2013: Pequenos avanços, retrocessos e sinais da necessária mobilização de massa!

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18 Dezembro 2013

"2013, foi muito contraditório, mas anunciou mudanças. Certamente 2014 será um ano ainda mais intenso de mobilizações e articulações das forças populares", é o prognóstico do jornal Brasil de Fato, 17-12-2013.

Eis o editorial.
 
Somente no futuro, quando analisarmos com mais profundidade o que aconteceu no ano de 2013 poderemos ter  elementos mais precisos do que ele representou para a historia recente da vida do povo brasileiro e para a luta social. Porem, desde logo podemos  recolher alguns sinais.

No quesito melhoria das condições de vida da população  tivemos poucos avanços. O Nivel de emprego se manteve, a inflação dos preços da cesta básica se manteve e tivemos o programa de saúde publica "mais médicos", que se propõe a levar médicos aos lugares  desamparados pela atenção medica,  as vezes, logo ai na periferia das luxuosas capitais.

Porem, tivemos retrocessos na política econômica do governo, que de certa forma o Banco Central voltou a se considerar um ente autônomo, sem legitimidade para isso, e atua a seu bel prazer, aumentando a taxa de juros selic, para 10%. Isso significa que vai aumentar as transferências de recursos públicos recolhidos de nossos impostos e destinados para os juros dos bancos, que são afinal apropriados em sua maioria por não mais de 5 mil ricaços, segundo estudos de Marcio Pochmann.

Falta recursos para democratizar a educação superior, ainda restrita aos 12% de jovens na universidade alcançado no governo Lula. Quando o necessario seriainvestir 10% do PIB nacional para educaçao.

Os investimentos públicos, de todas as esferas, em transporte publico faltaram, e com isso locomover-se  nas grandes cidades é cada mais caro e  sacrificado para milhões de brasileiros, que perdem horas de suas vidas no transito.

O custo dos alugueis  e imóveis disparou, com aumentos médios de 180% em todo país, fruto da especulação desenfreada do capital financeiro.

Pior, com falsos argumentos entregamos 40% de nossas reservas do pré-sal para exploração compartida com duas multinacionais europeias e duas chinesas, quando a Petrobrás poderia fazê-lo sozinha.

Resultado: os ricos aumentaram seus ganhos e os trabalhadores se mantiveram na mesma base e  tiveram as condições de vida pioradas.

Na vida instititucional, os conservadores, a direita e sua bancada ruralista fazem a festa impondo agendas  retrogradas e de perdas de direitos dos trabalhadores, dos povos indígenas, camponeses e pobres em geral.     A conquista de uma jornada de 40 horas semanais, já em vigor na maioria dos países industrializados  aqui é banalizada e combatida pela maioria dos congressistas.

Impediram a proposta de uma reforma política ,a convocação de uma constituinte e de um plebiscito popular que havia sido proposta pela propria Presidenta da Republica no calor das mobilizações de julho.

No poder Judiciário, cada vez mais  discricionário, o imperador Barbosa age a revelia de qualquer norma jurídica, com apoio da Globo e talvez, tomara, sonhando em ser candidato a alguma coisa.

Por tanto, um balanço econômico-político-institucional de perdas para os interesses do povo brasileiro.
Há sinal no final do túnel...

Se é verdade que a burguesia aproveitou-se de sua hegemonia na política econômica, nos meios de comunicação e no poder politico para aumentar seus ganhos e impor sua agenda, por outro lado, o ano de 2013  foi revelador, pois a juventude foi às ruas, durante dois meses seguidos e demonstrou que quer mudanças!

A principio barrou os aumentos das tarifas de transporte publico e  impôs aos governos a necessidade de investimentos públicos. Porem as m udanças  foram insuficientes para as demandas colocadas pelas ruas.
Sinal, que certamente voltarão.

E mais alem do que obter conquistas imediatas, as mobilizações da juventude sempre são um termômetro em qualquer sociedade.  Elas prenunciam  períodos de maior conscientização política e mobilização social de todo povo.   Por tanto, eles são apenas o prenuncio, do que poderá vir com mais força se a classe trabalhadora lograr unidade e for a rua com um programa de reformas estrututrais.

Por outro lado, no bojo desse clima, as forças populares de todo país e de todos os setores voltaram a constuir um impressionante processo de unidade popular em torno da necessidade de lutarmos por uma reforma política.  A reforma política do sistema de poder nacional, que envolve  judiciário, legislativo e executivo é a porta  de entrada necessária para as demais reformas estruturais, para obtermos melhorias das condições de vida ao povo.

Se formou nos ultimos meses, uma ampla coalização com mais de cem entidades, movimentos , grupos e setores, que vão desde a CUT e centrais sindicais até a CNBB, Conic.  Todos nos juntamos para organizar um verdadeiro mutirão nacional para debater com o povo, que tipo de mudanças políticas precisamos.  Vamos recolher as sugestões do povo em milhares de reuniões de base, e  depois no dia sete de setembro ded 2014, recolher a vontade popular, no plebiscito para que votem se é necessário uma constituinte soberana e exclusiva para a reforma política.

2013, foi muito contraditório, mas anunciou mudanças. Certamente 2014 será um ano ainda mais intenso de mobilizações e articulações das forças populares. E mais além das eleições, como disse já o povo nas consultas de opinião publica: 44% votariam na Dilma, mas 66% querem mudanças já!

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