Carlos Slim recomenda jornadas de três vezes por semana e onze horas por dia

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22 Julho 2014

O homem mais rico do mundo, o empresário mexicano Carlos Slim, junta-se à discussão global sobre políticas de redução do desemprego. O magnata das telecomunicações afirmou na quinta-feira que uma semana de trabalho de apenas três dias, com onze horas em cada jornada, poderia servir para diminuir os índices de desemprego. A proposta não é nova. Em junho de 2012, durante uma conferência na sede da ONU em Genebra, Slim defendeu um modelo trabalhista de três dias por semana, de “10 ou 11 horas, para ter os outros quatro dias livres e dedicá-los à família, a inovar, investir em si mesmo ou criar”.

A reportagem é de Paula Chouza, publicada pelo jornal El País, 18-07-2014.

Durante um discurso no XX Encontro Anual da Fundação Círculo de Montevidéu, que foi realizado no Paraguai nesta quinta-feira, o empresário voltou a mencionar sua fórmula mágica, embora sem entrar em maiores detalhes sobre a sustentabilidade do modelo.

Para Gerardo Esquivel, economista do Colégio do México, a proposta, apresentada sem argumentos, “não tem nenhuma lógica”. Já Raúl Feliz Ortiz vê como “interessante” que Slim pense em temas criativos. “Vale a pena ser estudada, mas não vejo viabilidade a curto prazo. A ideia de Slim é permitir mais tempo disponível ao lazer. Também seria necessário analisá-la do ponto de vista médico. É possível manter a atenção 11 horas seguidas? Não acredito”, estima. No entanto, afirma que em nenhum país há um sistema como este.

O que existem são programas que combinam uma redução das horas com subsídios do Estado. Na Alemanha, por exemplo, o Governo implementou há anos o chamado Kurzarbeit, um sistema que consiste em diminuir total ou parcialmente as horas trabalhadas por um funcionário em uma companhia, quando esta solicita reduções por problemas econômicos ou de gestão. Assim, o salário do trabalhador é reduzido em 60% ou 67% e o Estado complementa o restante da quantia, mas não a totalidade que receberia pelo subsídio por desemprego, caso ficasse sem seu posto de trabalho.

Um funcionário de uma loja da Telmex, a empresa de telecomunicações mexicana de propriedade de Carlos Slim, atualmente trabalha em jornadas de oito horas de segunda a sexta-feira, quer dizer, cinco dias por semana. Com a proposta do magnata mexicano, trabalharia sete horas menos. Entre as questões está a dúvida se esta redução repercutiria também em uma queda dos salários.

O discurso de Slim chega uma semana depois de o empresário ter anunciado que a América Móvil, da qual é acionista majoritário e que controla 70% do mercado de telefonia no território mexicano, reduzirá sua participação nacional para menos de 50% para cumprir com as normas antimonopólio estabelecidas na nova lei de Telecomunicações.

Slim recuperou esta semana o título de homem mais rico do mundo, com 79,6 bilhões de dólares (178,1 bilhões de reais), seguido bem de perto pelo norte-americano Bill Gates, cuja fortuna soma 79,1 bilhões de dólares (176,9 bilhões de reais). Ambos lideram a lista de homens mais ricos do mundo da Forbes, que foi recentemente atualizada pela publicação. Esta mudança na lista entre Slim e Gates (antes o norte-americano ocupava o primeiro posto da lista) se deve à valorização das ações da América Móvil no mercado financeiro.

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