04 Agosto 2012
A Ir. Megan Arroz SHCJ, 82 anos, da congregação Sociedade do Santo Menino Jesus, de Nevada; Michael R. Walli, 63 anos, de Washington; e Greg Boertje Obed, 57 anos, de Minnesota, realizaram um protesto na madrugada do dia 28 de julho na usina nuclear para fabricação de armamentos Oak Ridge Y-12, no Tennessee, EUA, que armazena urânio enriquecido.
As informações são dos sítios Transform Now Plowshares e ABC News, 02-08-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Chamando-se de "Transform Now Plowshares", eles quebraram a pedra inaugural da recém-construída Indústria de Manufaturamento de Urânio Altamente Enriquecido (HEUMF, na sigla em inglês), espalharam sangue humano e deixaram quatro frases pintadas com spray na recente construção que diziam: "Ai do império de sangue", "O fruto de justiça é a paz", "Trabalhem pela paz, não pela guerra" e "Arados agradam Isaías".
O uso do sangue visava a lembrar "o horrendo derramamento de sangue provocado pelas armas nucleares", disse o grupo em um comunicado publicado em seu site.
"Chegamos à instalação Y-12, porque a nossa própria humanidade rejeita os projetos do nuclearismo, do império e da guerra", dizia o comunicado. "Nossa fé no amor e na não violência nos encoraja a acreditar que a nossa atividade aqui é necessária; que viemos para convidar à transformação, para desfazer o trabalho passado e presente da Y-12; para desarmar e acabar pôr um fim a quaisquer esforços adicionais para aumentar a capacidade da Y-12 para uma economia e uma estrutura social baseadas na criação de guerras e na construção de impérios".
Sob o manto da escuridão noturna, eles cortaram e ultrapassaram quatro cercas em uma caminhada de mais de duas horas pela zona eletrificada fatal. "Nós sentimos que foi um milagre. Fomos guiados diretamente até onde queríamos ir", disse Greg.
Depois de caminhar pelo complexo, inaugurado em 2010, eles chegaram a um edifício grande, branco e sem janelas com a inscrição HEUMF. "Foi construído como uma fortaleza", disse Greg, descrevendo as quatro torres de vigilância.
Desimpedidos pela segurança, eles penduraram dois banners nos pilares do edifício. "Transformem Agora Arados" diz o primeiro, com um ícone verde e preto mostrando a metade de uma bomba e a metade de uma flor. Um segundo afirmava "Espadas em arados, lanças em foices – Isaías". Além disso, eles envolveram os pilares com fitas vermelhas de crime.
Quando foram confrontados por um guarda, eles leram em voz alta o seu comunicado. "Ele estava falando no seu walkie-talkie, mas ele ouviu o comunicado", confirmou Megan. Antes de receber ordens para detê-los, eles tiveram a oportunidade de oferecer pão aos guardas e mostraram uma Bíblia, velas e rosas brancas. Embora inicialmente os tenham forçado a permanecer ajoelhados por um longo período, os guardas responderam aos lamentos e permitiram que os ativistas se levantassem de vez em quando. Enquanto isso, eles continuavam cantando.
Depois do fato, eles foram entrevistados pela unidade de investigação DOE e foram acusados criminalmente por vandalismo e invasão. Na prisão Blount County, eles conversaram com apoiadores às 12h30, dizendo que ainda não haviam sido incriminados. Todos deverão se apresentar na penitenciária novamente na próxima segunda-feira.
Se forem condenados, os ativistas poderão ter que pagar até 100 mil dólares de fiança e poderão pegar até um ano de prisão.
A usina Y-12 irá passar por uma parada temporária de segurança, em que todas as operações serão interrompidas, e as equipes de segurança, que possuem mais de 500 oficiais, passarão por novos treinamentos e reciclagem.
"Nós continuamos nos opondo ao sistema corrupto e podre", disse Michael. "Jesus não tem armas nucleares nem tortura no céu".
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Religiosa de 82 anos espalha sangue em usina para protestar contra armas nucleares - Instituto Humanitas Unisinos - IHU