Por: Cesar Sanson | 22 Setembro 2014
Pablo Ortellado
Tem algo de misterioso a maneira como no prefeito Fernando Haddad convivem o administrador público progressista e o defensor intransigente da ordem pública. Ele é o que poderia ser chamado de um verdadeiro tecnocrata de esquerda.
Sua gestão na prefeitura é, sem dúvida, a mais avançada que a cidade já teve: fez o programa de braços abertos para tratar com dignidade os viciados em crack, implementou por toda cidade faixas de ônibus e ciclovias, aprovou um IPTU progressivo, deu prioridade à periferia na política de fomento cultural, está fazendo a auditoria dos contratos com as empresas de ônibus e propõe ampliar o subsídio do transporte público com um imposto sobre a gasolina.
Trata-se de um conjunto de medidas incômodas que exigem coragem para implementar -- e o prefeito as está implementando sem parecer se preocupar com os dividendos eleitorais de curto prazo. Na burocracia municipal há um entusiasmo generalizado que lembra aquele do segundo mandato do governo Lula.
Apesar disso, sempre que precisou lidar com pressões sociais diretas, o prefeito demonstrou falta de tato e de habilidade política. Além disso, demonstra um apego cego à ordem pública que o coloca espontaneamente ao lado da polícia e contra os movimentos sociais -- foi assim na crise do aumento das passagens, em junho de 2013, depois com a greve dos metroviários e os protestos contra a copa e mais recentemente com o movimento sem-teto e a repressão ao comércio informal.
A combinação das duas características sugere que ele tem uma leitura exclusivamente institucional da política. É como se entendesse que para cada problema social há uma solução burocrática adequada que é preciso perseguir. Como agora vivemos sob um governo de esquerda, caberia aos setores populares apenas aguardar os demorados processos de implementação das políticas públicas mais adequadas. Essa visão ignora as assimetrias estruturais de poder e influência que coloca os mais pobres sempre em desvantagem, mesmo sob governos progressistas -- e que precisam ser compensadas por meio de organização política e pressão extra-insitucional.
Greves, ocupações e protestos são as armas dos fracos. Junho de 2013 pela sua dimensão e impacto poderia ter sido um aprendizado para o prefeito do papel que desempenha na política a luta social que acontece fora das instituições. Mas parece que o prefeito interpreta junho apenas como uma infeliz conjunção promovida pelo acaso.
Hugo Albuquerque
O jogo entre Grêmio e Santos foi dos episódios mais tristes da história do futebol brasileiro. Não bastasse o que aconteceu no jogo anterior, com as ofensas racistas de uma torcedora gremista contra o goleiro Aranha do Santos, dessa vez a torcida do Grêmio voltou a vaiar o jogador adversário.
Por conta da outra ocasião, o time gaúcho foi eliminado da Copa do Brasil. Naquela oportunidade, eu entendi que a punição no âmbito desportivo deveria se aplicar apenas sobre a torcedora, não ao clube que, em si, não tinha como evitar a conduta, nem a estimulou.
Agora, no entanto, a conversa muda de figura. O comportamento massivo da torcida gremista exige que o time seja eliminado do Brasileirão também. O Grêmio enquanto clube foi leniente com o que aconteceu e vem acontecendo.
Giuseppe Cocco compartilhou uma foto com o grupo Universidade Nômade.
Haddad (PT) relativizou dizendo que é caso isolado (PM estava trabalhando para Prefeitura) e falou que Sem Teto são instrumentalizados por oportunistas.
Mas a "aventura" seria Marina, disse o Hobbes de saia da USP
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