16 Junho 2014
Na véspera da visita de Francisco à Comunidade de Santo Egídio, o fundador explica o sentido do abraço do pontífice nos "novos europeus".
A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no sítio Vatican Insider, 14-06-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma visita que é "uma advertência contra as discriminações contra os imigrantes e a globalização da indiferença". Em suma, "o abraço de Francisco aos pobres para relançar a paz no mundo".
Nesse domingo, o Papa Bergoglio visitará a Comunidade de Santo Egídio para testemunhar "a profunda conexão entre a luta contra a mal-estar social e o compromisso contra a guerra", explica Andrea Riccardi, fundador da "ONU do Trastevere" e ex-ministro italiano para a cooperação internacional, de volta a Roma depois da estada em Paris para um congresso europeu.
"Na visão e na ação concreta de Francisco, essa visita une o encontro com os indigentes e os sofredores à mobilização pela paz", afirma Riccardi. "Na lógica do papa, tudo tem a sua relevância, o seu sentido, por isso, sem pensar em uma estratégia de comunicação adequada, não é arbitrário observar que a visita a Santo Egídio acontece a poucos dias da histórica oração organizada no Vaticano para invocar a harmonia entre os povos e as fés na Terra Santa."
O encontro de domingo é dedicado essencialmente aos pobres, que, pontualiza Riccardi, estão no centro do Evangelho de Jesus e constituem um fundamento compromisso para a Comunidade, vivido como amizade e como serviço.
O pontífice chegará em Trastevere às 17h de Roma, acompanhado por Andrea Riccardi, atravessará a pé a Praça Santa Maria in Trastevere, encontrando-se com os fiéis e ouvindo as suas saudações. Na basílica, prestará homenagem ao ícone de Nossa Senhora da Clemência, a mais antiga imagem de madeira de Maria existente em Roma. Depois, ouvirá alguns testemunhos e dirigirá um discurso aos fiéis. Haverá, então, um tempo de oração.
Saindo da Basílica de Santa Maria in Trastevere, Francisco, sempre a pé, vai se dirigir para a sede da Comunidade na Praça Santo Egídio, onde se encontrará com os responsáveis pela Comunidade, alguns bispos, sacerdotes e seminaristas, doentes e outros grupos de pessoas.
Na Comunidade de Santo Egídio, destaca Riccardi, o serviço aos pobres está presente desde o início e se diversificou ao longo dos anos para responder às novas exigências que pouco a pouco se apresentavam: Escolas da Paz, pessoas sem morada fixa, estrangeiros imigrantes, os "novos europeus", refugiados, membros das comunidades Rom e Sinti, pessoas portadoras de deficiência, idosos solitários.
"Em Roma, como em qualquer parte do mundo onde está presente uma Comunidade de Santo Egídio, os pobres estão no centro da atenção e da escuta, são familiares de pleno direito da Comunidade", destaca Riccardi. "O almoço de Natal com os pobres é uma iniciativa que envolve todos os anos dezenas de milhares de pessoas no mundo. Francisco terá uma experiência direta com essas realidades ao longo da sua visita à Comunidade de Santo Egídio."
Entre os indigentes que o pontífice irá se encontrar em Trastevere também estão cerca de 120 sem-teto que, há algumas semanas, encontraram abrigo noturno na basílica romana de Santa Maria Maggiore, onde, há muitos anos, Jorge Mario Bergoglio se dirige frequentemente em peregrinação em sinal de devoção.
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''Papa se encontra com os pobres para aumentar o compromisso com a paz'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU