Reino Unido prevê legalização do ''casamento homossexual'' para 2013

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30 Novembro 2012

Enquanto o governo francês se prepara para adotar uma lei que legaliza o "casamento para todos", o vizinho britânico deve precedê-lo: David Cameron planeja aprovar uma lei equivalente ainda no início de 2013. O primeiro-ministro britânico pretende acelerar o processo de um procedimento inicialmente previsto para "até o fim" do seu mandato, em maio de 2015.

A reportagem é de Tristan de Bourbon, publicada no jornal La Croix, 28-11-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Qual é a mudança desejada por David Cameron?

Os 3,7 milhões de pessoas homossexuais que vivem no Reino Unido, segundo dados do Ministério do Interior, estão autorizadas desde 2005 a contrair uma parceria civil que lhes dá direitos semelhantes aos dos casais heterossexuais. Desde a sua eleição em maio de 2010, o primeiro-ministro britânico comunicou o desejo de legalizar o "casamento homossexual".

Até aquele momento, ele havia previsto uma mudança da lei antes do fim do seu mandato em 2015, mas parlamentares citados pelo tabloide Daily Mirror contam que teriam contatado "o vice-primeiro-ministro liberal-democrata Nick Clegg para acelerar o processo". A legislação poderia ser levada à Câmara dos Comuns em janeiro.

Os partidos políticos estão divididos?

"Não dou o meu apoio ao 'casamento homossexual' apesar de ser membro do Partido Conservador, mas sim porque sou membro do Partido Conservador", declarou David Cameron, semeando discórdia dentro de seu partido. De fato, o grupo Coalizão para o Casamento, contrário à futura legislação, informou que ao menos 118 dos 303 parlamentares do Partido Conservador manifestaram a sua oposição a essa lei, através de cartas, declarações oficiais ou mensagens aos seus eleitores.

Entre eles, a nova ministra para os deficientes, Esther McVey, católica, que expressou claramente a sua "preocupação", acrescentando que "a redefinição do casamento não é necessária, porque o quadro legal já prevê os mesmos direitos aos casais do mesmo sexo através da parceria civil". Se uma maioria conservadora tivesse que votar contra a lei, o partido viveria a mais importante revolta da sua história, mais importante até do que o clamor dos eurocéticos em favor de um referendo sobre a União Europeia, que também faz com que David Cameron vacile há um ano. Ao contrário, os liberal-democratas e o Partido Trabalhista são majoritariamente a favor do "casamento homossexual".

O que a população pensa a respeito?

De acordo com uma pesquisa da YouGov, sete em cada dez eleitores britânicos apoiariam a nova legislação, um número que subiria para oito em cada dez pessoas com menos de 50 anos. Outra pesquisa realizada pela ComRes, ao invés, especifica que 68% das pessoas próximas aos conservadores se opõem a ela, e que 65% acreditam que o projeto proposto por David Cameron está mais ligado à vontade de "fazer com que o Partido Conservador pareça atualizado e moderno" do que a uma verdadeira convicção.

Quais são as posições das Igrejas?

Enquanto a ordenação de mulheres como bispas reuniu os votos de 75% dos membros da Igreja da Inglaterra por ocasião do Sínodo da semana passada (embora tal decisão não pôde ter sido validada), a questão do "casamento homossexual" divide muito. Durante o anúncio da sua nomeação para os próximos meses, o futuro arcebispo de Canterbury, Justin Welby, manifestou a sua oposição a essa ideia, embora especificando que é preciso "ouvir atentamente as comunidades lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, e continuar refletindo sobre a própria opinião".

O primaz da Igreja Católica da Escócia, cardeal Keith O'Brien, arcebispo de Edimburgo, se opôs com força a essa proposta, baseando-se no fato de que a consulta popular do governo escocês sobre a questão reuniu um número de pareceres três vezes maior do que o da independência do país. Ele pediu a realização de um referendo sobre o "casamento homossexual" antes de qualquer exame da lei pelo Parlamento de Edimburgo, que é independente do de Londres com relação a essas questões.

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