Seu Nome é Jesus

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Por: André | 21 Mai 2013

A poesia a seguir, de Pedro Casaldáliga, foi publicada originalmente em Itaici – Revista de Espiritualidade Inaciana n. 17 (Especial), setembro de 1994, ano 5, e republicada no sítio Religión Digital, 19-05-2013.

Eis a poesia.

À Juventude envolvida nos desafios da

Jornada Mundial da Juventude

 

Seu Nome é Jesus

Deus veio até a casa, desdizendo-se de sua glória.
Pediu licença
ao ventre de uma menina sacudido por um decreto de César,
e se tornou um de nós:
um palestino entre tantos, em sua rua sem número,
semiartesão de toscas tarefas,
que vê passar os romanos e as andorinhas,
que morre depois, de morte ruim, matada,
fora da Cidade.

Já sei
que faz muito que os sabeis,
que vo-lo dizem,
que o sabeis friamente
porque vo-lo disseram com palavras frias...

Eu quero que o saibais
de repente,hoje, quiçá,
pela primeira vez,absortos, desconcertados, livres de todo mito,
livres de tantas mesquinhas liberdades.

Quero que vo-lo diga o Espírito,
qual machadada em tronco vivo!
Quero que O sintais como um esto de sangue no coração da rotina,
em meio a esta carreira de rodas entrechocadas.

Quero que tropeceis com Ele como se tropeça com a porta da Casa,
retornados da guerra, sob o olhar e o beijo impaciente do Pai.

Quero que O griteis
como um alarido de vitória pela guerra perdida,
ou como o parto sangrante da esperança
no leito de vosso tédio, noite adentro, apagada toda ciência.

Quero que O encontreis, em um total abraço,
Companheiro, Amor, Resposta.

Podereis duvidar de que haja vindo para casa,
se esperais que vos mostre a patente dos prodígios,
se quereis que vos sancione a desídia da vida.
Mas não podeis negar que seu nome é Jesus, com patente de pobre.
E não podeis negar-me que O estais esperando
com a louca carência de vossa vida rejeitada
como se espera o sopro para sair da asfixia
quando a morte já se enroscava ao pescoço,
como uma serpente de perguntas.

Seu nome é Jesus.
Seu nome é como seria nosso nome
se fossemos, de verdade, nós mesmos.