“Romero foi um testemunho para todo El Salvador”

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Por: Jonas | 24 Mai 2013

O papa Francisco recebeu o presidente de El Salvador, Mauricio Funes (na foto, com o Papa), com quem analisou a figura do arcebispo de San Salvador, Óscar Arnulfo Romero, assassinado enquanto presidia a missa, em 24 de março de 1980, e cujo processo de beatificação está em andamento.

A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 23-05-2013. A tradução é do Cepat.

 
Fonte: http://goo.gl/OcT3g  

Francisco e Funes falaram a sós, durante 12 minutos, na biblioteca particular do Pontífice, num ambiente de “cordialidade”, segundo destacou o Vaticano num comunicado. “Destacaram as boas relações existentes entre a Santa Sé e El Salvador e, em especial, conversaram sobre o Servo de Deus, Óscar Arnulfo Romero, e a respeito da importância de seu testemunho para toda a nação”, destacou o Vaticano.

Também “foi apreciada” a contribuição que a Igreja Católica oferece “para a reconciliação e para a consolidação da paz, e nos setores da caridade, educação, erradicação da pobreza e criminalidade organizada”.

O Papa e Funes também falaram da defesa da vida, do matrimônio e da família.

Segundo informou a presidência da República, Funes viajou ao Vaticano para interceder ao Francisco pela rápida beatificação de Romero e para lhe expor a respeito da “trégua” entre as gangues salvadorenhas.

O papa Bergoglio o recebeu na Sala do Tronetto, anexa à Biblioteca Particular, com um “buenos días”, em espanhol, ao qual Funes respondeu: “muito obrigado por receber-me, muito prazer”. Em seguida, passaram à Biblioteca, onde se sentaram um de frente para o outro, diante da mesa. Nos primeiros instantes, Funes se desculpou por chegar quinze minutos atrasado, devido, pelo jeito, a um atraso do avião.

O Bispo de Roma recordou que a esposa do presidente, Vanda Pignato, que também é secretária de Inclusão Social de seu governo, assistiu, no dia 19 de março, a missa de início de seu pontificado.

Em seguida, a porta da Biblioteca foi fechada e prosseguiram a conversa a sós. Concluída a audiência, a comitiva presidencial entrou na sala, composta por sete pessoas, entre elas o secretário particular da Presidência, Francisco Cáceres, e o embaixador de El Salvador na Santa Sé, Manuel López Barrera.

Funes presenteou o Papa com um relicário dourado, em forma de cruz, que contém um pedaço da batina que Romero vestia quando foi assassinado por um franco-atirador, enquanto presidia missa na capela do Hospital da Divina Providência. O relicário, disse o presidente, é obra das Irmãs desse hospital. Os braços são feitos com a junção de numerosas figuras de pessoas, que simbolizam a união do arcebispo com o povo salvadorenho.

Funes assinalou para o Papa que Romero sempre estava rodeado pelo povo e, especialmente, pelas crianças. Também contou que numerosos artistas salvadorenhos destacaram a vida do arcebispo em numerosos murais, alguns deles colocados no aeroporto de San Salvador.

O Papa presenteou Funes com três medalhas do pontificado.

Após a audiência, Funes se reuniu com o secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone.

Funes afirmou, recentemente, que considera a audiência “muito importante”. “Queremos impulsionar o processo de beatificação de dom Romero”, cujo recente desbloqueio, por parte do Vaticano, “é um sinal esperançoso de que está caminhando bem”, sublinhou.

Romero, que se caracterizou por defender os mais pobres e desprotegidos, foi assassinado por um disparo no peito enquanto presidia a missa na capela do hospital para doentes de câncer, em San Salvador, no dia 24 de março de 1980, quando estava a ponto de explodir a guerra civil que se prolongou até 1992.

Em 1994, abriu-se o processo de beatificação do prelado, a quem muitos latino-americanos chamam “São Romero da América”, apesar de ainda não ter sido beatificado.

Após ser concluída a parte diocesana salvadorenha, em 1996, o processo passou para o Vaticano. Nos últimos anos, estava paralisado na Congregação para a Causa dos Santos. No último dia 22 de abril, o Papa o destravou, segundo informou o presidente do Conselho Pontifício para a Família, o arcebispo Vincenzo Paglia

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