A renúncia de Bento XVI: primeiras reações protestantes

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12 Fevereiro 2013

Após a notícia da renúncia ao pontificado do Papa Bento XVI, foram inúmeras as reações dos protestantes. Os teólogos valdenses Paolo Ricca e Fulvio Ferrario emitiram declarações pessoais sobre o fato.

As opiniões foram publicadas no sítio Notizie Evangeliche, 11-02-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis os textos.

Teólogo valdense Paolo Ricca

"Devo admitir que, há algum tempo, surpreendia-me o silêncio do papa. Um silêncio estranho. Geralmente, estávamos acostumados a pontífices decisivamente mais loquazes. Perguntava-me se, por acaso, não era por causa de uma possível doença, e espero sinceramente que não se trate disso.

"Certamente essa declaração é um fato novo, diria eu positivo. A notícia é nova demais e chegou realmente de repente e não me é possível poder dar interpretações agora, não conhecendo as motivações que levaram o pontífice a esse gesto. Lê-se: 'motivado pelo forte peso do cargo'.

"No entanto, a novidade, parece-me, pode ser vista no ato de humanização que o próprio papa se restituiu com tal gesto Uma figura, a papal, comum e deliberadamente representada acima do humano, graças ao dogma da infalibilidade e do primado universal. Só espero que, como eu dizia, a renúncia não seja ditada por problemas de saúde. No entanto, considero essa notícia um gesto corajoso, novo e apreciável."

* * *

Teólogo valdense Fulvio Ferrario, professor de teologia sistemática na Faculdade Valdense de Roma e coordenador da Comissão Valdense e Metodista para as Relações Ecumênicas

"Não é fácil, a poucos minutos da notícia, ir além da expressão de uma profunda, e também admirada, surpresa. É evidente que, para além das consequências imediatas, igualmente muito notáveis, o gesto tem um porte histórico.

"Haverá tempo para as análises. Como cristão e ministro da Igreja, chamem-me a atenção dois elementos: em primeiro lugar, naturalmente, a lucidez humana e espiritual que a decisão de Bento XVI expressa; depois, a ideia, expressa quase de passagem, segundo a qual o seu ministério, que também requer as forças físicas que ele considera não ter mais, se exerce 'não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando'.

"Uma mensagem significativa para todos aqueles que tentam, na sua fraqueza e com muitos erros, servir a própria Igreja."