Hollywood se alia às gigantes da internet chinesa para combater downloads ilegais

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06 Mai 2014

A concorrência para levar aos internautas chineses os últimos filmes e séries está se intensificando, apesar das dificuldades como a pouca disposição do público em pagar para ver filmes no computador e o caráter imprevisível da censura.

A reportagem é de Harold Thibault, publicada pelo jornal Le Monde e reproduzida pelo portal UOL05-05-2014.

A líder chinesa das redes sociais, Tencent, já oferece aos seus seguidores a possibilidade de assistir online e em total legalidade os grandes sucessos locais e internacionais. Segundo o "Financial Times" da última segunda-feira (28), o peso-pesado da internet agora estaria trabalhando junto com os estúdios de Hollywood para oferecer na Web alguns de seus filmes menos de duas semanas após seu lançamento nas salas de cinema dos Estados Unidos.

A Warner Bros. possui uma participação minoritária nesse serviço de "streaming" (transmissão de dados sem download) por uma assinatura de custo relativamente baixo: 15 yuans por mês nos três primeiros meses, depois 20 yuans (R$ 7). O blockbuster "300: A Ascensão de um Império", cuja estreia mundial nas salas de cinema foi no início de março, já está disponível nessa plataforma, a Hollywood VIP.

Dilema

Há muito tempo os internautas chineses geram um dilema para as grandes produtoras: por que entrar na China se a população não está disposta a pagar, mas por que não entrar, já que, independentemente do que aconteça, seus internautas não hesitarão em piratear esses conteúdos?

Assim, o Google havia lançado em 2009 uma plataforma de download legal e gratuito de música, em acordo com a Warner, EMI, Universal e Sony, baseando-se em uma aposta: contentar-se com receita publicitária, ainda melhor que nada, para enfrentar o download ilegal. Esse serviço foi suspenso em setembro de 2012, após a constatação de resultados decepcionantes.

O crescimento do número de internautas chineses, 618 milhões no final do ano de 2013, o advento da internet móvel e da banda larga nos lares tornaram essas questões ainda mais atuais. A Tencent já havia anunciado em setembro de 2013 um acordo com a Disney para disponibilizar filmes de seus estúdios, bem como com a Pixel e a Marvel em seu serviço Hollywood VIP.

Trunfo

Neste momento em que a internet chinesa vem se fechando em torno de três grandes protagonistas – Tencent, que se originou de um serviço de mensagens instantâneas; Alibaba, número um do comércio eletrônico; e Baidu, motor de busca – , todos querem ampliar seu mercado para os vídeos online.

O Alibaba anunciou, no dia 11 de março, a aquisição majoritária da ChinaVision, uma empresa com sede em Hong Kong que produz séries de sucesso e detém os direitos na internet móvel chinesa da Premier League de futebol inglês para as três próximas temporadas. É um trunfo enorme, uma vez que os fãs de futebol chinês, decepcionados com o nível das equipes locais, acompanham com entusiasmo o campeonato britânico.

Na segunda-feira (28), o grupo do ambicioso Jack Ma ultrapassou mais uma etapa ao adquirir 16,5% do site de vídeos em streaming mais popular da China, o Youku Tudou, ele mesmo resultado da fusão em 2012 de plataformas de vídeos online.

Censura

No entanto, permanece a incógnita sobre a atitude que será adotada pelo governo chinês em relação a essas plataformas de streaming que são uma febre, já que Pequim controla o número de filmes estrangeiros que são exibidos nos cinemas do país impondo cotas rígidas.

Hoje o limite está em 34 produções estrangeiras por ano, ainda que os espectadores chineses consigam encontrar todos os filmes estrangeiros na internet, ilegalmente, ou na esquina, nas muitas lojas de DVDs piratas. Só que o governo ainda não especificou se pretende submeter as novas plataformas de difusão legal na Web a seu regime de cotas.

Por fim, a outra incerteza diz respeito à censura e sua arbitrariedade. Depois de já ter retirado determinadas licenças na semana passada do portal Sina, acusado de ter publicado conteúdo pornográfico, as autoridades novamente surpreenderam os internautas, durante o fim de semana de 26 e 27 de abril, ao ordenar a suspensão do streaming de quatro séries americanas: "The Big Bang Theory", "The Practice", "The Good Wife" e "NCIS". Tudo isso sem justificativa nenhuma, sendo que a televisão estatal CCTV prosseguia, no domingo (27), com a transmissão da série do canal americano HBO "Game of Thrones", um dos programas mais populares do momento no Ocidente, que contém muitas cenas de sexo e de violência.

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