago a disciplinar o padre Donald McGuire. Mas a província só demitiu McGuire depois que ele foi condenado em um tribunal penal em 2006. Geisinger processou a papelada e McGuire foi deposto num prazo de dois meses, segundo o Vaticano.
"Eu tenho um grande apreço profissional por ele", disse Kesicki sobre Geisinger. "Eu acredito que ele é um dos principais canonistas na Igreja hoje e, mais importante, acredito que ele é um homem dedicado que usa a lei para a proteção de menores e de todas as pessoas vulneráveis".
Kesicki também foi o provincial de Chicago de 2009 até julho desse ano e responsável por supervisionar o acordo de compensação de 19 milhões de dólares para as vítimas de McGuire. Ele reconheceu que os jesuítas "não fizeram o suficiente para responder" aos crimes de McGuire.
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Superior dos jesuítas dos Estados Unidos defende procurador do Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU